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Tiago de Moraes Vicente: A favor dos genéricos, que podem atingir 2 bilhões de unidades vendidas no ano!

Por Celso Arnaldo Araujo

Os números são indiscutivelmente impressionantes: um crescimento de 3,67% no último semestre, contra 0,65% dos medicamentos de marca; 980 milhões de unidades vendidas nesse período, com perspectiva de alcançar a marca de dois bilhões até o fim do ano. Mas não para aí: a categoria dos genéricos, hoje responsável por 36% do mercado farma brasileiro, pode chegar brevemente aos 40%, mantendo um notável ganho de prestígio, confiabilidade e sucesso comercial em prol do acesso à saúde dos brasileiros, ao longo desses 24 anos. E, agora, sob nova direção. A PróGenéricos, entidade que tem como missão contribuir para a consolidação e da ampliação do mercado de genéricos e de biossimilares no país, tem novo presidente executivo: Tiago de Moraes Vicente, que, comandando a mudança da Pró para Brasília, promete incrementar a atuação institucional da associação, reforçando sua tendência de crescimento contínuo – como ele antecipa nesta entrevista exclusiva à Abcfarma, agora parceira da PróGenéricos nessa escalada de sucesso.  

Poderia fazer um resumo de sua trajetória profissional antes de assumir a PróGenéricos, há dois meses?
Sou graduado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília e, nas últimas duas décadas, atuei com relações governamentais e institucionais na capital. Trabalhei em grandes empresas multinacionais, como Alcoa, Shell e o Grupo Energisa. Essas empresas estão inseridas em setores altamente regulados, a exemplo do setor farmacêutico. Entre 2021 a 2023, assumi a Gerência de Comunicação, Relações Institucionais e Governamentais da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a ApexBrasil. Entendo que é todo esse conjunto de experiências que, de alguma forma, contribuirão para eu fazer um bom papel na PróGenéricos, especialmente no fortalecimento das relações com os entes públicos. Desde julho deste ano, assumi este novo momento à frente da presidência executiva da PróGenéricos, com a missão de impulsionar o mercado farmacêutico nacional dos genéricos e biossimilares.

A PróGenéricos acaba de divulgar os números do segmento no primeiro semestre deste ano: 980 milhões de unidades de genéricos vendidos – um crescimento de 3,67% em relação ao mesmo período do ano passado, contra 0,65% da indústria de marcas. A meta de ultrapassar 2 bilhões de unidades em 2023 é viável até o fim do ano?
Sim, a expectativa é de fechar o ano com aproximadamente 2 bilhões de unidades vendidas em 2023, o que deverá ser um marco importante para o setor. Temos uma grande relevância em volume. Não por acaso, nossa participação no mercado em unidades é hoje superior a 36%.

Os genéricos experimentam um crescimento contínuo desde sua introdução no mercado, em 1999, hoje representando a marca inédita de 36,31% dos medicamentos vendidos no país. A meta de 40% é viável até quando?
Os genéricos devem atingir 40% de participação de mercado em quatro anos, se mantivermos o mesmo ritmo de crescimento dos últimos cinco anos. Isso comprova nosso potencial de crescimento contínuo, como você apontou – daí a pujança e o compromisso do nosso setor com medicamentos de qualidade e acessíveis. Além disso, quando olhamos para mercados mais maduros, em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Inglaterra, Alemanha e tantos outros, os genéricos respondem por mais de 50% das vendas. Isso mostra que ainda temos uma boa margem de crescimento para nossa indústria.

Só neste primeiro semestre, segundo levantamento que a mídia acaba de divulgar, os brasileiros economizaram 19,6 bilhões de reais ao adquirir genéricos no último ano. Nesses 24 anos de existência dos genéricos, a economia foi de nada menos que 260 bilhões de reais. O preço, e o consequente maior acesso aos medicamentos e à saúde, são e sempre serão o maior atrativo dos genéricos e um dos maiores avanços de nosso sistema de saúde?
Os genéricos são o principal instrumento de acesso a medicamentos e uma das mais importantes políticas públicas em saúde das últimas décadas. O binômio preço e qualidade é o grande legado dos genéricos na visão da classe médica e da população. Com um mercado em constante crescimento, a competitividade do setor obriga nossas empresas se tornarem cada vez mais eficientes, beneficiando diretamente o paciente que paga mais barato por um medicamento de qualidade.

Na visão da PróGenéricos, o relacionamento de nossas farmácias com os genéricos já é o melhor possível no trato com o cliente na hora da dispensação?
Desde o início, os genéricos passaram a ser estratégicos na combinação de produtos das farmácias – e hoje é praticamente impossível encontrar uma farmácia no varejo farmacêutico cujos genéricos não respondam por, pelo menos, 1/3 do que é vendido. Portanto, é uma relação consolidada e bem-sucedida. Nossa indústria tem um portfólio de produtos robusto e competitivo. Por isso, podemos afirmar que a parceria do nosso setor com o varejo e seus colaboradores é bastante produtiva. Mantemos uma relação de ótima qualidade. O varejo farmacêutico brasileiro conta hoje com profissionais extremamente qualificados do ponto de vista técnico e regulatório, que enxergam o genérico como um aliado, beneficiando, ao mesmo tempo, a farmácia e o paciente.

