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Dia do Farmacêutico – Profissionais que merecem placa

Dia 20 de janeiro, Dia do Farmacêutico, celebramos um profissional dedicado a cuidar da saúde das pessoas, trazendo alívio e cura. Sua missão se divide basicamente em quatro cenários: as salas de aula, formando novos profissionais; os laboratórios de pesquisa, na busca incessante de novos medicamentos; a linha de produção da indústria, garantindo a melhor segurança dos remédios; e o balcão da farmácia, no contato direto com o consumidor final. Para homenagear esse indispensável profissional do universo da farmácia, a ABCFARMA fez uma pesquisa curiosa: farmacêuticos que foram homenageados por seus conterrâneos, pelos serviços que prestaram à comunidade local, com seu nome numa placa de rua ou avenida. Exemplos?

Henrique Schaumann
Nome de uma das avenidas mais importantes do bairro de Pinheiros, o Dr. Henrique Schaumann nasceu na cidade de Campinas, em 1856, filho do também farmacêutico Gustav Schaumann, imigrante alemão – que fundaria em São Paulo a lendária A Botica Veado D´Ouro quando Henrique tinha apenas dois anos. Quando completou 11 anos de idade, Henrique foi enviado por seu pai, a bordo de um navio a vela, para a cidade de Hamburgo, Alemanha, onde cursou o ginásio e, mais tarde, a universidade de Goettingen. Em 1876, já graduado farmacêutico, estudou Química, Ciências Naturais e Física, obtendo o doutorado em 1879. Ainda nesse ano, com 23 anos e de volta ao Brasil, passou com distinção no exame para farmacêutico realizado no Rio de Janeiro. Já em São Paulo, juntou-se a seu pai para dirigir A Botica Veado D’Ouro, no centro de São Paulo. Ampliou a botica, anexando a ela um laboratório químico. Em 1884, foi nomeado pelo ainda governo imperial Comissário Oficial para os exames dos candidatos ao professorado de Química e Física em escolas superiores do país. Depois de proclamada a República, foi eleito vereador por São Paulo. Participou ativamente de campanhas contra as epidemias de peste e de tifo, muito comuns na cidade no final do século retrasado. Em 1894 tornou-se sócio-fundador do Hospital Samaritano, até hoje em atividade em São Paulo. Em 1905, viajou com toda a família para Europa para tratar de uma doença no intestino da qual sofria havia muitos anos. E ali permaneceu. Na Europa, ocupou-se exclusivamente dos estudos científicos – publicou, por exemplo, vários trabalhos sobre beribéri – doença nutricional causada pela falta de vitamina B1. Passou os últimos anos de sua vida na Suíça, onde faleceu em 1922.

Cândido Fontoura
Nascido em 14 de maio de 1885 na cidade de Bragança Paulista, interior de São Paulo, é hoje nome de avenida no Jardim Boa Vista, zona oeste da capital paulista. Farmacêutico por formação, destacou-se ainda mais como empresário – unindo as duas atividades. Fundou o Instituto Medicamento Fontoura em 1915 e, posteriormente, as Indústrias Farmacêuticas Fontoura-Wyeth, dedicadas à produção de penicilina e inseticidas (como o célebre Detefon), entre outros itens fundamentais para a saúde pública. Seu nome é sempre associado ao famoso Biotônico Fontoura, xarope para abrir o apetite das crianças e assim batizado por Monteiro Lobato, amigo de Cândido. Em sua homenagem também foi batizado o Hospital Infantil Cândido Fontoura, localizado no bairro da Mooca, São Paulo.

Luiz Manoel Pinto de Queiroz
Fluminense de Campos dos Goytacazes, Luiz de Queiroz estudou Farmácia em Ouro Preto e começou a vida profissional como prático de farmácia em Sorocaba, interior de São Paulo. Em 1894 iniciou seu primeiro negócio: a Drogaria Americana, na Rua Libero Badaró, no centro de São Paulo. Chegou a ser o maior importador de fármacos do Brasil, abastecendo farmácias de manipulação em todo o país. Montou então a Queiroz Moura e Cia., empresa especializada em fabricar produtos farmacêuticos à base de extratos vegetais. O Dr. Luiz de Queiroz fez parte da comissão para a elaboração das bases definitivas da “Escola Livre de Pharmacia” em 1898 – atual Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, de onde seria professor no curso de “Chimica Industrial com aplicação à Pharmacia”. Mais tarde estabelecido como cafeicultor, doou parte de suas terras para a USP instalar, em Piracicaba, uma escola de agricultura nos moldes das existentes nos Estados Unidos. A Esalq -USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) foi e é uma meca onde se formaram e concentraram grandes cientistas. Cândido Fontoura é nome de rua em Piracicaba e de Rodovia – a  SP 304, no interior de São Paulo

