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Dia Mundial do Diabetes: O papel das farmácias no controle da doença que exige cuidados diários – e permanentes

Por: Celso Arnaldo Araujo

Sim, Dia Mundial: quase 600 milhões de seres humanos precisam lidar diariamente com o excesso de açúcar no sangue. E nacional, também: de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 13 milhões de brasileiros – cerca de 7% de nossa população – convivem com esse distúrbio. E o número está aumentando. Conviver é a palavra certa. O diabetes, em seus dois tipos, 1 e 2, não tem cura – mas é controlável, com uma série de medidas e hábitos saudáveis. Ao contrário: sem controle, torna-se potencialmente fatal, dando origem a uma alta incidência de moléstias cardiovasculares. E sua farmácia, diante do aumento mundial da incidência do Diabetes Tipo 2, produto da resistência do organismo à insulina produzida no pâncreas, tem um papel decisivo nessa rotina diária pela saúde do diabético. O Dia Mundial do Diabetes nos ajuda a relembrar como enfrentar esse amargo inimigo

Por que 14 de novembro? Porque nesse dia nasceu Sir Frederick Banting, médico canadense que, em 1921, ao lado do jovem assistente Charles Best, desenvolveu a insulina de laboratório – o antídoto contra a carência dessa substância no organismo, a origem do diabetes. Nesse caso, estamos falando especificamente do chamado Diabetes Tipo 1, o mais grave, e felizmente a minoria, fruto de distúrbios genéticos que produzem falência na produção de insulina – por isso totalmente dependente da substância desenvolvida por Banting e Best há 100 anos. Mas a insulina continua sendo um ícone da batalha universal contra o diabetes. O Tipo 2, fruto da resistência do organismo à insulina, eventualmente pode descambar para o 1 – e a lembrança permanente desse potencial de agravamento justifica a referência do Dia Mundial ao chefe da equipe de cientistas.

Mas, afinal, como o diabetes chega às farmácias – e pode ser ali bem administrado?
São inúmeros as ofertas de produtos para a gestão do diabetes no varejo farmacêutico, tanto para o Diabetes Tipo 1, com destaque para a insulina e seus instrumentos de aplicação, como para o 2 – com um acervo numeroso de ferramentas coadjuvantes. Exemplos:
*Monitores e tiras para aferição doméstica da glicemia
*Agulhas e seringas para aplicação de insulina
*Bolsas térmicas para transporte de insulina
*Lancetas e lancetadores para coleta da gota de sangue para o teste de glicemia
*Alimentos diet
*Produtos para hipoglicemia – redução anormal dos níveis de glicose no sangue pelo uso excessivo de antiglicêmicos.

O setor de de diabetes nas farmácias pode ser um dos mais movimentados e rentáveis de uma farmácia. Vale até contar com um profissional especializado.

Mas o papel mais importante das farmácias em relação ao diabetes é, certamente, a assistência farmacêutica no controle da doença.

Como observa Valdomiro Rodrigues, consultor do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa, o diabetes costuma ser uma das principais motivações que levam um cliente à farmácia nos dias de hoje, pelos constantes e numerosos cuidados que a doença exige e pelo extraordinário número de pacientes. É um distúrbio metabólico crônico, que exige cuidados até o fim da vida. São 13 milhões de clientes em potencial. E, graças a profissionais de farmácia bem preparados, a doença pode ser bem administrada com disciplina – uma prática farmacêutica não apenas sanitária como comercial. Valdomiro destaca também que, a partir da RDC 786, que entrou em vigor este ano, novos testes relacionados ao controle do diabetes foram liberados para farmácias.

O principal deles talvez seja o da chamada Hemoglobina Glicada – hoje um dos exames laboratoriais mais solicitados na investigação do diabetes, pela possibilidade de ser feito sem que o paciente esteja em jejum. E, como esse exame faz a medição do nível médio de glicose durante dois ou três meses com uma única aferição, é uma excelente opção para se saber se os níveis de glicose estão sendo bem controlados. A coleta de uma gota de sangue é a única exigência – e o resultado do teste sai em minutos, na farmácia.

*Como se vê, as farmácias podem ser um território de apoio decisivo ao controle clínico do diabetes. Laboratórios nacionais, como o MedLevensohn, têm uma extensa linha de produtos com essa finalidade – agulhas para canetas de insulina, medidores de glicose no sangue, etc. Se sua farmácia ainda não aderiu a esse serviço tão importante e precisa de apoio regulatório para se adequar à nova era dos serviços farmacêuticos, que tal consultar a Abcfarma?

Nosso Departamento Regulatório, coordenado pela Dra. Betânia Alhãn, pode assessorá-lo na escolha de testes e produtos específicos. As farmácias associadas podem se dirigir ao Portal da Abcfarma e checar os documentos necessários para credenciar sua farmácia e as condições sanitárias exigidas para a realização de testes glicêmicos – como ambiente segregado para os testes e até uma antessala para a espera. O farmacêutico tem papel essencial nesse serviço – e sua especialização no campo do diabetes pode ser incrementada em cursos de atualização indicados pela Abcfarma.

A assistência farmacêutica no campo do diabetes se estende também à orientação sobre hábitos de vida – sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são fatores que podem desencadear o descontrole da glicose. Que tal o farmacêutico abordar o cliente habitual de produtos especializados a fim de oferecer essa orientação?

