Dia 30 de outubro celebra-se o dia dele – o balconista: não apenas o profissional que recebe o comprador no estabelecimento, mas também aquele que finaliza a venda. No caso da farmácia, essa função é especialmente nobre, porque o produto que o atendente transfere para as mãos desse cliente, após uma relação mais do que comercial, representa alívio, bem-estar e saúde – daí a importância de uma formação diferenciada para esse profissional, o que ficou ainda mais claro durante esta pandemia. Aqui, Jefferson Vendrametto, diretor e sócio do Cebrac – Centro Brasileiro de Cursos – fala sobre as regras de ouro da formação de um balconista de farmácia.
Um mercado em permanente expansão mesmo na crise causada pela Covid-19, o setor farma registrou um crescimento de 7,74% nas vendas no primeiro semestre de 2020, segundo estudo da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP), apresentado pela Abrafarma – Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias. E, mesmo com o Brasil apresentando um registro de 13% de desempregados nesse período, o setor de drogarias mantém um saldo positivo em contratações. Há hoje 130.317 funcionários atuando em farmácias e drogarias – contra os 129.432 empregados no mesmo período do ano passado. O crescimento, embora modesto, mas exponencial dentro do brutal índice de perdas de emprego na pandemia, refletiu-se também na procura por cursos e especializações: o Cebrac registrou um aumento de 18,6% na procura do curso profissionalizante de farmácia. A grade curricular do curso visa um atendimento 360º com noções de anatomia e patologia, primeiros socorros, cosmetologia, além do crescimento e desenvolvimento pessoal, com técnicas de atendimento. A área é extramemente atrativa. Segundo Vendrametto, o perfil médio dos alunos é o de jovens de 17 a 27 anos que buscam um emprego. “Mas, durante o isolamento social, tivemos um aumento na faixa etária acima dos 30 que busca se requalificar ou se reinserir no mercado de trabalho. Não há requisito prévio para a inscrição, apenas o interesse do aluno na área”.
“Durante o isolamento social, tivemos um aumento na faixa etária acima dos 30 que busca se requalificar ou se reinserir no mercado de trabalho. Não há requisito prévio para a inscrição, apenas o interesse do aluno na área”
O curso tem duração de 80 horas com uma grade curricular dividida em cinco áreas: Anatomia e Fisiologia, Atendente de Farmácia, Cosméticos e Perfumaria, Desenvolvimento Pessoal e Primeiros Socorros. “Ter um diploma profissionalizante é, com certeza, um diferencial no mercado, porque, além de ser mais rápido, dá noções reais da profissão”, diz ele. E o renovado interesse por esse mercado de oportunidades é refletido por uma pesquisa do site de empregos Catho: em março de 2020, houve um aumento de 281% no número de vagas no setor, se comparado ao mesmo período de 2019. Qual seria o principal requisito para ser bem aceito nesse mercado? “A pessoa precisa gostar da área e de interagir com pessoas – que é a principal função desempenhada por esses profissionais”. Qual é a importância prática de um curso profissionalizante nas credenciais de um candidato? “Devido à alta na procura por farmácias, não há muito tempo para treinar futuros profissionais. Com o curso profissionalizante, há, sem dúvida, um diferencial no processo de contratação. A farmácia não precisará desenvolver essas habilidades, porque os cursos desenvolvem todo o universo operacional de uma farmácia – inclusive na indispensável parceria com o farmacêutico”.
Como diz Jefferson, hoje o mercado não exige somente alguém que fique atrás do balcão. A maioria das farmácias tem um setor de cosméticos que exigem a presença de algum atendente – que, aliás, deve ter noção de todos os setores operacionais da farmácia. “Desde noções de primeiros socorros, caso haja alguma eventualidade, higiene e saúde, até coisas mais complexas, como a interpretação da bula, o conceito dos fármacos e as vias de administração, para bem assessorar o farmacêutico e prestar o melhor atendimento possível aos clientes”. Aliás, o curso de atendente de farmácia do Cebrac acaba de ganhar o reforço da matéria de Cosméticos e Perfumaria, “justamente porque observamos que a maioria das farmácias investiram nesse setor, mas sem atendentes qualificados para tirar dúvidas e auxiliar o cliente”.
Eis aí uma relação que é alma do bom atendimento da farmácia. “Como todo relacionamento profissional, o atendente deve respeitar a hierarquia da profissão. Acreditamos que a troca de experiência é muito favorável, pois muitas vezes o farmacêutico já foi atendente – e isso pode contribuir ainda mais para uma boa relação. O atendente é o primeiro contato do cliente dentro da farmácia e, sob a orientação dos farmacêuticos, está apto a dar os primeiros passos na assistência farmacêutica – como orientar os clientes para a melhor forma de manusear os medicamentos, auxiliar nas dicas de prevenção a doenças, etc. Mas as avaliações mais complexas devem ser passadas ao farmacêutico responsável”.
Em termos de princípios ativos, dosagens, etc, qual deveria ser o conhecimento do balconista?
“Acreditamos num ensino amplo, desde anatomia e fisiologia até a administração dos medicamentos, seus princípios ativos e as principais formas farmacêuticas. Não basta só ter um sorriso no rosto. O atendente faz mais que vender medicamentos. Ele precisa saber que aquele trabalho se estende à saúde de pessoas, para prestar o melhor atendimento possível. Novamente reforçamos que o atendente de farmácia deve sempre conhecer e ratificar as orientações que serão passadas aos clientes pelo farmacêutico responsável pelo estabelecimento”.
“O atendente é a cara da farmácia, é com ele que o cliente terá o primeiro contato. Então é primordial que ele tenha empatia e entenda perfeitamente as necessidades do cliente.”
Ok, o que o atendente deve fazer numa farmácia é mais ou menos claro. Mas esse papel precisa ser reforçado permanentemente? Diz Jefferson:
“O atendente é a cara da farmácia, é com ele que o cliente terá o primeiro contato. Então é primordial que ele tenha empatia e entenda perfeitamente as necessidades do cliente. Outro ponto importante é atentar ao receituário para prestar o melhor atendimento, explicando e dando todo o suporte ao cliente que vai precisar utilizar a medicação. E o ponto chave é entender que não é só a venda que importa, como já citei – o atendente precisa sempre ter em mente que as ações dele podem ser fundamentais na vida das pessoas: uma informação incorreta pode alterar toda a proposta da prescrição do medicamento”. E mais: “A fidelização acontece sempre que o cliente se sente bem atendido, que haja empatia e solicitude por parte do atendente”.
Por fim, o que a pandemia “ensinou” aos nossos profissionais de farmácia?
“Acreditamos que a pandemia intensificou a empatia e a busca constante por conhecimento para uma melhora na qualidade de vida de todos nós. A pandemia trouxe uma valorização aos profissionais da área de saúde e concomitantemente para os profissionais no setor de farmácia – que orientam, ensinam e dividem seus conhecimentos com a sociedade”.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |