Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é que a apneia obstrutiva do sono – cuja consequência prática e desagradável é o ronco – afete uma em cada três pessoas no mundo. E 85% dos casos nem chegam a ser diagnosticados. De acordo com um estudo recente, a pandemia de Covid-19 contribuiu para o agravamento dos distúrbios do sono, problema que acomete cerca de 45% da população mundial. A Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, ensina como tratar e o que fazer para lidar com esse som noturnamente desagradável em cinco dicas para lidar com ele.
Dormir bem é uma parte importante de toda e qualquer rotina saudável. Mas, às vezes, o ronco é o grande vilão das boas noites de sono. Seja para quem ronca, seja para o parceiro ou parceira do roncador, lidar com noites repletas de roncos não é fácil para ninguém. Apesar de alguns tipos de roncos serem normais – por exemplo, quando estamos gripados (e respiramos pela boca), depois do consumo de álcool ou quando estamos muito cansados – o ronco pode ser um sinal de apneia do sono.
“Nessa condição de saúde existe uma interrupção da passagem do ar na respiração, com a diminuição na quantidade de oxigênio no sangue, explica a Dra. Maura Neves”. Isso traz grandes problemas para a saúde. A presença da apneia do sono está associada, por exemplo, ao aumento do risco de hipertensão, insuficiência e arritmia cardíacas, derrame e diabetes”.
Considerando tudo isso, a Dra. Maura elencou cinco dicas essenciais para lidarmos com os roncos.
Não existe meio-termo por aqui: se a pessoa ronca frequentemente, deve procurar um médico o mais rápido possível. Principalmente se ela responder ‘sim’ a uma dessas perguntas:
Na dúvida se a pessoa está roncando além da conta? Vale a pena ficar de olho em alguns dos principais sinais da apneia do sono:
Um dos principais exames que o médico otorrinolaringologista vai pedir é uma polissonografia. “Nele, verifica-se o tempo de sono, a frequência cardíaca e as porcentagens dos estágios de sono, além da quantidade de apneias e microdespertares”, explica a médica. “Também associamos os sintomas clínicos de sonolência diurna, que avaliam a chance de cochilarmos em situações cotidianas.”
É claro que o tratamento vai depender de cada caso. No entanto, existe uma conclusão certeira na comunidade médica: a mudança de hábitos de vida pode, sim, melhorar a qualidade do sono. Nesse caso, manter uma rotina de exercícios físicos e perder o excesso de peso são dois pontos importantes. Evitar jantares muito pesados e gordurosos, dormir de lado (e não com a barriga para cima) e evitar o consumo de bebidas alcoólicas também faz parte das mudanças que fazem a diferença no tratamento da apneia.
As mudanças no estilo de vida são essenciais nesse processo, mas pode ser necessário também um tratamento médico para os casos mais graves de apneia do sono. “Esses tratamentos envolvem cirurgia, uso de aparelhos intraorais e fonoterapia para fortalecimento da musculatura do pescoço. Cada uma dessas opções será avaliada, caso a caso, e depende da severidade da apneia”, finaliza a Dra. Maura.
Dra. Maura Neves
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