Francisco Nicolau Baruel
Nascido a 10 de agosto de 1852, em São Paulo, filho do alferes de milícias Francisco Antônio Baruel, proprietário da Chácara Baruel, formou-se em Farmácia e abriu a Farmácia Baruel, nas imediações da Praça da Sé. Tendo enveredado na política, fundou e presidiu o Partido Municipal, elegendo-se vereador à Câmara Municipal de São Paulo no ano de 1884, sendo reeleito em outros pleitos. Também foi presidente da Associação Comercial de São Paulo entre os anos de 1901 e 1902 e 1918 e 1919. Mas sua maior marca foi a Casa Baruel, fundada em 1892 e especializada em produtos farmacêuticos e de higiene – que mais tarde transformou-se em uma indústria do ramo de higiene, atualmente conhecida como Baruel. Ele é nome de rua no bairro de Santana.

José de Oliveira Almeida Diniz
Mais conhecido como “Zé da Farmácia”, ou, segundo a placa da avenida que leva seu nome, na zona sul de São Paulo, “Vereador José Diniz”, ele comandou uma das farmácias mais populares da região, nos anos 40 e 50. Era extremamente querido e respeitado pela população do então município de Santo Amaro – hoje bairro. Essa fama o levou à vereança, entre 1948 e 1951, ao cargo de subprefeito entre 1956/1957 e novamente a vereador em 1972. Segundo quem conviveu com ele, sua maior característica, como farmacêutico e homem público, era a bondade com que tratava a população. Diniz não negava nenhum tipo de ajuda, principalmente remédios, a quem precisasse. Fazia curativos e aplicações de graça. Ele e seus colegas da região, como Roque Petroni Júnior, também farmacêutico e nome de avenida no bairro, tinham o hábito de ir de casa em casa de clientes, saber da saúde das pessoas e oferecer ajuda, caso fosse necessário. O “Zé da Farmácia” faleceu na tarde de 5 de Janeiro de 1973, de infarto, dentro de sua farmácia.

Roque Petroni Júnior
Uma das vias mais importantes da zona sul de São Paulo, a Avenida Roque Petroni Júnior homenageia o filho de dois imigrantes italianos, Rocco Petroni e Serafina Bianchi. Roque nasceu no dia 23 de novembro de 1908, na cidade de Bragança Paulista, interior de São Paulo. Adolescente, foi enviado por seus pais à capital para estudar no famoso internato do Colégio Dante Alighieri. Formado, conseguiu uma vaga na já disputada Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Paulo, pela qual graduou-se farmacêutico. Após o bacharelado, decidiu seguir a carreira militar e, na condição de primeiro-tenente, combateu na Revolução Constitucionalista de 1932, servindo em uma fábrica de pólvora em Piquete, no Vale do Paraíba.

Após sua volta dos combates, Petroni se casou e adquiriu uma pequena farmácia na Rua Joaquim Nabuco, onde mais tarde construiria também sua casa. O empreendimento, que no começo era muito simples, acabou evoluindo e ampliando sua área, até fazer fama, em toda a região e adjacências, como Pharmácia Nossa Senhora Aparecida do Brooklin Paulista. Durante pelo menos 30 anos, “Seu Roque”, como era conhecido, faria história. Sua dedicação aos enfermos acabou rendendo uma grande demanda de pacientes. Mesmo aos fins de semana e feriados, ele estava lá, atendendo a ricos e pobres, de dia ou de noite. Em 1964, recebeu o título de “O Comerciante do Ano”, pela Associação Comercial de São Paulo, do distrito de Santo Amaro. Com sua morte prematura, em 15 de agosto de 1968, a farmácia continuou ativa, administrada por sua esposa e o filho mais velho, até o ano de 1997. Em 1969, a Avenida do Córrego do Cordeiro, entre a Avenida Santo Amaro e Marginal do Pinheiros, passaria a denominar-se Avenida Roque Petroni Júnior.

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