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Todo dia é dia de genéricos

Nesta sexta-feira, Dia Nacional do Medicamento Genérico, a ABCFARMA entrevistou Telma Salles – que há 10 anos é presidente executiva da PróGenéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares), a principal entidade brasileira desse segmento, reunindo as 15 maiores indústrias do mercado. Ela acompanha de perto a evolução dessa categoria farmacêutica fundamental para a saúde de nossa população mais carente. E faz um balanço desses medicamentos que salvaram milhões de vidas e centenas de bilhões de reais desde sua estreia no mercado farmacêutico, em 1999

As patologias crônicas afetam mais de 57 milhões de brasileiros segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE. Qual a importância dos genéricos para a adesão e o acesso a tratamentos de doenças crônicas?

Os genéricos são essenciais no tratamento de doenças crônicas. Para se ter uma ideia do impacto, desde a chegada dos genéricos ao mercado, há 23 anos, o consumo de medicamentos para diabetes cresceu 1.810%, para hipertensão avançou 818% e, para o controle do colesterol, aumentou 2.844%. Ou seja, os brasileiros passaram a tratar as principais doenças crônicas, reduzindo complicações que, no final das contas, oneram o SUS, o sistema privado de saúde e ceifam muitas vidas por falta de controle.

É possível afirmar que o genérico é o principal instrumento de saúde pública disponível no país para minimizar a falta de acesso a esse serviço essencial?

Sem dúvida alguma. Os genéricos são o principal instrumento de acesso a medicamentos no Brasil: 73% das unidades vendidas no país para o tratamento de hipertensão são genéricos. No caso dos medicamentos para o controle do colesterol, 77% das unidades são de medicamentos genéricos.

A venda de medicamentos genéricos superou o restante do mercado de remédios e fechou 2021 com aumento superior a 21% em reunião arrecadação. Qual a importância da PróGenéricos para esse crescimento?

Os genéricos são o motor de crescimento da indústria farmacêutica. A indústria de medicamentos genéricos registrou 1,748 bilhão de unidades comercializadas em 2021, volume  5,94% maior que o verificado em 2020, segundo relatório da PróGenéricos, a partir de dados do IQVIA, consultoria que monitora o varejo farmacêutico no país. Com o resultado, os genéricos registraram crescimento superior ao mercado o mercado farmacêutico total, que  apresentou expansão de  4% no mesmo intervalo. De acordo com o levantamento, os genéricos encerraram o ano com 35,36% de participação no varejo farmacêutico, em unidades.

Os genéricos ainda têm grande espaço para crescimento no Brasil? Qual é o papel das farmácias para isso?

Os genéricos têm um espaço enorme de crescimento no Brasil. Em mercados como os EUA e Canadá, por exemplo, os genéricos têm participação superior a 80% de mercado. Esse número dá a dimensão de quanto ainda podemos avançar. E as farmácias têm papel essencial nesse processo. Graças ao atributo da intercambialidade, os farmacêuticos podem indicar a troca do medicamento de referência por um genérico no balcão. Os profissionais de farmácia são orientadores e devem ajudar seus pacientes a economizar, especialmente em momento de crise e de dificuldades econômicas como a que estamos atravessando. Os genéricos viabilizam os tratamentos e permitem que os pacientes sigam com eles.

Os próximos anos reservam vencimentos de patentes de produtos para cardiologia, doenças do sistema nervoso e Parkinson. Na sua visão, qual será o comportamento da indústria farmacêutica nesse contexto?

Sempre que uma patente chega ao fim, os genéricos entram no mercado e os preços chegam a cair mais de 50% com esse movimento. Este é o papel dos genéricos: tornar os medicamentos mais acessíveis, com qualidade e eficácia.

Na sua visão tivemos um aperfeiçoamento do processo de análise registro de medicamentos genéricos pela Anvisa?
Sempre há aspectos a melhorar. A ANVISA faz um grande trabalho, mas sempre há oportunidades de melhorias.

Medicamentos são bens essenciais e inelásticos. Ou seja, não há como alguém doente optar em comprar ou não. Em que medida os genéricos são importantes para reduzir os impactos da crise econômica e possibilitar a adesão à tratamentos?

Sem dúvida. Os genéricos custam no mínimo 35% menos que os medicamentos de referência. Desde que chegaram ao mercado em 2000, os genéricos já proporcionaram uma economia de mais de R$ 216 bilhões para os consumidores em gastos com medicamentos.

Podemos afirmar que a resistência inicial da classe médica em receitar genéricos já foi superada?

Essa já não é mais uma questão. Os genéricos são seguros e eficazes. A legislação brasileira é rigorosa e os controles garantem genéricos exatamente iguais aos medicamentos de referência. Se há alguma desconfiança, ela é fruto de desinformação.

O faturamento dos genéricos nos últimos 12 meses, até março de 2022, ratificam o marco que essa categoria de medicamentos representa para o acesso à saúde no país. Em valores, o setor já movimenta R$ 39,6 bilhões, crescimento de 15,17%. Como a PróGenéricos enxerga esses números?

Os brasileiros confiam nos genéricos e encontram nessa modalidade a possibilidade de seguir com seus tratamentos. Os genéricos têm um papel social importantíssimo ao garantir acesso a medicamentos para os brasileiros. Esses números mostram a realidade.

Ouça, a seguir, neste podcast, a entrevista exclusiva de Telma Salles para a revista ABCFARMA digital – para saber tudo sobre essa classe fundamental de medicamentos que têm seu dia celebrado hoje, 20 de maio: https://site.abcfarma.org.br/farmacast/

 

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