E do lado dos médicos prescritores, ainda se detecta algum preconceito em relação aos genéricos?
De forma alguma. Para se ter uma ideia, dos 20 produtos mais prescritos no país, 15 medicamentos são genéricos. O setor cresce exatamente por ter conquistado a confiança dos médicos e por ofertarmos produtos de qualidade e eficácia.

Hipertensão e colesterol são os campos nos quais os genéricos já têm participação absoluta nas vendas. Doenças crônicas serão sempre as especialidades dominadas pelos genéricos?
Os genéricos, na verdade, dominam praticamente todas as classes terapêuticas. Mas, de fato,, no caso das doenças crônicas, a participação elevada dos genéricos representa um avanço importante no acesso e no controle dessas doenças.

Fale um pouco do atual status da PróGenéricos. Quantas empresas associadas e as metas sob sua gestão, por exemplo.
Atualmente, temos 16 empresas associadas. São empresas com portfólios e perfis variados, mas todas altamente qualificadas no trabalho que fazem, com equipes multidisciplinares e os melhores especialistas de saúde do país. São empresas que investem em recursos humanos, inovação, pesquisa e desenvolvimento. Como eu pontuei antes, minha missão à frente da Pró é de impulsionar o mercado farmacêutico nacional dos genéricos e biossimilares. Para isso, acompanhamos e participamos ativamente de agendas do Poder Legislativo e da Anvisa, por exemplo. É através do fortalecimento dessas relações institucionais que pretendemos ampliar nossa participação de mercado e nossa relevância. Contando sempre com nossas associadas e parceiros, como as farmácias.

Por que a migração da sede da entidade para Brasília? A capital ainda é o cenário das principais decisões regulatórias do mercado?
Sim, uma das primeiras medidas desta gestão é a transferência da sede da PróGenéricos de São Paulo para Brasília. A ideia é estar mais próximo do poder público, como Anvisa, o Ministério da Saúde e outros órgãos governamentais. Essa maior sinergia, por estarmos fisicamente na capital federal, será bastante produtiva para nossa atuação institucional. Além disso, vale acrescentar que estaremos regularmente presentes em São Paulo, Rio e nas demais cidades e regiões em que nossas associadas estiverem sediadas.

A questão das patentes já está bem equacionada?
A indústria de genéricos tem em sua essência o respeito às Leis de Propriedade Intelectual. Nossos produtos, como é do conhecimento de todos, são cópias de produtos cujas patentes já expiraram, o que nos faz concluir que, para existência dos genéricos, é necessária a existência das patentes. O lançamento de novos genéricos, portanto, depende do vencimento ou expiração do prazo de 20 anos que é concedido para exploração comercial exclusiva daquela inovação. No entanto, muitas empresas, e não apenas no setor farmacêutico, tem buscado na justiça a extensão do prazo de vigência de algumas patentes. Em se tratando de medicamentos, especificamente, essas ações judiciais prejudicam não apenas a indústria, que fica impedida de lançar novos genéricos inéditos, mas também os pacientes, que são obrigados a permanecer pagando mais caro por seus tratamentos. A PróGenéricos é absolutamente legalista na defesa das patentes. Mas atuamos em sintonia com o INPI e nos posicionamos de forma contrária aos eventuais abusos contidos nos processos de extensão de patentes.

A PróGenéricos também associa empresas fabricantes de medicamentos biossimilares. O que você diria sobre essa outra classe de medicamentos, muito semelhantes aos produtos biológicos inovadores, com o mesmo potencial de promover respostas no sistema imunológico do paciente?
Duas são as palavras que me remetem aos biossimilares: oportunidade e acesso. Oportunidade, pois acredito que exista espaço para o desenvolvimento de biossimilares por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo – as conhecidas “PDPs”.  Hoje os medicamentos biológicos consomem grande parte do orçamento público federal para abastecer o SUS, então o desenvolvimento de políticas públicas no sentido de fomentar esses medicamentos se traduziria em economia, sustentabilidade e abastecimento. A consequência lógica disso está em perfeita consonância com a nossa plataforma, com a nossa bandeira, na PróGenéricos. Afinal, um número maior de biossimilares significa acesso para a população de tratamentos seguros e eficazes com uma redução de custo bastante significativa.

Fale um pouco sobre a parceria entre a PróGenéricos e a Abcfarma
Uma parceria que já nasce fadada ao sucesso. Os genéricos hoje têm um peso importante no faturamento das farmácias e essa sinergia beneficiará os estabelecimentos e pacientes a encontrar o genérico mais indicado. Mais do que uma campanha institucional, a proposta de apoiarmos a ferramenta de buscas da Abcfarma, e estar presente no site da entidade, não deixa de ser também uma prestação de serviços para quem está em busca do medicamento genérico. Dessa forma, ficamos bastante satisfeitos em poder apoiar uma iniciativa que fosse além do puro marketing e fortalecesse, de fato, o elo entre o varejo e indústria – ainda mais considerando a enorme reputação da Abcfarma e de sua revista, que certamente está na mesa dos presidentes das principais indústrias farmacêuticas do pais, incluindo as fabricantes de genéricos.

progenericos.org.br

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