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PREVENÇÃO E COMBATE À HIPERTENSÃO ARTERIAL

O que é preciso saber – e fazer

Celebrado em 26 de abril, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é um alerta à população para os perigos causados pela pressão alta quando não monitorada  a tempo. Ela ocorre em cerca de 36 milhões de brasileiros, incluindo pelo menos 60% dos idosos. Silenciosa, pode causar danos irreparáveis à saúde e muitas mortes – por meio de infartos, AVCs e insuficiência renal. Em 26 de abril e nos demais dias do ano, é preciso saber que ela pode ser bem controlada e neutralizada – como ensinam aqui os especialistas

A Sociedade Brasileira de Hipertensão preparou um guia com uma série de recomendações a médicos e profissionais de saúde, como farmacêuticos, com o objetivo de reduzir a incidência da HA no País. Denominado de Call to Action, o documento traz, de forma didática, as melhores condutas para o dia a dia da assistência aos pacientes.

SEGUIR AS MELHORES PRÁTICAS

  • Manter-se atualizado com os padrões globais na prevenção e controle da hipertensão arterial.
  • Medir a pressão arterial em todas as consultas clínicas relevantes.
  • Promover, adquirir e reforçar o uso de monitores validados para a medida da pressão arterial mais precisa.
  • Tratar os indivíduos que apresentem pressão arterial igual ou acima de 160/100 mmHg, imediatamente, com mudança no estilo de vida e medicação.
  • Avaliar, regularmente, a adesão do paciente, e utilizar registros com relato do desempenho.
  • Avaliar o paciente quanto à dieta, uso de tabaco, álcool, atividade física e obesidade. E fornecer orientação individualizada sobre a parada do tabagismo e redução do consumo de álcool.
  • Participar de programas de triagem na comunidade, para medida da pressão arterial, tais como May Measurement Month [Maio Mês da Medida] e Dia Mundial da Hipertensão (17 de maio).

EMPODERAMENTO DOS PACIENTES

Encorajar os pacientes para:

  • Seguir estilos de vida saudáveis.
  • Ter a pressão arterial medida regularmente, conhecer e entender seus números.
  • Criar uma rotina para a medicação, monitorar as medicações e promover a adesão ao tratamento.

DEFENDER

  • Políticas que promovam dietas saudáveis, facilitem a atividade física, reduzam o sódio, diminuam o consumo prejudicial de álcool e eliminem o tabagismo e o uso de gordura trans artificial.
  • Políticas que assegurem a venda e uso de monitores de pressão arterial automáticos, validados.
  • Treinamento e certificação regular dos profissionais de saúde que fazem a medida de pressão arterial regularmente.

Por dentro da pressão arterial

Como explica o Dr. Marcello Fabiano de Franco, da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), a hipertensão é definida como uma condição clínica em que o nível de pressão, particularmente da pressão arterial mínima, apresenta permanentemente certa medida de elevação. “Toda vez que medimos os níveis da pressão arterial, aferimos a pressão máxima e a pressão mínima O que significa isso? O primeiro valor (pressão máxima) está relacionado com a força de contração do coração para impulsionar o sangue, visando nutrir todos os órgãos e os tecidos do corpo humano. O segundo valor (pressão mínima) diz respeito à chamada resistência periférica, ou seja, a força mecânica que o sangue deve vencer ao nível dos pequenos ramos arteriais dos órgãos e tecidos para poder nutrir adequadamente os tecidos”. O aumento da resistência periférica e o estado de hipertensão arterial podem ocorrer sem uma causa conhecida – quando é chamada de hipertensão arterial primária ou idiopática. Ou acontecer devido a uma condição orgânica que pode causar hipertensão arterial, como doença renal crônica, estenose das artérias renais, tumores da glândula adrenal, entre outras condições (aí ela é chamada de hipertensão arterial secundária).

“A grande maioria dos casos de hipertensão é de natureza primária, sem causa conhecida. Portanto, a hipertensão arterial é considerada doença que deve ser tratada na fase inicial. Sem dúvida, as elevadas taxas de incidência dessa doença no Brasil, cerca de 30% da população, constituem grave problema de saúde pública”, analisa o Dr. Franco.

