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Consultório Farmacêutico: Vale o investimento?

Por Lincoln Oliveira

Sim!
Eu poderia responder a essa pergunta de forma indireta, através dos parágrafos que seguiriam no decorrer deste artigo. Mas, de forma prática e incisiva, eu quis responder a esse questionamento de forma prática e rápida para você, leitor. Respeitando logicamente os colegas que possam ter uma opinião divergente sobre o assunto, apresento aqui os motivos pelos quais tenho a convicção de que montar e manter um consultório farmacêutico em sua farmácia vale – e muito – o investimento.

Quero convidá-lo para, antes de mais nada, olhar para dentro do seu negócio, depois dar uma “espiadinha” para fora, para o mercado, e fazermos a nós mesmos algumas perguntas. O que as grandes redes estão fazendo a respeito desse assunto? Qual o posicionamento dos grandes executivos em relação a esse mercado?

“O contexto da pandemia evidenciou a relevância do varejo farmacêutico como hub de saúde e o potencial do setor para estimular a adesão aos tratamentos e a jornada do paciente.  Os serviços farmacêuticos da Abrafarma alcançaram outro patamar durante a Covid-19. Mais de seis milhões de testes rápidos foram realizados em nossas redes nos primeiros doze meses da pandemia, prova inconteste da revolução que estamos realizando na saúde em nosso país” – escreveu Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

Alguns termos muito difundidos, mas às vezes não muito bem explicados, tendem a nos deixar com receio do NOVO. O que é esse tal de HUB? De forma bem objetiva, hub significa um lugar que agrega vários produtos ou serviços ao mesmo tempo, com o objetivo de gerar uma maior e melhor experiência aos clientes – no caso, em prol de sua saúde

Você, leitor, conseguiu respostas para as perguntas que deixamos no inicio do texto? Quando acompanhamos as declarações recentes de especialistas em varejo e distribuição farmacêutica, vemos que a busca pelo diferencial competitivo está de alguma forma em “segurar”, “manter”, “incentivar” que o cliente venha para sua farmácia – e o consultório farmacêutico chega com essa perspectiva: melhorar o acesso à saúde da população brasileira.

O consultório farmacêutico, ao estimular a adesão aos tratamentos, tendo como protagonista o farmacêutico com perfil clínico, constrói um processo de fidelização do cliente, muito parecido com o vínculo que cada um de nós tem com um dentista, cabeleireiro ou psicólogo. A fidelização tendo como base a prestação de serviços é uma ferramenta fortíssima – e por isso as grandes redes estão acelerando esse processo ao máximo, para engajar suas equipes nessa nova “onda” de trabalho.

Vamos supor que você se convenceu pelos argumentos apresentados em relação à implantação de um consultório farmacêutico em sua loja. Qual seria então o próximo passo?

  • A primeira etapa é a análise regulatória, isto é, verificar se sua estrutura física atual atende às exigências mínimas exigidas. Separe alguns minutos de seu tempo para estudar a Resolução 720/2022 do Conselho Federal de Farmácia, pois foi a partir dela que se tornou possível termos um consultório farmacêutico.
  • O segundo passo é fazer um levantamento do perfil dos farmacêuticos que atuam em sua farmácia. Não é obrigatório o profissional ter uma especialização em farmácia clínica – mas algumas entidades sérias atuam capacitando continuamente o farmacêutico para essa nova demanda. Uma delas é a SBFFC – Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias, com sede em Brasília, que possui regionais em quase todo o território nacional.
  • O terceiro passo é definir quantos e quais serviços serão prestados nessa nova etapa de sua farmácia. E lembre-se: caminhe, antes de correr.
  • O quarto passo é estabelecer as plataformas e parceiros comerciais que serão sua cadeia de suplementos. Avalie a equação custo x benefício de acordo com a sua realidade – nem sempre o mais caro é o melhor, no inicio da execução do projeto.
  • Quinto passo: antes de começar a cobrar pelos serviços, passe uma temporada aperfeiçoando-os, colhendo feedback junto aos clientes atendidos, medindo o nível de satisfação deles; entenda os processos, os custos, os profissionais envolvidos e quantos seriam os atendimentos necessários do serviço que mais foi executado no período gratuito para atingir o equilíbrio financeiro da operação.
  • Sétimo passo: execute! Nem o melhor planejamento do mundo vai prepará-lo para os imprevistos que aparecem. Desenvolva em sua equipe a resiliência frente aos desafios dessa nova etapa de seu negócio.

A comercialização de medicamentos e produtos para saúde ainda terá um lugar de destaque em sua farmácia, mas devemos estar atentos às mudanças ao nosso redor – assim como no passado as farmácias foram as antigas boticas, onde o profissional manipulava sob medida o remédio para o paciente, no “futuro do presente” a drogaria será um hub onde nosso cliente irá para comprar, consultar, ter acompanhamento. Mas, acima de tudo, receber um acolhimento de toda a nossa equipe. E, nesse futuro do presente, quem acolher melhor é quem vai liderar o mercado.

Lincoln Oliveira – Farmacêutico Comunitário /Jornalista / Conselheiro do CRF/RO

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