O consultor Valdomiro ressalta também que há um aspecto gestor a ser observado na opção da farmácia pela oferta desse e de outros serviços farmacêuticos. Além de beneficiar a imagem da farmácia como estabelecimento de saúde, o controle avançado do diabetes exige muitos itens e consome recursos – e isso precisa ser constantemente avaliado, com a fixação de custos e preços viáveis, para não inviabilizar esse serviço. Na dúvida, consulte uma assessoria especializada – como a Abcfarma.

Necessário destacar: testes rápidos feitos em farmácia a partir da RDC 786 são para triagem clínica. Não decretam diagnóstico nem antecedem a prescrição de medicamentos – etapas restritas aos médicos. A boa orientação e o estímulo à adesão ao tratamento são papéis aparentemente coadjuvantes da farmácia – mas na prática fundamentais, especialmente para os portadores de Diabetes Tipo 2, cerca de 90% dos casos. O protagonista do tratamento do diabetes, sobretudo os do Tipo 1, dependente de insulina, é o médico. Mas, de modo geral, a farmácia e o controle do diabetes têm tudo a ver, pois ela está definitivamente inserida no sistema de saúde do país.

Medicamentos para ajudar o diabético tipo 2 a não deixar os níveis de glicemia ultrapassarem os parâmetros normais formam um dos principais segmentos das farmácias. Exemplo de produto tradicional:
Cloridrato de Metformina, antidiabético da família das biguanidas com efeitos antihiperglicêmicos e prevenção de Diabetes Tipo 2 em pacientes com sobrepeso, pré-diabetes e pelo menos um fator de risco adicional (como hipertensão arterial, idade acima de 40 anos, dislipidemia e histórico familiar de diabetes).

A pesquisa de novos antidiabéticos não cessa – até a eventual descoberta da cura. Este ano o mercado vivencia uma sensação terapêutica em relação ao diabetes: o Ozempic. Fabricado pela Novo Nordisk, vendeu tanto que fez as ações da empresa norueguesa subirem 65% em questão de meses. A base do princípio ativo, a semaglutida, reduz o açúcar no sangue em adultos com Diabetes Tipo 2 através de um mecanismo que estimula a secreção de insulina somente quando a glicose sanguínea estiver elevada. É, portanto, um chamado “remédio inteligente”, que também previne a hipoglicemia. E faz perder peso. A explosão do Ozempic no mercado deve-se a essa terceira indicação: um antídoto contra a obesidade. Sintomaticamente, o remédio está em falta em muitos países e o laboratório chegou ao limite de sua capacidade de produção.

Principais dúvidas sobre o diabetes

No mês em que se celebra um dia para conscientizar as pessoas sobre o diabetes, a endocrinologista Carla Tamanini Ferrari produziu uma lista com as perguntas mais dirigidas a ela pelos pacientes. O objetivo é ilustrar as pessoas sobre uma doença que cresceu mais de 60% na população brasileira nos últimos 10 anos. E ajudar as farmácias a esclarecer seus clientes.

  • Por que o tipo 2 tem avançado tanto ultimamente?

Correspondendo a 90 a 95% dos casos de diabetes, tem a ver com a atual epidemia de obesidade, maus hábitos alimentares e sedentarismo.

  • Comer muito açúcar gera diabetes?

Qualquer alimento consumido em excesso e que leve ao aumento do peso e aumento da resistência insulínica pode causar diabetes.

  • Diabético não pode ingerir bebida alcóolica e nem comer açúcar?

Não há proibição completa, o que se orienta é equilíbrio e evitar quantidades exageradas.

Diabetes tem sintomas?

Depende da fase da doença e como se encontram os níveis de glicemia. Em geral, pacientes com hiperglicemia muito elevada podem apresentar glicosúria – a urina com odor adocicado. Há até relatos de formigas no sanitário. Outros sinais de diabetes: poliúria, ou mais de três litros de urina por dia, e polidipsia, ou sede intensa – como mecanismo protetor contra a desidratação. A hiperglicemia também aumenta o risco de vários tipos de infecções – com destaque para vulvovaginites e infecções urinárias. Os pacientes insulinopênicos, ou seja, com redução dos níveis circulantes de insulina, como diabéticos tipo 1 ou diabéticos tipo 2 em estágio avançado podem apresentar polifagia (fome excessiva) e perda progressiva de peso.

Qual a relação do diabetes com o peso?

O excesso de peso está mais relacionado com o Diabetes Tipo 2 secundário, com resistência periférica à ação da insulina. No entanto, pacientes magros podem desenvolver outras formas de diabetes, como o tipo 1.

Diabetes tem cura?
Até o momento, não – só controle. Mas em 2017 o Conselho Federal de Medicina  reconheceu a cirurgia metabólica como opção terapêutica para pacientes portadores de Diabetes Tipo 2 com índice de massa corpórea alta, desde que a enfermidade não tenha sido controlada com tratamento clínico. Em alguns pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico, foram relatados casos de remissão do diabetes – que ainda não podemos chamar de cura.

O diabetes pode ocorrer em qualquer faixa etária?

Desde recém-nascidos a idosos, a depender da causa. Mas o mais frequente é o diagnóstico após os 40-50 anos associado ao ganho de peso, sedentarismo e uso abusivo de bebidas alcoólicas, entre outros hábitos nocivos à saúde.

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