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Saúde auditiva: cuidado que não pode ser deixado para depois

Especialista fala sobre a condição e alerta sobre a importância da prevenção e do acompanhamento otorrinolaringológico

Considerada a primeira deficiência com mais impacto na qualidade de vida da população e, por esse motivo, eleita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das cinco prioridades de atenção para o século 21, a perda auditiva já atinge 10,7 milhões de pessoas, segundo levantamento inédito realizado pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Semana da Acessibilidade Surda (SAS).

Desencadeada por infecções, lesões, alterações genéticas ou até mesmo pelo avanço da idade – momento em que geralmente a capacidade de ouvir sons agudos é perdida progressivamente, a surdez é dividida pelas categorias suave, moderada, severa e profunda, caracterizadas pelo volume de decibéis audíveis. Estima-se que pelo menos um em cada seis adultos desenvolva algum grau de perda auditiva, sendo essa faixa etária mais atingida do que a infantil.

O Dr. Davi Knoll Ribeiro, otorrinolaringologista do Hospital São Luiz Unidade Jabaquara, conta que mesmo tendo alguns casos em que a surdez seja resultado de uma condição congênita, outros são de causas que podem ser prevenidas ou até mesmo reversíveis. “A exposição inadequada ao ruído, a poluição sonora ou as infecções são algumas causas que podem ser evitadas. Já em situações decorrentes de problemas no sistema de condução do som ou que se situam nos segmentos externo e médio das orelhas, são plenamente reversíveis. Porém, mesmo os casos considerados irreversíveis, como as doenças que incidem sobre o segmento neurossensorial, existem tratamentos e formas de manejo”, explica o especialista.

Identificar tal condição é simples: o diagnóstico é feito por meio da realização de uma consulta com um otorrinolaringologista, que indicará exames específicos para constatar se há de fato algum problema. Entretanto, é importante alertar que o acompanhamento deve ser feito desde os primeiros dias de vida. A triagem auditiva, mais conhecida como teste da orelhinha, faz parte dos procedimentos realizados ainda na maternidade, entre as primeiras 48 horas de vida do bebê. Após esse cuidado, as crianças devem continuar sendo acompanhadas ao longo do seu crescimento por meio de testes comportamentais que irão avaliar o bem-estar da parte auditiva.

Segundo o médico, diversos estudos vêm sendo desenvolvidos e apresentados a fim de melhorar a qualidade de vida dos deficientes e apresentar soluções no tratamento e controle do problema. Com destaque para os aparelhos ABI (Auditory Brainstem Implant), chamados de implantes de tronco cerebral, que realiza uma estimulação sonora diretamente no cérebro, possibilitando a capacidade de captar e compreender o som.

Mesmo com um diagnóstico simples, ainda existem dificuldades para esse problema, já que o preconceito, a demora na procura por ajuda médica e o conhecimento quanto ao acompanhamento correto da saúde da audição ainda é grande. “A população precisa entender que do mesmo modo que o check up anual é feito em outras áreas médicas, como com o cardiologista por exemplo, o acompanhamento otorrinolaringológico é fundamental e também deve ser frequente”, alerta Knoll.
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