A Abcfarma enquanto entidade representativa do setor se posiciona contra o PL nº 1774/2019, que propõe permitir a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados e estabelecimentos similares, e propõe esse abaixo assinado a ser encaminhado aos parlamentares. Diga não PL 1774/2019 – https://chng.it/MDJsVZVzNL
- Diferenças regulatórias essenciais;
- Farmácias e supermercados têm exigências regulatórias distintas;
- Enquanto farmácias cumprem normas rigorosas, como a presença de farmacêuticos, gestão de resíduos, boas práticas e fiscalização por conselhos de farmácia, supermercados não estão sujeitos a essas obrigações.
Impacto na Farmacovigilância e na saúde pública.
Farmacêuticos desempenham papel essencial na identificação e notificação de reações adversas, interações medicamentosas e outros problemas relacionados a medicamentos. A venda de MIPs em supermercados comprometeria a prática de farmacovigilância, essencial para garantir o uso racional e seguro de medicamentos no Brasil.
Argumento econômico questionável.
Embora supermercados aleguem que a venda de MIPs reduziria preços, a experiência do Plano Real (1994) demonstra que a queda nos preços foi consequência da estabilização econômica, e não da venda de medicamentos nesses estabelecimentos. Uma medida efetiva para reduzir os preços dos medicamentos seria diminuir a carga tributária sobre eles, atualmente de 33%, cinco vezes superior à média mundial. Entre outros pontos disponíveis no documento anexo.
Impacto econômico e social negativo.
No Brasil, mais de 92.988 farmácias presentes em 99% dos municípios do país, que garantem acesso a medicamentos, especialmente em pequenos municípios, onde farmácias de pequeno porte correspondem a 84% dos estabelecimentos em atividade.
A aprovação do PL levaria ao fechamento de 51.405 pequenas farmácias, aumento do desemprego e sobrecarga no sistema público de saúde, prejudicando programas como o Farmácia Popular, que atende 93% dos municípios com menos de 100 mil habitantes. Permitir a venda de MIPs em supermercados seria um retrocesso regulatório e sanitário, com impactos negativos para a saúde da população e o setor farmacêutico. Medidas como a redução da carga tributária são soluções mais eficazes para beneficiar o acesso aos medicamentos no Brasil.