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A mulher na linha de frente da saúde

O Brasil iniciou 2021 com nove capitais registrando mais de 80% de UTIs ocupadas – os números melhoraram um pouco ao longo do ano, mas as palavras “Covid-19 e UTI” permaneceram dramaticamente ligadas. E 33,06% dos médicos brasileiros estão com alguma forma de depressão – número que tem forte ligação com a pandemia. A Dra. Clarice Costa, com 16 anos de experiência em medicina intensiva, além de se dedicar em tempo integralíssimo aos pacientes de Covid nesses dois anos, criou uma ferramenta que permite aos médicos ter a UTI na palma da mão, facilitando o trabalho e aumentando a performance da equipe, predominantemente feminina. No mês do Dia Internacional da Mulher, ela merece todas as homenagens – em nome de todas as mulheres dedicadas a melhorar a saúde dos brasileiros

Durante a pandemia, ela atuou em um dos Hospitais de Campanha do Rio de Janeiro e ainda atua em duas UTIs do estado, vivenciando de perto amigos médicos entrando em depressão pelo stress a que estão submetidos. Vendo o estado de saúde dos colegas, as UTIs superlotadas e a dificuldade de gestão de informações, em setembro de 2020, sete meses após o início da pandemia, a Dra. Clarice lançou o Roundover, aplicativo que permite aos médicos intensivistas “alimentar” o histórico do paciente à beira-leito, podendo consultá-lo de onde estiver, além de facilitar a comunicação entre os membros da equipe – evitando, portanto, a perda de informações importantes para o cuidado do paciente grave. “Eu quis criar algo que fosse útil para toda a equipe médica. O app Roundover facilita o trabalho do médico plantonista, do médico da rotina e do chefe (gestor) da UTI, cada um em suas funções. Ou seja, eleva a performance de toda a equipe médica. Inclui cálculos e fórmulas úteis à beira-leito e para anáIise estatística dos indicadores de qualidade da UTI. O médico responsável pela UTI consegue distribuir melhor as atividades, acompanhar a evolução do paciente, sem perda de dados. Basta cadastrar todos os médicos do time no Roundover, e todos terão acesso às funcionalidades do aplicativo, de acordo com a sua função dentro da equipe, pensando também na segurança dos dados. O Roundover disponibiliza um chat para comunicação e discussão de casos em ambiente seguro e profissional”, explica a Dra. Clarice Costa, que desenvolveu a tecnologia.

Para Arthur Klumb, desenvolvedor da Dynamica Soft, e responsável por uma equipe de mais quatro pessoas que criaram o Roundover sob a orientação da Dra. Clarice, o mais desafiador do desenvolvimento da tecnologia foram os termos médicos. “A Dra Clarice é detalhista e trouxe a sua vivência para dentro do aplicativo. São 16 anos de história em UTIs e uma pandemia. O bom relacionamento com ela e o foco da nossa equipe no aprendizado desses dados médicos foi essencial para lançarmos o Roundover em menos de 10 meses”, explica Klumb.

Para ele, outra vantagem do aplicativo Roundover é que o médico responsável pela UTI pode melhorar a qualidade de vida do seu time sem a necessidade do aval do hospital – ou seja, é uma ferramenta para facilitar, de fato, o dia a dia dos médicos. “Com uma assinatura, a UTI inteira fica integrada. Se um hospital fosse desenvolver essa tecnologia, o custo seria muito alto e ainda teria que passar pela burocracia de aprovação. O Roundover é uma solução pronta para UTIs do Brasil todo”.

Saúde mental

Carl Honoré, autor do livro “In Praise of Slow”, que prega a vida mais tranquila, afirmou: “Para nós, ocidentais, o tempo é linear e nunca volta. Por isso, queremos ter a sensação de que estamos tirando o máximo dele. E a única solução que encontramos é acelerá-lo. É um equívoco. A resposta desse dilema é qualidade, não quantidade”. É justamente essa qualidade de tempo que o Roundover oferece aos médicos das UTIs. O médico, ao mesmo tempo em que avalia e maneja os pacientes, registra tudo, à beira leito. Essas informações são facilmente acessadas pela equipe médica, em tempo real, facilitando o trabalho de todos e otimizando tempo e comunicação.

Clarice Costa

“A complexidade do cuidado do paciente crítico e o grande volume de informações à beira-leito predispõem a falhas de comunicação e perda de informações. O aplicativo vem para aperfeiçoar o trabalho da equipe, a dinâmica e o funcionamento das unidades de terapia intensiva. Além disso, o Roundover prioriza a segurança e o sigilo dos dados registrados através de mecanismos cuidadosamente implementados para a proteção da equipe médica e dos pacientes. Através do acesso seletivo de acordo com a sua função na equipe médica, os dados podem ser visualizados em tempo real, na tela do celular ou tablet. É, literalmente, a UTI na palma da mão”, explica a Dra. Clarice Costa. Pelo Roundover, o acesso do chefe da UTI, por exemplo, é irrestrito, enquanto o médico plantonista tem seu acesso limitado aos dados preenchidos e somente durante o seu período de plantão. Além da versão para smartphones, ele também está disponível para tablets e, futuramente, também haverá acesso à web.

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