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Dezembro laranja: Câncer de pele – 10 fatores de risco

Por Celso Arnaldo Araujo

Se Outubro foi Rosa (câncer de mama) e Novembro foi Azul (câncer de próstata), Dezembro é Laranja – mês do câncer de pele. Com a chegada do Verão, todos os anos o fenômeno se repete: a exposição ao Sol sem a devida proteção aumenta substancialmente a incidência dos tumores dermatológicos. É a forma mais comum do câncer entre os brasileiros. E embora seja também o mais curável, pode e deve ser evitado – basta conscientização e a prática de métodos preventivos básicos, resumidos na expressão “proteção solar”. Além disso, um dos formatos do câncer de pele, o melanoma, tem uma das mais altas mortalidades da doença. Aqui, a Dra. Maria Paula Del Nero, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que, além da exposição solar, há mais 10 fatores de risco que nem todo mundo conhece.

Por vivermos num país tropical, onde a incidência solar é muito alta, os tumores do tipo não-melanoma são os mais comuns no Brasil, correspondendo a 30% de todos os diagnósticos de tumores malignos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Mas 3% dos tumores de pele são do tipo melanoma, mais raro e agressivo, que pode causar metástases e a morte. Segundo a Dra. Maria Paula, o uso do protetor solar adequado ao tipo de pele também previne esse tipo de câncer. Não se expor ao sol nos horários de pico (entre 10 e 16 horas) e fazer avaliação anual das eventuais pintas no corpo com um dermatologista também são medidas protetivas. Afinal, quais são os demais fatores de risco para a doença?

  1. Pintas: “Uma pinta ou marca de nascença é um tumor benigno”, diz a médica. “A maioria surge em crianças e adultos sem grandes problemas, mas pessoas com muitos desses sinais no corpo têm um risco aumentado para desenvolver o melanoma”, alerta a Dra. Maria Paula.
  2. Pessoas que possuem esse tipo de nevo – pintas escuras – são mais propensas a desenvolver o melanoma, tipo mais agressivo de câncer da pele. Pesquisas afirmam que pessoas com dez ou mais nevos possuem 12 vezes mais chance de desenvolver o melanoma. Os chamados nevos displásicos são geralmente hereditários e pessoas com histórico familiar de melanoma são mais propensas a desenvolvê-los. Esses dados são importantes para alertar sobre a importância do autoexame periódico e a necessidade de visitas regulares ao dermatologista e proteção solar diária. Algumas pintas displásicas podem evoluir para melanomas.
  3. Pintas congênitas: as pintas de nascença são chamadas de pintas melanocíticas congênitas e o risco de virar melanoma varia de 0% a 5%, dependendo do tamanho. Quanto maior a pinta, maior o risco.
  4. Pele clara, sardas e cabelos claros: “O risco de melanoma é maior para brancos do que para os negros. Os brancos com cabelos ruivos ou loiros, olhos azuis ou verdes, pele clara com sardas ou que se queimam facilmente têm um risco aumentado para a doença”.
  5. Histórico familiar: segundo a dermatologista, cerca de 10% dos pacientes com melanoma têm histórico familiar da doença. “Por isso é recomendável que os familiares próximos, como pais, irmãos e filhos, façam autoexame rotineiramente, consultem o dermatologista regularmente e reforcem a proteção solar”, informa a médica.
  6. Histórico individual: pessoas que tiveram melanoma têm risco aumentado para desenvolver novos tumores. Do mesmo modo, quem já teve câncer de pele basocelular ou espinocelular, cujo índice de cura supera 90% quando tratado precocemente, também tem risco aumentado de contrair melanoma.
  7. Imunossupressão: pacientes que passaram por transplante de órgãos, que sejam HIV positivo ou façam tratamentos que afetem severamente o sistema imune, podem desenvolver melanomas.
  8. Idade: “O melanoma é um dos cânceres mais comuns em pessoas com menos de 30 anos, especialmente em mulheres. Em casos familiares, o melanoma pode ocorrer em faixas etárias ainda menores”, ressalta a Dra. Maria Paula.
  9. Gênero: antes dos 50 anos, o risco é maior para as mulheres; depois dos 50, o risco é maior em homens.
  10. Xeroderma pigmentoso: segundo a Dra. Maria Paula, essa é uma condição rara e hereditária, resultante de um defeito em uma enzima que normalmente repara danos ao DNA. Pessoas com essa condição apresentam maior risco de desenvolver melanoma e outros cânceres de pele em uma idade jovem, principalmente em áreas da pele expostas ao sol.

A prevenção ainda é a melhor forma de lidar com o câncer de pele e pode ser feita por todos.

O Dezembro Laranja é um mês para se manter a saúde à flor da pele. As farmácias podem colaborar com uma variedade bem ampla de protetores solares – acompanhados por uma assistência farmacêutica bem eficiente.

Os números do Câncer de pele
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 176.930 novos casos de câncer de pele basocelular e espinocelular, os mais curáveis. Já o melanoma representa apenas 1% dos casos de câncer de pele, ou 8.450 novos casos, mas é a causa da maioria das mortes pela doença.

Dra. Maria Paula Del Nero, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

 

 

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