Se não tratada, o estado permanente de hipertensão arterial acaba por comprometer o coração e o sistema circulatório. As artérias e os pequenos ramos arteriais (arteríolas), em consequência da alta pressão em suas paredes, vão se hipertrofiando, degenerando, espessando, causando lesões irreversíveis. “O sistema arterial vai se tornando rígido, inelástico, dificultando a passagem do sangue bombado pelo coração, diminuindo a nutrição dos órgãos e tecidos”, completa o médico.

Fatores de risco: nem todos podem ser evitáveis.

  1. Histórico familiar

Um dos principais fatores de risco não está sob o controle de ninguém. Mas isso não quer dizer que a pessoa com casos na família esteja condenada a ser hipertensa ou que isso a libere de cuidados com sua saúde. O histórico familiar não é uma sentença. Se a pessoa seguir fazendo exercícios físicos, diminuir o sódio e controlar o peso, ela consegue escapar da hipertensão.

  1. Sobrepeso

Com o ganho de peso, aumenta proporcionalmente a possibilidade de hipertensão. Por isso, o Índice de Massa Corporal (IMC) ideal deve estar abaixo de 25 kg/m², tanto para homens como para mulheres.

  1. Sedentarismo

O corpo e a mente precisam de movimento para se manterem saudáveis. O recomendado para evitar a hipertensão: 150 minutos de atividade física por semana, incluindo caminhada.

  1. Consumo de álcool e cigarro

O cigarro é o pior fator de risco e não tem quantidade mínima aceitável – mesmo que seja apenas um cigarro por dia. Já o álcool é aceitável, com moderação.

  1. Estresse

A relação entre estresse e pressão alta é bem conhecida, especialmente por levar à liberação de hormônios como o cortisol. O corpo combate essa sensação fazendo a pressão subir para irrigar os músculos.

  1. Idade avançada

A partir dos 55/60 anos de vida, a rigidez arterial costuma aumentar. Pressão acima de 140/90, a partir dos 18 anos de idade, já é considerada alta.

  1. Dieta com excesso de sódio

O sal retém líquidos e, por isso, seu consumo não deve ser estimulado. O consumo elevado de sódio pode não causar hipertensão em pessoas que ainda não têm pressão alta. Mas eleva a pressão já fora do normal. Alertam os médicos: qualquer sal é ruim. O grosso tem menos produtos químicos que o refinado, mas é sal do mesmo jeito.

  1. Esperar por sintomas

Um erro grave, mas comum: esperar aparecer algum sintoma para medir a pressão. Hipertensão é uma doença, na maioria das vezes, assintomática e progressiva.

Como medir a PA para um bom diagnóstico

  • MAPA – fora do consultório, a pessoa mede a pressão durante 24h, enquanto realiza suas atividades cotidianas – inclusive quando está dormindo. A média dessa aferição deve estar abaixo de 13/8.
  • MRPA – é medida em casa, em repouso. No protocolo brasileiro, são cinco dias de monitoração. Apenas a primeira é realizada na clínica farmacêutica ou consultório médico, e as demais são feitas em casa, de manhã e à noite. A média saudável deve estar abaixo de 135/85.
  • AMPA – é a “automedida” da pressão arterial. São medições aleatórias, num conjunto de sete vezes, a partir das quais é calculada uma média. Há, inclusive, aplicativos disponíveis para realizá-la por meio do celular. O ideal é que a média fique abaixo de 135/85.

Prateleira de anti-hipertensivos

Pelo menos seis famílias de medicamentos são prescritos para a redução da pressão. Só o médico pode receitá-los e até combiná-los – mas o farmacêutico pode administrar seu uso junto ao paciente.

Diuréticos – Atuam aumentando a eliminação do sal e reduzindo a retenção de água – consequentemente, abaixam a pressão que decorre do inchaço. Alguns princípios ativos: clortalidona, hidroclorotiazida, indapamida, furosemida, bumetanida, espironolactona e amilorida.

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