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Saúde renal para todos: Dia Mundial do Rim (10/03)

Kidney and low back pain

No dia 10 de março, celebra-se o Dia Mundial do Rim – melhor seria dizer “dos rins”, porque esse órgão é duplo e cheio de caprichos que se compensam. É como se nossos dois rins tivessem sido feitos para funcionar em 110V – na ausência de um deles, o outro é obrigado a funcionar em 220V. Traduzindo: quando o indivíduo perde um rim, o remanescente sofre um aumento de volume para conseguir manter sua função – que é basicamente filtrar as impurezas do sangue – e compensar a perda do outro. Através, sobretudo, da oferta de diuréticos, as farmácias dão sua contribuição à saúde dos rins – ao intensificar o fluxo urinário, os diuréticos favorecem a eliminação do sódio, muitas vezes responsável por casos de pressão arterial alta e insuficiência cardíaca e renal. É o que explica esta matéria, com informações de especialistas da Sociedade Brasileira de Nefrologia. 

Começando pelo quadro mais grave. A doença renal crônica (DRC) se caracteriza pela lesão irreversível nos rins, mantida por três meses ou mais – condição que afeta uma em cada 10 pessoas no mundo e com taxas crescentes de acometimento da população. Quando diagnosticada de forma precoce, sua progressão pode ser controlada ou retardada, na maior parte dos casos. Porém, em geral, a DRC não produz sintomas significativos ou específicos nos estágios iniciais, fazendo com que seja fundamental o conhecimento sobre a doença, seus principais fatores de risco (como hipertensão arterial e diabetes) e exames simples de rastreamento diagnóstico (creatinina sérica e exame de urina). Tudo para evitar as consequências graves da doença renal – a DRC pode evoluir para estágios avançados, quando são necessários tratamentos como a diálise e, como último recurso, o transplante renal. Essa conscientização sobre as doenças nefrológicas é o principal objetivo do Dia Mundial do Rim.

No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pacientes com DRC avançada é crescente – e atualmente mais de 140 mil pacientes realizam diálise no país.

Mesmo com a estimativa de que em 2040 a doença renal crônica possa ser a quinta maior causa de morte no mundo, existe uma persistente lacuna de conhecimento sobre a doença, que não tem sido preenchida. A Campanha do Dia Mundial do Rim 2022, idealizada pela International Society of Nephrology (ISN) e coordenada no Brasil pela SBN, foca justamente na educação sobre a doença renal em todos os setores de saúde

O Dia Mundial do Rim 2022 tem como objetivos:

  • Reforçar a importância de incentivar a população geral e os pacientes renais crônicos a adotarem um estilo de vida saudável.
  • Conscientizar os pacientes renais e suas famílias, capacitando-os para alcançarem uma melhor qualidade de vida.
  • Incentivar e apoiar médicos da atenção primária a melhorarem o conhecimento e a condução da DRC em todo o espectro de prevenção da doença.

Diuréticos: solução solúvel

Como explicado acima, ao intensificar o fluxo urinário, os diuréticos favorecem a eliminação do sódio, muitas vezes responsável por casos de pressão arterial alta e insuficiência cardíaca e renal. Ao realizar esse processo, restará menos água para ser reabsorvida pelo corpo. Por isso, esses medicamentos costumam ser indicados para diminuir a retenção de líquido. Há diferentes tipos de diuréticos que atuam sobre regiões distintas dos rins, facilitando a excreção de sais específicos, muitas vezes favorecendo um em detrimento do outro. É o caso do ácido úrico, que não é eliminado pela maior parte dos diuréticos e pode se acumular no organismo, causando artrite, gota e outras inflamações de articulações. Entre os efeitos colaterais decorrentes do uso de diuréticos, destacam-se: perda de potássio (que pode causar câimbras, perda de apetite, náuseas e vômitos), tontura, desidratação e diminuição do volume sanguíneo. Por isso, seu uso recomenda estrita orientação médica.

PRINCIPAIS DIURÉTICOS

Existem três grandes grupos de medicamentos diuréticos disponíveis nas farmácias: diuréticos de alça, tiazídicos e poupadores de potássio.

Diuréticos de alça

São os diuréticos mais potentes no mercado. Para se ter uma ideia, em pessoas normais, apenas 0,4% do sódio filtrado nos rins sai na urina, os 99,6% restantes retornam para o sangue. Com o início do tratamento pela furosemida, por exemplo, a quantidade de sódio excretada salta para 20%, um aumento de mais de 50 vezes. Além disso, eles exercem também efeitos diretos sobre o fluxo sanguíneo, causando vasodilatação e redução da resistência vascular renal. Famílias:

  • Furosemida
  • Bumetanida
  • Torasemida

Diuréticos tiazídicos

Os diuréticos tiazídicos promovem uma diurese menor que a furosemida, mas, por terem um efeito que dura até 24 horas, a perda de sódio e água acaba sendo constante ao longo do dia. Esse longo tempo de ação, associado ao fato de também terem algum efeito vasodilatador, faz com que os diuréticos tiazídicos sejam os mais eficazes no tratamento da hipertensão. Se não houver contraindicações, os tiazídicos devem ser a primeira, ou no máximo, a segunda escolha no tratamento da hipertensão. Nos pacientes com insuficiência renal avançada, porém, os tiazídicos não funcionam bem. Famílias:

Hidroclorotiazida

  • Clortalidona

Indapamida

  • Metolazona

Diuréticos poupadores de potássio

O diurético poupador de potássio mais prescrito é a espironolactona – o único que não aumenta a excreção de potássio na urina. Os poupadores de potássio agem excretando sódio e diminuindo a excreção de potássio. Isso é ótimo para quem tem potássio baixo e perigoso para quem o tem alto. Famílias:

  • Espironolactona
  • Amilorida
  • Triantereno

Cada uma das três classes de diuréticos citadas age em um local distinto do sistema renal, o que se traduz em indicações, poder de ação e efeitos adversos distintos. Isso significa também que é perfeitamente possível o médico prescrever duas classes de diuréticos ao mesmo tempo. Existem, inclusive, combinações já prontas no mercado, como:

  • Hidroclorotiazida + Amilorida
  • Hidroclorotiazida + Espironolactona
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