A expectativa de vida aumenta em todas as partes do mundo – e aumenta cada vez mais a preocupação da indústria e do varejo de diferentes segmentos em melhor atender ao consumidor sênior – com mais de 60 anos. O programa Mais Longevidade, da Farmarcas, é fruto disso, ajustando as farmácias para esse público.
O projeto incorpora novas linhas de produtos, mudanças no mix, reformulação de espaços em loja e novas estratégias para a gestão da categoria sênior. As razões estão muito bem documentadas pelas estatísticas. De acordo com o IBGE, a população “sênior” corresponde hoje a 14% da população. Ainda segundo o instituto, até 2050 os números dessa faixa etária devem dobrar, chegando a representar 30% da população brasileira.
De olho na tendência, o IFEPEC – Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada – conduziu uma pesquisa em 2020, que está norteando uma série de mudanças na Farmarcas.
“Importante ter em mente que o público de 50 anos ainda não é sênior, pois ainda faltam 10 anos para que ele chegue aos 60. Mas esse público é aspiracional. Em uma década, ele estará lá e o mercado precisa estar preparado para atendê-lo. Além disso, com essa idade ele já começa a consumir produtos anti-aging, suplementos, entre outros”, afirma Valdomiro Rodrigues, Diretor do IFEPEC.
A pesquisa trouxe importantes insights, apontado que 37% da população compra medicamentos apenas com recursos da aposentadoria e 29% desse público usa recursos de gratuidade do SUS ou de farmácias populares. Apenas 4% deles recorrem a familiares para comprar remédios.
As doenças prevalentes nessas faixas etárias são: hipertensão (72%), diabetes (31%), colesterol alto (23%) e reumatismo (22%), sendo que muitos convivem com duas ou mais dessas condições. Outro dado relevante é que 42% deles praticam alguma atividade física, com maior prevalência para a caminhada, e 56% usam os serviços de algum profissional da saúde (exceto médicos), sendo o fisioterapeuta o profissional mais requisitado.
“Aferimos que 91% dessas pessoas têm o preço como fator mais importante na hora de escolher uma farmácia. Localização e estacionamento são outros fatores de opção. Cruzando com os dados do PEC, conseguimos afirmar que, quanto mais velho, maior o tíquete-médio e a cada três unidades de anti-hipertensivos vendidas nas farmácias, dois são para o público sênior. Uma curiosidade alarmante é que o consumo de antidepressivos é equivalente entre os jovens e os mais velhos”, afirma Valdomiro.
Rumos do programa Mais Longevidade
Os insights da pesquisa para a Farmarcas foram bastante claros. É necessário pensar em novos produtos e na melhoria do mix segmentado, assim como agrupá-los em áreas estratégicas das lojas, fazendo um cross-merchandising para garantir que todos os produtos de maior apelo para o consumidor sênior estejam no mesmo lugar, com excelente sinalização e visualização.
Desse modo, produtos para aferição de pressão, fraldas geriátricas, suplementos nutricionais e medicamentos OTC mais consumidos devem estar agrupados na mesma área. Corredores mais amplos e espaços mais confortáveis acompanham as demais mudanças. A empresa também selou parcerias comerciais para passar a vender uma linha própria e exclusiva de suplementos e vitaminas para o consumidor 50+.
“O Mais Longevidade está relacionado com o layout das lojas e com a exposição diferenciada de produtos, mas nos preocupamos também em deixar as pessoas confortáveis. Muitas não gostam dos rótulos associados à terceira idade, que tendem a ser muito pejorativos. Por isso, escolhemos um nome mais neutro e um logo que destaca duas palavras importantes: mais e idade. É uma mensagem subliminar, que ajuda na comunicação”, afirma Ângelo Pereira, Diretor de Comunicação e Operações.
Nas lojas de maior porte, mobiliários como o Totem Tetra, da Metalfarma, estão sendo implantados. Nas de menor porte, entram os módulos verticais de GC de MIB para expor os produtos isentos de prescrição e aqueles com foco em prevenção de doenças e envelhecimento saudável, com mais qualidade de vida.
Funcionando como um ponto extra dentro da loja, eles estão sempre nas cores cinza e laranja e poderão conter linhas de vitaminas, suplementos, minerais, colágenos, leites especiais e alimentos complementares. Produtos para ansiedade e melhoria do sono também estarão agrupados e mais bem sinalizados para facilitar a identificação e a compra.
“É uma maneira de a gente começar a olhar para esse público de uma forma mais atenta e a falar com o nosso associado sobre o tema, sobre a importância da diferenciação. Estamos também trabalhando a evolução para uma ambientação mais qualificada das lojas, quem sabe até com um sofazinho ou um pufe, onde esse consumidor possa ser acolhido, tomar um café. O futuro pode pedir essa direção”, finaliza Paulo Costa, diretor geral da Farmarcas.
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