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1º de Maio: O trabalhador em primeiro lugar

Este ano, o feriado de 1 de Maio – também conhecido como o Dia do Trabalho, ou do Trabalhador – cai num domingo. Para os colaboradores do varejo farma – cerca de 150 mil, levando em conta apenas as grandes redes – não faz diferença. É dia de trabalho, de qualquer forma. Mas a data, inspirada por um acontecimento no século 19, é simbólica – e merece ser evocada.

É feriado não só no Brasil. Nesta data, a maior parte dos trabalhadores descansam na América do Sul e no México, em quase toda a Europa Ocidental, na Rússia, na Índia, na China e na maior parte dos países da África. A data foi escolhida em homenagem ao esforço dos trabalhadores dos Estados Unidos, que, num sábado, 1º de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução da carga horária máxima de trabalho por dia. A luta dos manifestantes foi bem-sucedida: na virada do século 20, boa parte dos trabalhadores do país já seguia o ritmo de 8 horas diárias – antes, era comum os americanos ficarem nos empregos nada menos do que 100 horas por semana, o equivalente a aproximadamente 16 horas para cada um dos seis dias de trabalho.

A luta dos americanos foi reconhecida rapidamente na Europa – onde, já em 1890, o Primeiro de Maio começou a ser marcado por cerimônias e manifestações. Desde então, a data foi se difundindo por todo o mundo. Hoje é celebrada em mais de 80 países – no Brasil, o Dia do Trabalhador é celebrado desde 1925. Curiosamente, nos próprios Estados Unidos, por motivos nacionais, o chamado “Labor Day” é celebrado em uma data diferente: a primeira segunda-feira de setembro.

A origem das manifestações de 1º de maio

“Diária de oito horas sem redução no pagamento” era o slogan repetido por mais de 300 mil manifestantes que foram às ruas em Nova York, Chicago, Detroit e Milwaukee, entre outras cidades, naquela ocasião. As passeatas marcaram o início de uma greve geral, que tinha essa única reivindicação: a redução da carga horária.

No dia 4 de maio, uma terça-feira, cerca de 2.500 manifestantes se reuniram em assembleia em Chicago, na praça Haymarket. O evento começou por volta das 8h30, sob chuva fina. Os participantes pretendiam debater os rumos do movimento depois que, na véspera, policiais haviam atingido mortalmente dois manifestantes que faziam piquete na porta de uma fábrica. Por volta das 10h30, quando a maior parte das pessoas já havia deixado o local, 176 policiais cercaram os cerca de 200 manifestantes que ainda estavam na praça. Pediram que eles se retirassem, e na sequência começaram a atirar. No meio da confusão, uma bomba foi lançada na direção dos agentes da lei. Na confusão que se seguiu, morreram quatro trabalhadores, mas também sete policiais. E mais de 130 pessoas ficaram feridas.

Nos dias que se seguiram ao incidente, dezenas de sindicatos, de diferentes cidades do país, foram ocupados pela polícia. Enquanto a lei marcial era declarada em todo o território americano, em Chicago mais de 100 sindicalistas foram presos, acusados de incitar a violência policial. O Estado processou oito deles. Levados a julgamento, sete foram condenados à pena de morte. Um deles seria encontrado morto na cela. Dois tiveram a punição transformada em pena de prisão perpétua. Em 11 de novembro de 1887, vestindo túnicas brancas e com o rosto coberto por capuzes também brancos, quatro dos acusados foram enforcados.

Incorporação de direitos

O ataque da polícia e o julgamento dos sindicalistas colocaram a pauta dos trabalhadores em evidência. Depois de várias décadas aceitando condições muitas vezes insalubres e altas cargas horárias, os americanos passaram a fazer pressão por mudanças. No restante do mundo, o movimento trabalhista internacional passou a tratar os quatro condenados à morte como vítimas da brutalidade policial e de um sistema judiciário desfavorável. E assim as condições de trabalho de boa parte dos funcionários foi incorporando direitos.

Hoje, o segmento farmacêutico é um dos mais regulamentados – e seus colaboradores têm plena consciência da nobre importância de seu trabalho, nos 365(6) dias do ano. A pandemia de Covid-19 foi e tem sido um pano de fundo para essa realidade. As farmácias brasileiras não fecharam suas portas em nenhum dia do ano nesse período, servindo a população incansavelmente – mas sem afetar os direitos trabalhistas do setor, que continuam saudáveis.

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