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Poder de compra sênior – A LONGEVIDADE É O NOVO OURO

Por Silvia OSSO

Tendência forte que vem por aí nos próximos anos, sobretudo nas farmácias: o poder de compra sênior. O conceito de velhice está mudando e as pessoas estão vivendo mais e cuidando melhor da saúde, aparência e bem-estar. Admitir que a longevidade é um fato, que consumidores mais idosos não se veem como tal e buscam novas forma de viver mais e melhor é fundamental para estabelecer estratégias inovadoras a curto e médio prazos.

Admitir que a população está envelhecendo e que quer fazer isso da melhor forma possível ilustra a importância do bem-estar nos dias atuais. De mãos dadas com essa constatação está que o “bem viver” agora é um estilo de vida. As duas afirmações fazem todo o sentido. Primeiro porque viver mais só vale a pena se for para viver melhor. De acordo com um estudo da OMS, a expectativa de vida em alguns países deve superar os 85 anos (mulheres) e 81 anos (homens) para os nascids a partir de 2030. O envelhecimento populacional é um fenômeno e está associado ao aumento da expectativa de vida das pessoas e à redução no número de nascimentos. No Brasil, segundo o IBGE, em uma década, o número de brasileiros com mais de 60 anos cresceu 50%. Hoje, o país tem 26 milhões de idosos – e a previsão é que esse número chegue a 37,9 milhões em 2027. Ou seja: em uma década, o segmento ganhará quase 12 milhões de consumidores; mais que a população de Portugal, para se ter uma ideia da importância desse aumento.

Conexão em tempo integral

Com a pandemia, muita coisa mudou, porque o stress da vida moderna, provocado sobretudo pelo excesso de informações e pela conexão em tempo integral, fez as pessoas procurar, cada vez mais, maneiras de desacelerar, recuperar as energias e viver essa vida mais longa de forma bem saudável. Saúde e bem-estar vêm se tornando muito mais um estilo de vida do que apenas uma tendência. Com a expectativa de vida aumentando e 23% da população mundial tendo mais de 60 anos em 2050 (em 2016 eram 11%…) é fundamental criar novas estratégias, produtos e encontrar melhores formas de se comunicar com esse consumidor. Envelhecer bem, para esse consumidor conectado, atual, ativo, consciente e interessado, ganhou um novo significado. Ter uma aparência saudável é a prioridade para as pessoas que buscam viver mais e melhor à frente. Para atingi-los, os produtos têm de se concentrar na promessa de oferecer uma aparência saudável em todas as fases da vida, e não em fazer o tempo voltar atrás. Além disso, os benefícios secundários devem ser bem específicos, para se alinhar com a tendência de personalização reinante para esse segmento. Essa onda sênior traz desafios e oportunidades para o setor de farmácias: se, por um lado, novos fármacos ajudam a controlar ou curar doenças, por outro, as vitaminas, suplementos e produtos de HPC garantem melhor imagem e qualidade de vida. Ambos passam a ser objeto de seus desejos. O envelhecimento da população coloca no mercado uma nova leva de consumidores, com gostos e necessidades bem específicos. Olhar para esse fenômeno com atenção e cuidado pode garantir a melhora na performance de vendas e experiências de sua farmácia.

Veja o que você precisa saber sobre essa nova geração.

Tem o poder de compra em suas mãos: com as “reviravoltas” na economia global e o déficit de empregos, os longevos passam a ter a renda em suas mãos. A maioria é aposentada e vários conseguiram poupar para viver uma velhice estável. Mesmo aqueles que tem aposentadoria mínima, em muitos casos, são os que estão mantendo suas famílias. Isso é um fato mundial.

 Buscam uma aparência mais saudável: esse é o benefício que os consumidores seniores mais desejam dos produtos de cuidados pessoais. Em pesquisas realizadas por empresas especializadas, a grande maioria dos consumidores acima de 60 anos revelou que usa hidratantes corporais e faciais com componentes de antienvelhecimento. Para essa geração, os produtos precisam estar fortemente centrados em resultados que passem a ideia de boa aparência, como pele bem hidratada e couro cabeludo saudável, entre outros detalhes estéticos. As marcas de produtos de cuidados pessoais que começarem a se alinhar mais com as tendências de saúde e estilo de vida sairão na frente…

 Querem se sentir representados: encontrar porta-vozes com os quais se identifiquem e se inspirem faz a diferença. A marca americana de cosméticos MAC lançou uma linha com Iris Apfel, ícone da moda de 96 anos. Foram 21 itens pensados para agradar não só o público sênior, mas também os demais.

 Procuram respostas a suas necessidades específicas: pensar nas mudanças físicas pelas quais os consumidores dessa idade passam será fundamental. Algumas marcas já estão trabalhando nisso, como a Form Lab, do Reino Unido, que lançou a linha Stratum C, especificamente formulada para a pele da mulher em menopausa. Da mesma forma, pensar em produtos que atendam aos problemas capilares, como textura dos fios grisalhos e perda de cabelo, torna-se, cada vez mais, uma ótima oportunidade. A francesa Kérastase, por exemplo, criou a Age Premium, uma linha de tratamento para cuidar do cabelo maduro, devolvendo a vitalidade dos fios. Outro setor que promete crescimento, pensando em necessidades específicas, é o do mercado de incontinência: as empresas conseguiram identificar várias oportunidades para novos produtos e vendas.

 Prezam a qualidade: essa geração é mais interessada em qualidade e durabilidade dos bens. Segundo apontou a Nielsen, no Brasil, tanto a Geração Silenciosa (mais de 65 anos) quanto a Baby Boomers (de 50 a 64 anos) são propensas a pagar mais por produtos que possam ajudá-las a serem mais saudáveis. Além disso, 40% dos Baby Boomers procuram produtos premium para cuidar dos cabelos e 38% para a higiene oral. E a Geração Silenciosa elege os produtos premium para o corpo (37%) e para o cabelo (31%).

 São mais leais: os consumidores seniores são mais propensos a ficar com as marcas nas quais confiam e até indicá-las para amigos e familiares.

 Desejam praticidade e bom atendimento: o grupo de consumidores sêniores está fortemente focado em serviços. Se receberem um atendimento adequado na loja ou via mídias sociais que respondam às suas expectativas, é muito mais provável que comprem e permaneçam fiéis. Eles valorizam a simpatia e a experiência dos funcionários e o tamanho da fila para atendimento e pagamento como um motivo de escolha.

Em síntese, em vez de focar apenas em aspectos da pandemia, que tal traçar estratégias para envolver esses consumidores que estarão ao seu lado nos próximos anos?


Silvia OSSO palestrante, consultora especializada em desenvolvimento de pessoas, varejo e mentoring de empresas. Autora dos livros: Atender bem dá lucro; Administração de recursos humanos em farmácia; Programa prático de marketing em farmácias; Liderança para todos e Pílulas de Gestão.

Mais detalhes vide Silvia OSSO no Google; Linkedin. Contato: siosso@uol.com.br

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