Pessoas & Propósito

Por Lincoln Oliveira

Neste último artigo da série “P de Pessoas”, vamos falar da importância do treinamento e do desenvolvimento de pessoas – e como esse desenvolvimento pode afetar positivamente seu negócio.

Especialistas em recrutamento e seleção dizem que o colaborador bem treinado e automotivado é um dos principais fatores de sucesso para a empresa – e no varejo farmacêutico não é diferente. O colaborador que detém conhecimento técnico, habilidades interpessoais e atitude proativa é capaz de oferecer um atendimento de qualidade, fidelizar os clientes, aumentar as vendas e contribuir para a imagem positiva da empresa.

Mas você deve estar se perguntando: onde está esse profissional pronto para eu lhe fazer uma proposta irrecusável? Todos querem o gelo pronto, mas poucos estão dispostos a repor a forma com água e aguardar o tempo de congelamento do freezer. Nessa metáfora, a água é o colaborador ainda neófito, sem a expertise para gerar os melhores resultados para a farmácia, a forma é seu ambiente organizacional, é o formato que sua empresa utiliza para aperfeiçoar seus colaboradores; muitas farmácias independentes não possuem essa “forma” definida, nem os valores, visão e missão bem definidos pelo gestor. E, para finalizar, o gelo é o profissional pronto para gerar valor e resultados para a empresa.

Não investir em treinamento e desenvolvimento dos colaboradores sai mais caro do que investir e correr o risco de perdê-los para a concorrência – isso porque o colaborador sem treinamento tende a cometer mais erros, gerar mais insatisfação nos clientes, desperdiçar recursos e oportunidades e ter um desempenho inferior ao esperado. Além disso, a falta de treinamento pode gerar desmotivação, baixa autoestima e desengajamento dos colaboradores, que podem buscar outras empresas que valorizem o seu crescimento profissional.

Juntamente com o treinamento e desenvolvimento de sua equipe, um fator de muita importância e ainda pouco desenvolvido no varejo farmacêutico independente é desenvolver na equipe o senso de propósito.

Por que a farmácia existe?

Por que desenvolver um propósito para a farmácia é importante? Uma equipe de atendimento que já possui o porquê daquela farmácia estar ali naquela localidade, que tem bem definida a visão, a missão e os valores da empresa para a qual presta serviço irá indiscutivelmente aumentar o engajamento, a motivação e a inspiração para as pessoas responsáveis pelos Processos e pelos Produtos. O P de Pessoas, quando se encontra com o P do Propósito, também ajuda a construir marcas fortes e empresas poderosas, que se diferenciam no mercado, mesmo em mercados extremamente competitivos como o nosso, que mantém forte apelo ainda pelo preço baixo.

Ser uma empresa rentável e lucrativa é um objetivo em comum que todo empresário e gestor possui – mas atingir essa meta está cada vez mais complicado, devido a vários fatores externos e, muitas vezes, fatores internos, dentro de nossa própria “casa”. Um colaborador não alinhado com os objetivos da empresa pode gerar prejuízos incalculáveis – como poderíamos calcular a perda de um cliente que sai insatisfeito de sua farmácia? Para quantas pessoas em média ele irá falar mal da sua empresa?

Entra e sai dos colaboradores

Uma forma de analisar a qualidade das contratações da sua farmácia é mensurar o indicador chamado “turnover” -importante para avaliar o grau de rotatividade dos colaboradores na empresa. O turnover é a relação entre o número de colaboradores que saem e o número de colaboradores que entram na empresa em um determinado período. Um turnover elevado pode indicar problemas de gestão de pessoas, clima organizacional, remuneração, benefícios, entre outros. Um turnover baixo pode indicar satisfação, comprometimento e retenção dos talentos na empresa. O ideal é buscar um equilíbrio entre o turnover voluntário (quando o colaborador pede demissão) e o turnover involuntário (quando a empresa demite o colaborador).

Nesse mercado competitivo em que atuamos, não será o maior, não será o que possui o maior capital que irá se sobressair, mas  sim o que mais rápido se adaptar às necessidades – tanto dos clientes como da equipe de colaboradores que ajudam a construir os resultados, dia a dia.

Acompanhe os outros artigos da série:

Mudando chaves, abrindo portas

Como o “P” de Pessoas pode fazer sua farmácia prosperar

Lincoln Ferreira de Oliveira – Farmacêutico Consultor

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