Por: Celso Arnaldo Araujo
Celebrando 54 anos no mês de outubro, a Close-Up International – empresa de auditoria, conteúdo e serviços para o mercado de saúde presente em 27 países, destacando a área farmacêutica – promoveu em São Paulo a oitava edição do Outlook, seu balanço anual de números e projeções que contribuem para o conhecimento das tendências do mercado farma. Número 1: a projeção de crescimento em unidades em 2022 é de 6,6% e, para 2023, 4,5%.
O evento foi aberto pelo vice-presidente da Close- Up International, Paulo Paiva, que falou sobre as principais bases para o crescimento do mercado e do cenário atual do varejo. Um raio-x fundamental do varejo farma aponta que 10% do que se vende hoje nas farmácias são genéricos, 22% são medicamentos de referência ou originadores, 22% similares, 16% OTC e 30% de não medicamentos. Aliás, o não-medicamento – como produtos cosméticos – é a categoria de maior ganho de relevância no período, tanto em unidades como em valores: um recado para as farmácias brasileiras. Paiva destacou que o crescimento poderia ter sido maior não fosse o impacto da Covid-19 e da inflação – ambos os fatores impactam o poder de compra da população. Disse ele: “O desabastecimento, a redução de renda da população, a redução de gasto público com saúde e a inflação são hoje os grandes freios para o mercado crescer em toda América Latina”. Mesmo assim, houve um aumento de 5,6% no número de pontos de venda no país – de 92.133, em 2021, para 97.263 em 2022. Segundo Paiva, os fatores que mais pesam no sucesso de uma loja são sortimento, atendimento, serviço e preço. “Já vemos as grandes redes investindo muito em serviço, em atendimento médico remoto, oferecendo vacinas e outros tipos de serviço e isso é uma nova oportunidade que está surgindo”.
Quantidade ideal de produtos nas prateleiras
De modo geral, farmácias independentes crescem acima da média. Mas as redes seguem liderando a venda média por loja e se beneficiando do império do comércio virtual, que se solidificou na pandemia. A questão do sortimento de produtos é ainda, e sempre, fundamental – e aqui se destaca o papel dos distribuidores. Um estoque de 11 mil SKUs é um número inteligente para a loja que deseja fidelizar seus clientes, como gerador de demanda. “É preciso prestar atenção na quantidade de SKUs que você oferece na sua farmácia, pois a amplitude de sortimento é central na performance de venda média por loja. 11 mil SKUs é um bom número para se se perseguir por loja, com mais ou menos 3,7 mil SKUs de MPX, 1,2 mil SKUs de MIPs e 6 mil SKUs de não medicamentos. A distribuição tem que ser capaz de oferecer sortimento compatível com este desafio”, explicou outro palestrante do evento, Ivan Engel, Diretor de Serviços e Insights ao Varejo e Distribuição da Close-Up, destacando que atualmente os MIPs têm as margens mais altas do mercado.
O gerente geral da Close-Up. Christian Becker, foi outro palestrante do evento – abordando todo o portfólio da Close-Up aplicado ao negócio farmacêutico. Desde sua fundação, em 1968, seus especialistas contribuem para a divulgação das tendências do mercado e fornecendo ferramentas que permitem avaliar o mercado farmacêutico a partir da análise dos diferentes canais de venda: farmácias, hospitais e setor público. Da mesma forma, oferecem a possibilidade de se analisar um produto em relação à concorrência, de acordo com a área geográfica, área de visita e produtos concorrentes.
Esse é o Outlook 2022 que atraiu a enorme plateia que lotou o auditório do Grand Hyatt Hotel, em São Paulo, no dia 27 de outubro.
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