Farmácias de manipulação empregam 58 mil pessoas, registraram aumento de 6,3% das vagas em apenas dois anos e crescimento das oportunidades para profissionais jovens, além de proporcionar 8,7% de aumento salarial entre 2017 e 2019
Ganho real de salário em tempo de inflação baixa pode ser um indicador de que há força e expansão em um setor. Esse é o cenário atual das farmácias de manipulação, segundo o Panorama Setorial Anfarmag 2020. Este estudo é desenvolvido pela Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), entidade que representa institucionalmente o segmento de farmácias de manipulação e trabalha pelo desenvolvimento de toda a cadeia envolvida na promoção da terapia de saúde individualizada.
De acordo com a pesquisa, o setor proporcionou ganho real de 8,7% no salário dos funcionários entre dezembro de 2017 e dezembro de 2019, já descontada a inflação do período. Ao todo, as farmácias de manipulação brasileiras investiram R$ 1,452 bilhão em mão de obra em 2019.
Outro diferencial do setor de farmácias de manipulação é o aumento de sua capacidade de geração de empregos à medida que evolui também a necessidade de expansão das atividades da farmácia e de atendimento ao cliente. Dos 58 mil postos de trabalhos ativos até o final de 2019, 3.431 tinham sido contratados nos 24 meses anteriores, o que representou um aumento de 6,3% no número de profissionais que passaram a atuar no setor.
A empregabilidade no setor de farmácias de manipulação cresceu mais que o número de farmácias (que aumento em 6%, somando cerca de 8.000 estabelecimentos no país), o que indica contratações por parte dos estabelecimentos já existentes e consolidação dos mesmos. Ao analisarmos o levantamento podemos avaliar que a motivação para contratações vêm principalmente do aquecimento do setor, impulsionado principalmente por áreas relacionadas às terapias preventivas e de bem-estar, que visam um cuidado de longo prazo.
O farmacêutico e diretor executivo da Anfarmag, Marco Fiaschetti, destaca que a farmácia de manipulação é um estabelecimento de saúde essencial cuja relevância se fortalece cada vez mais. O papel do farmacêutico e dos demais profissionais que atuam nesse cenário é amplamente respeitado e demandado. “Os profissionais de saúde e pacientes vêm entendendo que cada pessoa é única e precisa de cuidado sob medida, o que é uma solução que só as farmácias de manipulação oferecem” complementa o diretor.
REGIONALIDADE
O aumento salarial se destacou na região Centro-oeste, que apresentou 7,4% de crescimento real em relação à inflação nos últimos dois anos. Quando a comparação se estende desde o fim de 2014, a evolução é de 17,3%. Apesar de ser uma das regiões que mais cresceram em faturamento e em salário médio (3% em dois anos e 5% em cinco anos), o Nordeste ainda apresenta o menor salário médio. No crescimento do valor da massa salarial, ou seja, o total dispendido em salários pelas empresas de cada região (resultado da remuneração praticada combinada ao número de empregos) a maior taxa também foi a do Centro-oeste, com 12% de 2017 a 2019 e 36,4% desde 2014. Na série histórica, a região que chama a atenção é o Norte, com incremento de 43,2%.
Outro destaque na regionalização de informações é o aumento no número de funcionários na Região Norte, com aumento de 11%, seguida do Centro-oeste, com 10,4%. A região Nordeste teve aumento de 8,4%, a Sudeste 6,2% e a Sul de 3,1%. Apesar das regiões Sudeste e Sul terem o menor aumento no número de funcionários, elas concentram 78,5% de todos os empregos do segmento.
MASSA SALARIAL POR PORTE DE EMPRESA
O acréscimo no investimento em mão-de-obra do setor registrado na série temporal foi de 22% e, no biênio, de 7,9%. Em valores corrigidos pelo IPCA, se em 2014 o segmento dispendia R$ 1,190 bilhão e em 2017 R$ 1,346 bilhão, em 2019 o total estimado ficou em R$ 1,452 bilhão. De acordo com o estudo, 25,5% dos gastos anuais estavam concentrados em empresas de 20 a 49 funcionários. Naquelas com 50 a 99 empregados, ficou em 8,6%. Apenas 6,7% do total encontram-se em empresas acima de 100 funcionários.
Fiaschetti destaca que, se o perfil de salário cresce mais que a inflação, significa que a categoria profissional está com forte demanda de mão de obra e que as farmácias estão investindo em profissionais com maior qualificação e, portanto, um perfil salarial mais elevado. Por isso, fica valorizada.
IDADE DOS FUNCIONÁRIOS
Ao olhar para o perfil dos funcionários do setor, destacam-se aqueles que têm entre 30 e 39 anos, que correspondem a um terço das carteiras assinadas. Em seguida, vêm os trabalhadores que têm entre 18 e 24 anos (22%). Essa parcela de colaboradores foi a que mais cresceu nos últimos anos, com um aumento de 16,9% na faixa etária. Pelo tamanho de empresa, verifica-se que mais da metade dos empregos está nas farmácias de manipulação que têm entre 10 e 50 funcionários – sendo 22,4% em estabelecimentos de 10 a 19 funcionários e 29,3% naqueles que têm de 20 a 49 colaboradores.
ESCOLARIDADE
Em mercados que demandam mão de obra qualificada, sobretudo técnica, o crescimento faz aumentar a média salarial. Com mais concorrência de mão de obra, os profissionais tendem a se especializar ainda mais para garantir empregabilidade, elevando o nível do segmento. O levantamento mostra que houve queda no número de funcionários de menor escolaridade e, quanto maior a formação, maior foi o crescimento de vagas nos últimos 24 meses. O número de funcionários com mestrado ou doutorado subiu quase 50%.
Sobre a Anfarmag
A Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) é a entidade que representa institucionalmente o segmento de farmácias de manipulação e trabalha pelo desenvolvimento de toda a cadeia envolvida na promoção da terapia de saúde individualizada. Sem fins lucrativos, a Anfarmag possui regionais distribuídas em todo o território nacional e conta com cerca de 7.000 associados por ser um parceiro essencial no dia a dia dos profissionais e das empresas que atuam no setor.
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