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Novos surtos de Covid-19

Uso da máscara pode voltar a ser exigido – inicialmente nos estabelecimentos de saúde, começando pelas farmácias.

Em São Paulo, onde já se destaca uma nova onda da pandemia, o uso compulsório da máscara, que tinha sido praticamente abolido mesmo em centros de saúde, provavelmente será retomado em breve. O surto de Covid-19 dá novos sinais de piora, enquanto cientistas alertam para o aumento de casos e internações em todo o país. Ao menos 12 estados brasileiros, além do Distrito Federal, relatam aumento de notificações da doença, depois de um longo período de baixos registros na pandemia. É o que mostra levantamento feito pelo GLOBO com secretarias estaduais de saúde de todo o país. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo divulgou números da nova onda na última sexta-feira, dia 11/11. Em apenas duas semanas, a ocupação de enfermarias na Grande São Paulo aumentou 81% e de UTIs, 65%. O governo emitiu um comunicado para reforçar a necessidade de que todos se vacinem com quatro doses (duas do ciclo normal e duas de reforço). Além disso, já apontou para a necessidade da retomada das máscaras de proteção. Segundo o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, o uso de máscara em locais fechados poderá voltar a ser obrigatório no Estado, se o próximo boletim epidemiológico demonstrar que as internações, especialmente nas UTIs, estão aumentando progressivamente.

Neste momento, afirmou o secretário, já há a recomendação de que as pessoas voltem a utilizar máscaras em ambientes fechados – como no transporte público e em locais de aglomeração, em especial idosos e imunossuprimidos.  Já há números embasando essa decisão. Segundo o Dr. Gorinchteyn, de 25 de outubro até o último domingo, 6, houve um aumento de cerca de 64% na ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Estado – 290 para 450 casos, em números aproximados. Já nas enfermarias, a elevação foi de 50%, saltando de cerca de 550 para 830 pacientes internados. “Quando olhamos para esses porcentuais, eles saltam aos olhos, mas, de toda forma, são números muito menores que os do início deste ano, quando tínhamos quase 4.700 pessoas internadas, e do pico da segunda onda, quando chegamos a ter 13.500. Isso mostra como a vacina tem caráter de proteção”, afirmou o secretário.

Os quadros clínicos dos pacientes, disse ele, têm sido diferentes. Boa parte dos que vão para a UTI hoje não passa de 72 horas de internação. “São pessoas que já têm problemas de saúde e, ao pegar Covid-19, são internadas em caráter protetivo”, diz. “Mesmo assim, temos que estar alertas e vigilantes.”

Buraco na vacinação

Um dos maiores pontos de atenção neste momento em relação ao enfrentamento da nova onda da Covid-19 é a falta de adesão às doses de reforço da vacina. No Estado de São Paulo, cerca de 10 milhões de pessoas não tomaram a segunda dose e 7 milhões não têm a terceira, segundo ele. Apesar de a vacina não impedir que a pessoa pegue o novo coronavírus, ela protege contra os casos mais graves. Hoje, a maioria dos pacientes mais debilitados pela doença é do grupo que não tem o esquema vacinal completo. E não é por falta de vacina que as pessoas não estão comparecendo aos postos de saúde, garante o secretário.

“Nós temos à disposição nas nossas unidades de saúde do Estado as quantidades de doses necessárias para imunizar a população com todas as doses de reforço necessárias”, diz. Por isso, a orientação principal neste momento é de que as pessoas compareçam aos postos de saúde e atualizem sua carteirinha de vacinação.

Atenção às crianças

O secretário recomendou que pais de crianças de 6 meses a 3 anos – que ainda estão desprotegidas pela vacina da Covid-19 – evitem locais aglomerados com os filhos no momento. Além disso, eles devem ser afastados da creche ou escola caso apresentem sintomas de doença respiratória, como coriza e tosse, para evitar a disseminação de vírus nessa faixa etária.

As crianças são mais sensíveis às infecções respiratórias e, atualmente, os três principais vírus que geram internações nessa faixa etária em São Paulo são: o vírus da gripe, o vírus da Covid-19 e o vírus sincicial respiratório, que gera bronquiolite.

Vacina pediátrica

Há quase dois meses a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina da Pfizer para a proteção de crianças nessa faixa etária contra o coronavírus. Mas o Ministério da Saúde só começou a enviar recentemente os imunizantes aos municípios. São Paulo ainda aguarda a chegada das doses. O secretário reforçou que é importante oferecer imunização para todos e lembrou que, apesar de os casos da doença geralmente serem menos graves nos menores, já tivemos no Brasil 3 mil mortes entre crianças e adolescentes em decorrência da Covid-19 no País.

Testes 

Laboratórios particulares e farmácias em todo Brasil vêm registrando aumento nos testes positivos para Covid-19 nas últimas semanas, em um indício do que epidemiologistas classificam como um “alerta” para essa nova onda de casos no país. A MedLvensohn, um dos maiores produtores de testes rápidos de diagnóstico do país, também registra significativo aumento nas vendas de seus autotestes de Coronavirus.

Levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostra que a taxa de exames positivos para a doença em laboratórios particulares passou de 3% para 17% em menos de um mês — um salto de 566%. O aumento de casos foi registrado principalmente no Sudeste e Centro-Oeste do país, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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