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8 de agosto Dia Nacional de Combate ao Colesterol: A mocinha e a vilã das gorduras

Por Celso Arnaldo Araujo

 Em sua quantidade e qualidade “normais”, o colesterol natural é uma gordura fundamental para nossa saúde, pois responsável pela “limpeza” do sistema cardiovascular – esse é o HDL, o chamado colesterol bom. Mas, na contramão desse processo, o colesterol LDL – e esse é o mau – facilita o depósito de gordura nos vasos sanguíneos, com efeitos altamente nocivos. Nesse caso, a coisa pode fica feia, com a ocorrência de insuficiência cardíaca, infartos do miocárdio e derrames cerebrais. Para combater esse inimigo potencialmente mortal, a ciência criou as chamadas estatinas – segundo alguns especialistas, a mais importante classe farmacêutica do século 20. E as novas famílias de estatinas que estão chegando às farmácias estão cada vez mais eficientes no controle do colesterol alto e nocivo. Por isso, no Dia Nacional de Combate ao Colesterol, celebrado em 8 de agosto, os médicos reforçam seu alerta para os riscos desse descontrole. Níveis altos de colesterol atingem 40% da população, o que representa aproximadamente 80 milhões de brasileiros, ou seja, 4 a cada 10 pessoas. Outro dado que chama atenção é que cerca de 11% das pessoas nunca realizaram exame de colesterol. Aqui, a equipe do Centro Especializado em Cardiologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz esclarece algumas das principais dúvidas sobre o colesterol. Confira:

 

Qual a diferença entre o colesterol bom e o ruim?

O colesterol dito “ruim” é o LDL colesterol – abreviatura em inglês para “Low Density Lipoprotein” ou lipoproteínas de baixa densidade – que facilita o depósito de gordura na parede dos vasos sanguíneos. O colesterol “bom” é o HDL colesterol – abreviatura em inglês para “High Density Lipoprotein” ou lipoproteínas de alta densidade, e é responsável pela “limpeza” do sistema cardiovascular, fazendo o transporte reverso da gordura acumulada nas paredes das artérias.

 O que faz subir essas duas formas de colesterol?

Tanto o colesterol HDL “bom” quanto o LDL “ruim” partem do fígado para a circulação sanguínea. Estima-se que cerca de 85% dos níveis de colesterol ruim são originários da secreção pelo fígado, enquanto os demais 15% são provenientes da dieta. Mas um regime alimentar esbanjando gordura pode potencializar essa porcentagem.

 Quais os riscos para a saúde de quem tem colesterol alto?

Níveis altos de LDL no sangue são um importante fator de risco para problemas no coração, entre eles a obstrução das artérias, que pode culminar com a angina ou o infarto. Além disso, colesterol ruim em excesso também está relacionado a outros tipos de complicação, como doenças da principal artéria do corpo, a aorta, além de agravamento de quadros de demência e AVC – o derrame cerebral. Por outro lado, níveis altos de HDL, o bom, podem conferir algum grau de proteção para essas doenças.

Como é o tratamento do colesterol ruim?

Pacientes que têm níveis muito altos de colesterol LDL precisam fazer dieta com baixo teor de gorduras consideradas ruins (saturadas). Associado a exercícios físicos aeróbicos regulares, esse regime alimentar pode reduzir entre 15 a 20% os níveis desse tipo de gordura no sangue e, consequentemente, atenuar as chances de complicações. Por outro lado, alguns pacientes precisam, além da modificação de estilo de vida, de medicamentos específicos para reduzir o colesterol ruim – principalmente as estatinas, que reduzem a secreção de colesterol ruim pelo fígado por meio da inibição de uma enzima específica – a HMG COa redutase. Uma nova opção que auxilia no tratamento são os inibidores da proteína convertase subtilisina/Kexin tipo 9 (PCSK9), que auxiliam a retirada do LDL da circulação pelo fígado. E, nas famílias das estatinas, o mais recente destaque é a pivastatina, que apresenta níveis terapêuticos adicionais – como não interferir nos níveis de glicemia no sangue, Essa característica da pitavastatina, como o potencial para ser utilizada, dentre outros, por pacientes pré-diabéticos e diabéticos, já que não interfere nos níveis de glicemia no sangue.

 Quais alimentos contribuem para aumentar ou diminuir o colesterol?

Existem três tipos principais de gorduras nos alimentos: saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas. Consumir gorduras em excesso, principalmente saturadas, é pouco saudável. Dessa forma, a maioria das gorduras consumidas diariamente deve ser monoinsaturada, presentes em alimentos como o azeite de oliva, canola, abacate, amendoim e alguns tipos de nozes, ou poli-insaturada, em peixes como o atum, sardinha e em frutos do mar, nozes e sementes de abóbora. Além de alimentos, exercícios físicos podem aumentar os níveis do bom HDL.

Estatinas, a primeira escolha
Na maioria dos casos, esse classe de medicamentos compõe a terapia fundamental do excesso de colesterol ruim. Existem várias apresentações e o médico saberá indicar a mais eficiente para cada caso. Entre as opções disponíveis, destacam-se lovastatina e pravastatina, ambas de origem natural, a sinvastatina, de origem semi-sintética, e a geração top, rosuvastatina, atorvastatina e fluvastatina, de origem sintética.

No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, vale uma visita às farmácias que já oferecem testes rápidos de perfil lipídico – ou seja, um prático e acessível exame “contábil” das gorduras no sangue, primeiro passo para o início de um combate enxuto aos vilões gordurosos que podem abreviar nossa vida. Brevemente, deve chegar ao mercado outro princípio ativo recém-aprovado pela Anvisa – o inclisiran, novo aliado de adultos com risco cardiovascular elevado e histórico de infartos e AVC, portadores da chamada hipercolesterolemia, para manter o LDL abaixo de 50 mg/dl e evitar novos acidentes vasculares pelo excesso de gordura. De formato injetável e eficiente com apenas duas doses por ano, em associação com as estatinas, nos testes clínicos o inclisiran reduziu em até 50% o nível do colesterol ruim no sangue – e a posologia reduzida ao extremo pode salvar muitas vidas, pois apenas 40% das pessoas que vivem com colesterol alto diagnosticado permanecem usando algum medicamento para controlar o problema. Mas o preço elevado do inclisiran, quando chegar ao mercado, vai reduzir o uso potencial inicial da nova medicação. E “não abusar” das gorduras ainda é a recomendação mais barata de combate ao colesterol, independentemente dos avanços farmacêuticos.

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