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Na cistite, há geralmente dor e urgência ao urinar, aumento da frequência do desejo de urinar e dor na parte inferior do abdome. A febre, na maior parte das vezes, não está presente. Também pode ocorrer alteração do odor, aspecto e cor da urina. Já na pielonefrite, que se inicia habitualmente após um quadro de cistite, febre,
calafrios e dor lombar formam a tríade de sintomas característicos.
A origem infecciosa, na maior parte das vezes, é bacteriana, podendo também ser causada por fungos. Quando adquirida na comunidade, a ITU é geralmente causada pela bactéria Escherichia coli (70% a 85% dos casos), seguido por outros tipos, como o Staphylococcus saprophyticus. Já quando adquirida em ambiente hospitalar, os agentes são bastante diversificados, predominando as enterobactérias.
No caso da cistite, geralmente são necessários urocultura (exame definidor do diagnóstico) e antibiograma, que vai indicar a bactéria específica que está acometendo o paciente e a qual antibiótico ela é sensível. No caso da pielonefrite, além desses exames, podem ser necessários outros, como Hemocultura e exames de imagem (ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética).
A escolha da terapia antimicrobiana para a ITU, normalmente antibióticos específicos, depende da apresentação da infecção, ou seja, compatível com cistite ou pielonefrite. Depende também da pessoa afetada (idosos, mulheres gestantes, adultos, crianças), do agente infeccioso e da própria evolução do quadro clínico.
Uma em cada quatro mulheres vai lidar com infecção urinária pelo menos uma vez durante a vida. Mas, para cerca de 55% dessas pacientes o problema se tornará recorrente – principalmente no período pós-menopausa. De acordo com o médico de família Marco Janaudis, a anatomia feminina predispõe as mulheres a infecções urinárias, já que possuem uma uretra mais curta do que os homens. “Nas mulheres, a uretra fica bem próxima do reto, onde habitam as bactérias que levam a infecções. Essas bactérias alcançam a bexiga feminina muito mais rapidamente do que nos homens, aumentando o risco de infecção”. Em mulheres jovens, é mais comum contrair infecção urinária durante a gestação ou depois de uma relação sexual. Mas é depois da menopausa que o problema costuma se tornar recorrente. Depois da primeira ocorrência, as mulheres começam a prestar mais atenção aos sintomas. E a seguir os cuidados preventivos – como urinar sempre que tiver vontade e realizar a higiene da região, já que a maioria das bactérias inofensivas no trato intestinal é nociva quando alcança o trato urinário. Quando possível, mulheres devem preferir o uso de ducha higiênica para se limpar. Idosas que usam fraldas e calças geriátricas, segundo o Dr. Janaudis, devem fazer mais de uma troca durante o dia, evitando passar períodos longos em contato com a urina represada no algodão. “É fundamental evitar repetições de infecção urinária, principalmente porque o organismo vai criando resistência ao tratamento com antibióticos, exigindo doses cada vez maiores e que, mesmo assim, perdem potência quando usadas com muita frequência”.