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Plantas medicinais O mapa da cura

Por Celso Arnaldo Araujo

São 28 espécies de plantas – cada qual com sua ação terapêutica comprovada. Elas fazem parte de uma espécie de inventário fitoterápico oficial avalizado pela Anvisa

 

País com a maior flora do planeta, e pelo menos 10 mil espécies com potencial terapêutico, na forma de folhas, sementes, cascas, frutos e flores, o Brasil está avançando na utilização desse arsenal nos cuidados de saúde de sua população – tão carente de assistência médica. Depois da criação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, com a introdução de 12 fármacos do gênero no Sistema Único de Saúde (SUS), chegou a vez de a Anvisa lançar o chamado “Memento Fitoterápico”, manual que reúne informações científicas sobre 28 plantas medicinais – um guia oficial de orientação a profissionais de saúde.

Estas são as 28 espécies que integram o documento, divididas por origem botânica. Se bem indicadas, elas podem ser úteis em diversas situações que assolam o corpo e a mente – de queimaduras a ansiedade e colesterol alto.

Raízes fortes

A parte da planta que absorve os nutrientes da terra é matéria-prima de diversos fitoterápicos.

  1. Cimicifuga (Actaea racemosa)

Também conhecida como black cohosh, é utilizada há séculos pelos povos da América do Norte.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato.

Indicação – Alívio dos sintomas da menopausa, como fogachos, suadouro, vermelhidão, alterações de humor, ansiedade e depressão.

Exige prescrição médica.

  1. Gengibre (Zingiber officinale)

Prescrito por médicos da Índia e da China desde a Antiguidade.

Forma de uso – Cápsula, comprimido, extrato, tintura e pó.

Indicação – Alivia enjoo, náusea e vômitos, dificuldade de digestão e tontura em trânsito em veículos diversos.

  1. Kava-kava (Piper methysticum)

Descoberta pelo navegador inglês James Cook (1728-1779), essa raiz promove o relaxamento muscular.

Forma de uso – Cápsula, comprimido ou extrato.

Indicação – Estágios leves e moderados de ansiedade e insônia, com uso restrito a oito semanas, no máximo.

Exige prescrição médica.

  1. Equinácea (Echinacea purpurea)

Opção terapêutica dos índios americanos para picadas de cobra e infecções, está nas farmácias dos Estados Unidos desde 1930.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e raiz seca.

Indicação – Ajuda na prevenção e no combate coadjuvante de resfriados.

Exige prescrição médica.

  1. Valeriana (Valeriana officinalis)

Os valepotriatos, substâncias da planta, agem no sistema nervoso central e aliviam o estresse.

Forma de uso – Cápsula, comprimido, extrato ou tintura.

Indicação – Sedativo moderado com efeito também em distúrbios do sono associados à ansiedade.

Exige prescrição médica.

  1. Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens)

Tem esse nome pelo formato de seus galhos e folhas.

Forma de uso – Cápsula ou comprimido.

Indicação – Dores moderadas nas articulações e incômodos agudos na região lombar da coluna.

Sementes

  1. Alho (Allium sativum)

É do bulbo, que surge a partir da raiz, que se extraem suas propriedades.

Forma de uso – Tintura, extrato e cápsula.

Indicação – Ajuda a combater bronquite, asma, sintomas de

  1. Soja (Glycine max)

Os grãos originários do Oriente podem amenizar incômodos da menopausa quando a reposição hormonal não surte o efeito desejado ou é contraindicada.

Forma de uso – Cápsula.

Indicação – Alívio dos sintomas da menopausa, como fogacho e suor excessivo.

  1. Castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum)

A escina, substância de destaque nessa semente, fortalece os vasos sanguíneos.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e gel.

Indicação – Fragilidade dos cabelos e insuficiência venosa – que dá origem a varizes nas pernas ou hemorroidas.

  1. Guaraná (Paullinia cupana)

Fruto tipicamente brasileiro, tribos indígenas amazônicas o utilizam há séculos

Forma de uso – Cápsula e comprimido.

Indicação – Fraqueza e cansaço crônico, por estímulo do cérebro.

Planta inteira

  1. Erva-de-são-joão (Hypericum perforatum)

Diversos vegetais que florescem no mês de junho no Brasil recebem esse nome por causa das festas juninas. Mas a espécie com efeito medicinal vem da Europa.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e tintura.

Indicação – Depressão leve e moderada.

Exige prescrição médica. 

Flores e frutos

  1. Camomila (Matricaria chamomilla)

O camazuleno, óleo essencial de sua flor, é a substância terapêutica da espécie.

Forma de uso – Infusão, extrato seco ou fluido, cápsula e comprimido.

