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Logística Reversa de Medicamentos: Dispensação ambiental

Por: Celso Arnaldo Araújo
Se sua farmácia ainda não pratica essa política, é só uma questão de tempo. O descarte ambientalmente correto de medicamentos vencidos ou impróprios para uso terapêutico, além de embalagens e bulas, virou lei – e a qualquer momento chegará à sua loja, como já aconteceu com mais de duas mil farmácias no estado de São Paulo, com mais de oito toneladas já recolhidas e corretamente destinadas. Mas ainda há muitas dúvidas, pois essa logística tem seus pontos de complexidade. A Revista ABCFARMA interativa entrevistou João Carlos Redondo, executivo, consultor e professor com 34 anos de experiência no setor industrial, serviços e varejo farmacêutico – dos quais 15 anos na liderança do tema Sustentabilidade em grandes organizações. Seu desafio agora é a implantação da Logística Reversa, incluindo o varejo farma, talvez o principal elo da cadeia. Ele é o maior especialista brasileiro nesse programa e principal consultor do Grupo de Acompanhamento de Performance, o GAP, que reúne 17 instituições do mercado farma, incluindo Sincofarma SP e a ABCFARMA.
A experiência de João Carlos Redondo com políticas ambientais tem mais de 20 anos, inicialmente num grande grupo privado, onde implantou um sistema de gestão ambiental em acordo com a ISO 14001. Gostou da coisa. “É uma área empolgante”, resume ele. Foi diretor de meio-ambiente da Fiesp. Agora, está a pleno vapor seu maior desafio nessa área – a consultoria para a chegada da Logística Reversa a todos os elos da cadeia, começando pelas 80 mil farmácias brasileiras. O processo caminha com muita eficiência, por meio da colaboração de todos os setores para o bem comum, visando a destinação correta dos medicamentos não utilizáveis – com reflexos na saúde pública. Está chegando ao fim o arremesso de remédios vencidos em vasos sanitários ou em lixo comum, o que os faz voltar para o meio ambiente da pior maneira. A farmácia, como destaca Redondo, tem uma missão fundamental – ser o posto de coleta desses materiais. Mas cabe ao consumidor dar início ao processo, descartando as sobras na farmácia que frequenta, em coletores específicos. Ou passará a frequentar, com a devida orientação.
Ponto de honra
A lei original, a 12.305, de 2010, amadurece há mais de 10 anos. Por que levou tanto tempo? Segundo Redondo, a complexidade do Brasil, como país-continente de gigantesca capilaridade, exigiu longas negociações para se definir as responsabilidades – com o setor de distribuição fazendo as vezes de ponte reversa entre os resíduos e as indústrias, responsáveis pelo descarte final. A definição de quem deveria fazer o quê e quem pagaria as respectivas contas foi demorada – “um grande desafio”, ressalta Redondo, que destaca que os custos não serão impeditivos para o engajamento obrigatório das farmácias nessa política. “O custo unitário desse ecossistema é pequeno. O custo de não fazer será maior...”. A logística reversa tem força de lei, mas, além do aspecto imperativo, João Redondo destaca que a incorporação dessa política dá à farmácia um notável diferencial de imagem junto ao consumidor, que hoje, sobretudo as gerações mais jovens, valoriza a gestão ambiental. “Muitos consumidores dão preferência às farmácias que já fazem a coleta inicial – que gera relacionamento e imagem de responsabilidade social, além de mais trânsito na farmácia”.
Não perca a íntegra da entrevista com João Carlos Redondo e entenda os detalhes da Logística Reversa de Medicamentos
Que tipo de coletor é exigido? Ele precisa ser trocado?
Qual é a frequência do recolhimento?
O que não deve ser coletado?
Quem comanda o processo nas farmácias é o farmacêutico?
A pandemia alterou de alguma forma a logística?

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