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Mulheres relatam como aprenderam a se relacionar bem com a menstruação

Coletores menstruais ajudaram muito no autoconhecimento e mudaram a percepção das pessoas

Imagine viver em um mundo em que você não sabe como lidar com a menstruação e isso acaba sendo um tabu tão grande que as pessoas não tocam no assunto, os homens acham que é uma doença e tudo conspira para você ficar péssima “naqueles dias”?

Pois é. Esse mundo ainda existe em pleno século 21. Muitas pessoas preferem não tocar no assunto porque entendem que é um tabu e são condicionadas a entender que a função menstrual é algo que deve ser escondido, algo vergonhoso.

Porém, os símbolos de poder de uma mulher estão justamente ligados ao fato de sangrar todo mês, durante alguns dias. O empoderamento feminino ganhou força na última década e está fazendo com que as mulheres não tenham mais medo de tocar no assunto. Grandes empresas e instituições optaram por falar sobre o assunto e acabaram desenvolvendo objetos mais benéficos para as mulheres e, também para o meio ambiente.

A Fleurity, empresa especialista no desenvolvimento de produtos para a saúde, criou os coletores menstruais e ajudou muitas pessoas a aceitarem essa condição do organismo e o autoconhecimento do corpo.

Rhaissa Resk, mulher, jovem, sempre sentia nojo ao ver seu próprio sangue, achava que estava suja e como as conversas com as amigas eram sempre do mesmo tom, acreditava que era uma coisa normal. Porém, uma amiga começou a falar dos benefícios do coletor menstrual e como era mais sustentável e econômico, ela resolveu tentar. “Depois de muito escutar, resolvi comprar e o primeiro mês foi incrível. Eu acertei a aplicação e acabei me apaixonando. Não preciso mais ver meu sangue toda hora, minha relação com a minha menstruação melhorou muito e eu virei a maior defensora desse produto”, conta Rhaissa.

Bianca Nogueira têm um período longo e não aguentava mais gastar dinheiro com absorvente e usar excessivamente o papel higiénico. “Eu não me sentia nada confortável com o absorvente, me incomodava tudo, principalmente o volume que apresentava na calcinha. Em dias quentes, era um terror”, afirma. A estudante resolveu começar a usar o coletor por causa da indicação de uma amiga e se apaixonou. “No começo eu tinha receio, pensava como iria trocar na faculdade, mas com o tempo percebi que não era nada demais. Hoje, tenho em mente a importância do ciclo para o corpo”.

A estudante ficou tão adepta que até fez com que sua mãe, de 56 anos, se tornasse uma consumidora. “No começo, ela falava pra mim que era inútil e muito estranho, mas com o tempo percebeu as qualidades e agora não larga mais”.

Já Isadora Lemes, roteirista, afirma que a questão ambiental é algo que importa muito para ela e quando ficou sabendo dos “copinhos” e que eles eram sustentáveis não pensou duas vezes. “O fato de eu saber que com o copinho eu não estou gerando lixo de absorvente descartável é algo que eu considero muito importante”, afirma. Ela também comenta que o utensílio fez com que a relação com seu corpo mudasse completamente. “Antes de utilizar, esse ato corriqueiro era algo que eu não prestava muito atenção, vivia no automático de troca de absorvente, TPM etc. Agora, com ele, eu sinto de fato o que acontece e não sinto mais a sensação de nojo e sujeira”, explica.

A ginecologista, Mariana Fischer, acredita que os coletores menstruais realmente mudaram a forma das mulheres terem uma boa relação com o próprio corpo e com a menstruação e acha que aprender a utilizar o produto da maneira correta é muito importante para o autoconhecimento continuar em evolução. “Vejo que muitas pessoas têm certo receio ao utilizar por medo de não saber inserir e se machucar. Quando elas pegam o jeito e descobrem como é o melhor jeito para seu corpo aprendem a amar a utilização”, afirma a médica.

As mulheres citadas nessa matéria e muitas outras perceberam que a menstruação não tem o único intuito de preparar o organismo para uma possível gravidez. Mais do que isso, também trabalha a limpeza das emoções, como rancores, tristezas, decepções, inseguranças e medos.
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