Indicação – Alivia espasmos, ansiedade e atua como sedativo leve. Também tem efeito anti-inflamatório na boca.

  1. Calêndula (Calendula officinalis)

A popular malmequer é largamente empregada em cosméticos e trata feridas, varizes, traumatismos, furúnculos.

Forma de uso – Infusão, tintura, extrato, gel, creme e pomada.

Indicação – Anti-inflamatório, cicatrizante e antisséptico para pele e mucosas.

  1. Sene (Senna alexandrina)

Suas propriedades fitoterápicas são estudadas desde o século 9.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato.

Indicação – Constipação intestinal ocasional.

  1. Trevo-vermelho (Trifolium pratense)

Largamente encontrado na Ásia, faz parte da farmácia tradicional indiana.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato.

Indicação – Melhora dos sintomas da menopausa, dor nas mamas e tensão pré-menstrual (TPM).

Exige prescrição médica.

  1. Saw-palmetto (Serenoa repens)

Os frutos dessa pequena palmeira típica da América do Norte contêm ácidos graxos e fitosteróis.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato.

Indicação – Crescimento benigno da próstata.

Exige prescrição médica.

Cascas grossas

  1. Barbatimão (Stryphnodendron adstringens)

Abundante no Cerrado brasileiro, era chamado pelos índios de ibá timbó, ou seja, “árvore que aperta” – por sua capacidade adstringente.

Forma de uso – Creme e pomada.

Indicação – Ação cicatrizante.

  1. Cáscara-Sagrada (Rhamnus purshiana)

Planta norte-americana com ação intestinal.

Forma de uso – Cápsula, comprimido, tintura, extrato e fluido.

Indicação – Constipação intestinal ocasional.

  1. Unha-de-gato (Uncaria tomentosa)

Substâncias como a mitrafilina e a pteropodina respondem por suas capacidades terapêuticas.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato.

Indicação – Anti-inflamatório.

Folhas (grupo com mais representantes e aplicações farmacêuticas no documento da Anvisa)

  1. Boldo-do-chile (Peumus boldus)

Os pastores dos Andes notaram que carneiros melhoravam da prisão de ventre quando consumiam a planta. Daí sua fama.

Forma de uso – Infusão, cápsula e comprimido.

Indicação – Melhora a digestão por aumentar a secreção de bile, fluido importante para a quebra dos alimentos.

  1. Maracujá (Passiflora incarnata)

O gênero passiflora abrange mais de 400 espécies vegetais e seus poderes calmantes vêm dos flavonoides da folha.

Forma de uso – Planta in natura, cápsulas, extrato e tintura.

Indicação – Sedativo leve, tem ação contra a ansiedade e depressão inicial.

  1. Goiabeira (Psidium guajava)

O chá de suas folhas é empregado contra distúrbios intestinais em crianças.

Forma de uso – Infusão, cápsula, extrato e comprimido.

Indicação – Tratamento de diarreia aguda não infecciosa e inflamação do intestino delgado provocada pelo rotavírus.

  1. Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia)

Quercetina, campferol e maetanino são os elementos responsáveis pelo alívio da azia.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e infusão.

Indicação – Com ação antiácida, protege a mucosa do estômago.

  1. Babosa (Aloe vera)

Quatro das mais de 200 espécies dessa leguminosa africana são seguras para consumo humano.

Forma de uso – Gel e pomada.

Indicação – Cicatrizante de ferimentos na pele e em queimaduras de primeiro ou segundo grau.

  1. Alcachofra (Cynara scolymus)

Seu nome vem do árabe e significa, literalmente, “planta espinhuda”.

Forma de uso – Cápsulas, comprimidos, infusão e extrato.

Indicação – Coadjuvante no controle de colesterol alto e da síndrome do intestino irritável.

  1. Ginkgo (Ginkgo biloba)

Árvore natural do Japão e da China, alcança até 40 metros de altura e vive mais de 4 mil anos.

Forma de uso – Cápsula, comprimido e extrato.

Indicação – Cãibra, vertigem e zumbidos decorrentes de problemas na circulação sanguínea.

  1. Cavalinha (Equisetum arvense)

Tem esse nome porque seus ramos alongados e delgados lembram o rabo de um cavalo.

Forma de uso – Cápsula, comprimido, tintura com álcool e infusão.

Indicação – Diurético, aumenta o volume de urina.

  1. Alecrim-bravo (Lippia sidoides)

Essa espécie de alecrim-bravo não é a utilizada na cozinha.

Forma de uso – Sabonete líquido, gel, infusão e tintura.

Indicação – Anti-inflamatório e antisséptico da cavidade oral, trata infecções na pele e no couro cabeludo causadas por fungos ou ácaros.

 

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