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Atendimento farmacêutico: Cartilha contra o colesterol

Abcfarma informa

O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo organizou uma série de fascículos orientando farmacêuticos a aprimorar a assistência especializada aos clientes – com as farmácias como porta da saúde no Brasil. Um dos temas com mais repercussão no dia a dia das farmácias são as chamadas dislipidemias: níveis elevados de lipídios e excesso de gorduras, como colesterol e triglicérides, no sangue.

As dislipidemias são o principal fator para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e aterosclerose. Tais doenças, segundo a World Health Organization (WHO), são a principal causa de óbitos no mundo. Frente a essa realidade, o CRF-SP escolheu esse tema para o fascículo 12 da série “Farmácia Estabelecimento de Saúde”. O farmacêutico, nesse contexto, tem um papel fundamental no sentido de minimizar essa realidade, já que pode aplicar seu conhecimento técnico e postura humanitária para atuar não apenas na orientação durante o tratamento desse distúrbio metabólico, mas na própria prevenção da doença.

Para o CRF-SP, a intervenção do farmacêutico permite a melhoria da saúde do paciente e os resultados, consequentemente, refletem na saúde pública. O farmacêutico é o profissional da saúde de mais fácil acesso à população e, frequentemente, a primeira fonte de assistência e aconselhamento em cuidados gerais da saúde. Por isso deve estar ciente de sua responsabilidade social e atuar fortemente como agente educador em saúde.

Gordura lá em cima. Como orientar?
Os cuidados farmacêuticos aos pacientes com dislipidemias são extremamente importantes, pois são doenças assintomáticas, de alta incidência na população e com percentual altíssimo de pacientes que não atingem a meta terapêutica. É imprescindível que o farmacêutico tenha conhecimento e segurança ao orientar um paciente com dislipidemia, encaminhando-o ao médico sempre que necessário e sensibilizando-o da importância de realizar o monitoramento constante do perfil lipídico. Dessa forma, poderá realizar o acompanhamento farmacoterapêutico, tanto da dislipidemia quanto das comorbidades, com tranquilidade e segurança. Para isso, se for desejo do paciente, e este não estiver munido de dosagens anteriores, o farmacêutico pode avaliar o colesterol do cliente com tecnologias práticas e relativamente baratas – como monitores capazes de aferir não apenas colesterol total como o próprio perfil lipídico do paciente, que inclui todas as gorduras presentes no sangue. Um detalhe: os números obtidos nessa aferição não podem ser usados como diagnóstico, mas como acompanhamento da doença. Qualquer elevação ainda não tratada que requeira tratamento deve ser encaminhada a um médico.

Nesse contexto, a consulta farmacêutica introduz uma nova rotina de aconselhamento farmacêutico, diminui custos nos sistemas de saúde e melhora a qualidade de vida dos pacientes. Uma das metas principais desse atendimento é a adesão terapêutica – medicamentos que reduzem o colesterol geralmente são de uso crônico e permanente. Diversos fatores, como polifarmácia, potencial de toxicidade, alto custo dos medicamentos, faixa etária, indicações de medicamentos por leigos e até divergência entre a prescrição médica e o comportamento do paciente, colaboram para a não adesão terapêutica, dificultando a obtenção dos resultados. O farmacêutico deve, então, avaliar a farmacoterapia de todos os distúrbios/comorbidades, pois diversos medicamentos podem causar dislipidemias e/ou interagir com as substâncias que reduzem o colesterol, alterando sua ação, e orientar a respeito dos horários da administração. As chamadas estatinas – e suas diversas gerações, como Atorvastatina, Fluvastatina, Pitavastatina, Rosuvastatina, Pravastatina e Sinvastatina – são um dos maiores avanços da farmacologia moderna: conseguem reduzir ao nível da normalidade altos índices de lipídios no sangue, acompanhados, é claro, de mudanças no estilo de vida.

Além de terapias não farmacológicas e outras intervenções relativas ao cuidado com a saúde do paciente, é permitido ao farmacêutico prescrever medicamentos cuja finalidade terapêutica não exija prescrição médica.

Cuidados farmacêuticos no tratamento de pacientes com dislipidemias

Para que o farmacêutico realize uma consulta estruturada, o CRF-SP recomenda seguir estes itens:

  • Acolhimento: início da construção de um relacionamento terapêutico entre o farmacêutico e o paciente, que deve apresentar o propósito e a estrutura da consulta e atentar às questões de conforto e privacidade do paciente
  • Coleta de dados: é importante que todos os dados sobre o perfil do paciente, história clínica e de medicação sejam coletados e analisados e que as necessidades do paciente sejam atendidas. Quando a consulta é agendada, recomenda-se que o paciente leve os medicamentos, receitas médicas e os últimos exames. É importante que o farmacêutico identifique os dados pessoais do paciente, como consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, hábitos de higiene e prática de atividade física, sua rotina e hábitos alimentares.

EXAMES LABORATORIAIS

O item XI do artigo 7º da Res. CFF nº 585/2013, que regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico, determina que é atribuição do farmacêutico solicitar exames laboratoriais, no âmbito de sua competência profissional, com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia. Para o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes com dislipidemias, recomenda-se a avaliação laboratorial do perfil lipídico, composto pelas determinações de TG e CT e suas frações (LDL-c, VLDL-c e HDL-c). Atenção: não é mais necessário o jejum de 12 horas antes da dosagem de colesterol.

Pacientes idosos, com diabetes, gestantes e crianças devem se beneficiar do fim do jejum, evitando hipoglicemias secundárias ao jejum prolongado.

Fonte: Conselho Regional de Farmácia-SP

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