Mitos e Verdades sobre a Asma Grave

Por Celso Arnaldo Araujo

Respirar bem nunca foi tão essencial – em tempos de pandemia. Mas, superada a Covid-19, o outono e o inverno geralmente agravam o comportamento pulmonar dos asmáticos – sobretudo os que sofrem da forma grave dessa doença crônica. A boa informação, antes de qualquer medicamento, é o remédio fundamental para se lidar com a moléstia. O médico pneumologista Dr. Rafael Faraco Rodrigues, membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), esclarece os mitos e verdades sobre a asma

A Organização Mundial de Saúde estima que 270 milhões de pessoas no mundo convivem com asma e de 3% a 10% desses pacientes têm asma do tipo grave. No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas convivem com diferentes formas dessa doença que dificulta a boa respiração. Não há melhor remédio preventivo do que conhecer os “bastidores” dessa moléstia incapacitante e refletir sobre a importância de se respirar bem. Mito ou Verdade?

Obesidade pode acarretar o surgimento da Asma?
Verdade. Estudos sugerem que a ação pró-inflamatória do tecido adiposo pode levar ao desenvolvimento de inflamação nas vias aéreas e, como consequência, a asma.

A asma é uma doença contagiosa?
Mito. Asma não “pega” de uma pessoa para outra. Trata-se de uma enfermidade caracterizada pela limitação do fluxo de ar pelas vias áreas pulmonares, causada por diversos fatores,
desde alérgicos até genéticos – mas não por causas transmissíveis, como vírus e bactérias.

O inverno frequentemente agrava as crises de asma?
Verdade. Na estação do frio, tende-se a ficar mais tempo em lugares fechados, com pouco sol e mais umidade. Com isso, a tendência é aumentar a proliferação de mofo e bolor, que
alimentam os ácaros alimentadores das crises.

Os tratamentos com medicamentos imunobiológicos podem trazer alívio aos pacientes com a doença?
Verdade. Desde 1º de abril de 2021, os tratamentos imunobiológicos aprovados pela Anvisa – Omalizumabe, Mepolizumabe, Benralizumabe e o Dupilumabe – estão disponíveis para os pacientes beneficiários de planos de saúde contra a asma grave. Recentemente, a CONITEC atualizou o PCDT de asma e incorporou o Omalizumabe e o Mepolizumabe para pacientes do SUS.

A Asma desaparece sozinha e tem cura.
Mito, em parte. As crises asmáticas podem desaparecer com o tempo, principalmente com tratamento adequado, mas ela não desaparece totalmente. A asma é uma doença crônica  que pode ser tratada, mas não tem cura.

Quem tem asma não pode ter animais de estimação.
Mito. Asmáticos podem, sim, ter pets, desde que observadas algumas regras de higiene a serem detalhadas pelo médico.

Portadores de asma entram na lista de prioridades para a vacinação contra influenza.
Verdade. Também é importante lembrar que a vacinação anual contra influenza nos pacientes com asma moderada a grave, de qualquer faixa etária, é medida importante para redução de crises da doença, especialmente num cenário de saturação dos serviços de saúde.

Atenção: a mais pura verdade

• Asma não tem cura, mas tem controle. Na maioria das vezes, o tratamento é feito com medicações inalatórias para se atingir o controle total da doença. Quando não tratada, a asma representa risco de vida. Diante dos sintomas característicos – chiado no peito, falta de ar, sensação de aperto no peito, tosse e geralmente uma piora dos sintomas na madrugada e no inicio da manhã o pneumologista deve ser procurado.

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