Por Carla Ferrari
Novembro, mês que abriga o Dia Nacional e o Dia Mundial do Diabetes, é o ponto alto da campanha permanente de conscientização sobre essa amarga doença que afeta quase 15 milhões de brasileiros. Somos, aliás, o quarto país do mundo em número de diabéticos. Por isso, todo mês, todo dia, não só 14 de novembro, é preciso falar da diabetes, uma doença que pode se tornar incapacitante e mortal, para enfrentá-lo à altura. Aqui, a Dra. Carla Tamanini Ferrari, endocrinologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, preparou uma lista com as 10 perguntas mais frequentes sobre o diabetes em seu consultório. E as respostas podem ser úteis também em eventuais consultas farmacêuticas.
A maioria das formas de diabetes, se não tratadas adequadamente, podem levar a complicações graves. Mas o chamado Diabetes Tipo1, caracterizado pela não-produção de insulina em determinada fase da vida, pode ser fatal quando não tratado. O Tipo 1 corresponde de 5 a 10% dos casos de diabetes e é causado pela destruição das células pancreáticas, que se tornam incapazes de secretar insulina de forma suficiente para manter a glicemia em níveis normais.
Ele corresponde a 90 a 95% dos casos de diabetes e tem apresentado um aumento progressivo na população nos últimos anos, devido à epidemia global de obesidade, maus hábitos alimentares e sedentarismo. Causado pela resistência orgânica à insulina, em indivíduos com incapacidade pancreática de manter os níveis de insulina altos o suficiente para vencer essa resistência e manter a glicemia no valor normal, também pode trazer sérias consequências se não compensado.
Qualquer alimento consumido em excesso, que consequentemente leve ao aumento do peso e aumento da resistência insulínica, pode causar diabetes – inclusive o açúcar. Vale reforçar que o diabetes pode também ter causas autoimunes e genéticas – mais frequentemente, nesse caso, o do Tipo 1.
Não há proibição completa. O que se orienta é equilíbrio no consumo. Também é indicado o controle por insulina, em alguns casos – inclusive no Tipo 2. A Sociedade Brasileira de Diabetes lançou um informativo nutricional aos pacientes em comemoração ao Dia Mundial do Diabetes. Nele é possível acessar um conteúdo didático e com diversas as orientações importantes Clique aqui para acessar.
Depende muito da fase da doença e dos níveis de glicemia no sangue. Em geral, pacientes com glicemia muito elevada podem apresentar glicosúria – a urina pode aparecer com odor adocicado. Nesse caso, há até relatos de formigas no sanitário, por exemplo. Já a diurese osmótica provoca um quadro de poliúria – mais de três litros de urina por dia. A polidipsia – sede intensa – é um mecanismo protetor contra a desidratação, nos pacientes com hiperglicemia, condição que também aumenta o risco de vários tipos de infecções, com destaque para vulvovaginites e infecções urinárias. Mais sintomas em casos não controlados: os pacientes com redução dos níveis circulantes de insulina (diabéticos Tipo 1 ou diabéticos Tipo 2 em estágio avançado) podem apresentar polifagia, ou fome excessiva, com perda progressiva de peso. Já pacientes com diabetes de longa data, mais de 5 a 10 anos, principalmente aqueles com mau controle glicêmico ou predisposição genética maior a complicações vasculares, podem apresentar feridas, sobretudo nas pernas.
O excesso de peso está mais relacionado ao surgimento do diabetes Tipo 2 secundário, com resistência periférica à ação da insulina – principalmente em tecidos musculares, adiposos e no fígado. Basicamente, a gordura visceral pode dificultar a ligação da insulina ao seu rede Medicina reconheceu, por meio da Resolução nº 2.172/2017, a cirurgia metabólica como opção terapêutica para pacientes portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) que tenham índice de massa corpórea (IMC) entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2 – nos casos em que a enfermidade não tenha sido controlada por tratamento clínico. Foram relatados casos de remissão do diabetes nesses pacientes. No entanto, ainda não podemos chamar isso de cura.
Por ora, pacientes com diabetes tipo 1 irão necessitar do uso da medicação para o resto da vida. Já em alguns pacientes com diabetes Tipo 2, com uma dieta saudável e equilibrada e perda de peso, a insulina pode fazer parte de uma fase de controle inicial – e posteriormente ser substituída por medicamentos orais.
A metformina foi sintetizada em 1929, mas continua sendo uma droga muito atual e eficaz. Seus benefícios são vistos desde a prevenção da evolução do pré-diabetes para diabetes como no controle da glicemia no paciente com diagnóstico de diabetes. Seu principal mecanismo de ação se dá por meio da redução da resistência à ação da insulina, principalmente no fígado, músculos e tecidos adiposos. A apresentação de liberação prolongada (extended release, XR) causa menor incidência de eventuais efeitos gastrintestinais.
Nas mulheres, um dos sintomas de diabetes descompensado pode ser a irregularidade menstrual ou até a ausência de menstruação. As mulheres com diabetes bem controlado e com suas glicemias dentro dos valores recomendados podem engravidar, com recomendação de serem avaliadas pelo endocrinologista antes da concepção – já que algumas medicações não são indicadas na gestação e na amamentação.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |