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Dormir mal, viver pior

Por Celso Arnaldo Araujo

O processo de envelhecimento produz uma série de mudanças na rotina dos idosos – incluindo o padrão de sono. Nessa fase, são frequentes as queixas sobre insônia, sonolência diurna, falta de memória e o sono “picado” durante a noite. Para voltar a curtir uma noite de descanso pleno, o primeiro passo é cuidar da chamada higiene do sono.

Sonecas durante o dia, alimentos calóricos no jantar e falta de atividades diurnas são hábitos que passam despercebidos – mas interferem na qualidade do sono noturno em qualquer idade. Na Terceira Idade, o transtorno é pior. Segundo a neurogeriatra Tamara Checcacci, do Hospital Federal da Lagoa, RJ, vinculado ao Ministério da Saúde, o idoso tem um sono naturalmente diferenciado por causa das modificações cerebrais no processo de envelhecimento e pela restrição natural de atividades físicas. “Muitas vezes o sono é decorrente de um cansaço ao longo do dia. O idoso tem uma tendência a uma atividade menor, com a possibilidade de tirar pequenas sonecas de dia. Tudo isso interfere no sono da noite”, explica a médica.

Encarar o sono numa boa

As alterações no sono também podem ser sintomas peculiares de doenças graves, como Mal de Parkinson, problemas respiratórios e até sobrepeso. Ressalta a neurologista: “Para melhor o sono noturno, deve-se começar por restabelecer um conceito mais saudável, indo deitar mais tarde, não ter uma preocupação excessiva de dormir um número grande de horas e não considerar que é uma doença com necessidade absoluta de medicação. É possível organizar esse sono se houver paciência”.

Naturalmente, o sono nessa faixa etária torna-se mais leve e raramente ultrapassa oito horas diárias. Muitos idosos têm o hábito de dormir cedo e também acordam mais cedo por conta de uma rotina de trabalho adotada durante anos. A ansiedade exagerada de querer dormir de qualquer maneira, portanto, é desnecessária. “É preciso convencer o paciente de que, se um dia ele não dormir bem, isso não é nada de extraordinário, pois não há nenhum compromisso que obrigue um número x de horas, todas as noites”.

Quantas horas por noite?
E, mais importante, é preciso respeitar os hábitos e a peculiaridade do sono de cada pessoa. “A redução do tempo dormindo pode ser natural, da mesma forma que uma criança pequena dorme um número grande de horas, e, com o passar do tempo, não se tem mais essa necessidade”, ressalta a médica. “A questão do sono é muito individual, não há uma tabela de horas a ser cumprida. A pessoa tem que se sentir bem, mesmo com o sono reduzido. Cada um tem o seu ritmo biológico, e a gente tem que respeitar nossa natureza”, completa.

Sono…só com sono

O sono do idoso pode ser tão reparador quanto o de uma criança ou um jovem adulto. Mas essa qualidade vai depender das condições satisfatórias do ambiente, o que os especialistas chamam de “higiene” do sono – como silêncio, baixa iluminação, cama confortável e a disciplina de somente deitar se estiver com sono. Se o problema persistir, aí sim o uso de medicamentos pode e deve ajudar a melhorar o padrão de sono.

O que tomar

Há hoje nas farmácias medicamentos pró-sonos que atuam melhorando o humor. “Eles dão ótimos resultados a curto, médio e longo prazos para a qualidade do sono. Se a insônia persistir mesmo seguindo todas as instruções, o melhor é procurar um profissional habilitado para melhorar esse sono”, esclarece a Dra. Tamara. O sono precisa ser visto como uma questão multidisciplinar. É preciso antes identificar a causa da insônia – falta de atividades, problemas familiares ou doenças crônicas – e assim procurar o especialista que irá ajudar o idoso a melhorar sua qualidade de vida, através de um sono reparador.

 

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