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Neurologista tira dúvidas sobre esclerose múltipla

Neste Dia Nacional da Conscientização da Esclerose Múltipla, vale o alerta para doença que atinge cerca de 35 mil brasileiros atualmente, sendo os mais afetados jovens e mulheres entre 20 a 40 anos

Perguntas do tipo “como será a minha vida daqui pra frente?” ou “será que vou poder ter filhos?” são algumas das dúvidas mais frequentes dos pacientes recém diagnosticados com Esclerose Múltipla (EM). É comum se depararem com tantas inseguranças quando têm o diagnóstico, já que é uma doença ainda de causa desconhecida, sem cura e de grande incidência no mundo.

A esclerose múltipla é autoimune e atinge o sistema nervoso central causando a destruição da mielina, proteína essencial para o funcionamento do mesmo, além da medula e do nervo óptico, o que, eventualmente, resulta em problemas como o movimento muscular, a visão e o equilíbrio. Segundo a Federação Internacional de Esclerose Múltipla existem cerca de 2,5 milhões de pessoas com EM ao redor do mundo, sendo 35 mil apenas no Brasil, uma incidência de 15 casos para cada 100 mil habitantes.

Embora tenha uma alta incidência, a doença ainda é um desafio não só para os pacientes e seus familiares, como também para muitos médicos e pesquisadores, pois ainda não se sabe o que causa a EM, dificultando também a comunidade científica a dar mais um passo para encontrar a cura. No dia 30 deste mês é celebrado o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla e para entender um pouco mais sobre a EM o Dr. Glauco Filellini, neurologista do Hospital São Luiz Unidade Morumbi, esclarece algumas das dúvidas mais comuns sobre a doença:

Como identificar a Esclerose Múltipla?

Como é uma doença autoimune, ou seja, causada pelo próprio organismo, o sistema imunológico ataca por engano a mielina, formando anticorpos contra a proteína, fazendo com que o sistema nervoso desenvolva uma inflamação. Segundo o neurologista, ainda não se sabe a causa dessa atividade anômala, mas existem algumas teorias. “Acreditamos, até então, que a EM pode ser causada por uma possível infecção viral ou até mesmo uma tendência genética”, afirma Filellini.

Os sintomas variam de acordo com o local do cérebro que foi lesionado. Por exemplo, alterações visuais, déficit motor ou sensitivo, e alteração de marcha e equilíbrio. Há também alguns sintomas relacionados às lesões da medula, como alteração da bexiga e intestino, e fadiga. Existem várias formas da doença, classificadas conforme o estágio de evolução. Quando ela se manifesta em crises, com sintomas agudos intercalados por período de silêncio, é chamada de esclerose múltipla recorrente-remitente. Quando os sintomas são permanentes e tendem a evoluir cada vez mais é chamada de progressiva primária. E, por último, existe a progressiva secundária, quando a forma remitente se torna progressiva.

Como é feito o tratamento?

O tratamento consiste, basicamente, em atenuar os efeitos e desacelerar a progressão da doença, e se divide em duas fases. A primeira, tratando as crises com corticoides. A segunda é o tratamento preventivo, no qual o objetivo é impedir a atividade anômala do sistema imunológico. Essa prevenção pode ser feita com o uso de medicamentos e mantendo uma boa qualidade de vida. “Existe uma relação direta entre a doença autoimune e estresse. Portanto, uma dieta balanceada, exercícios físicos, uma boa noite de sono e terapia emocional-comportamental podem impactar na evolução da doença”, explica o neurologista.

Por que a doença acomete geralmente jovens e em sua maioria mulheres?

Como a causa da doença ainda é desconhecida, não se sabe também porque a doença incide mais em mulheres e mais jovens. Estudos ao redor do mundo relacionam a diferença entre os gêneros, incluindo fatores como o sistema imunológico, a influência de hormônios, genética e exposições ambientais.

Como a Esclerose Múltipla impacta na vida dos portadores?

Normalmente, depois de receber o diagnóstico, os pacientes se deparam com uma série de preocupações sobre a sua qualidade de vida. Segundo o Dr. Glauco Felellini, as perguntas mais frequentes são: “como será o resto da minha vida?”; “a EM é uma doença degenerativa?”; ou “será que vou morrer?”. O neurologista alerta que o impacto da doença na vida dos portadores depende de uma série de fatores, mas mesmo que não haja uma cura, a EM pode ser controlada. “O impacto depende muito do tipo da doença, costumamos dizer que cada paciente tem a sua esclerose múltipla. Tudo depende da incidência das crises, da precocidade do diagnóstico e do tratamento, do acesso aos medicamentos e exames, entre outros”, informa.

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