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Dia 3 de maio: Dia Mundial da Asma

A entidade internacional GINA (Global Initiative for Asthma) organiza desde 1998 o Dia Mundial da Asma, que acontece na primeira terça-feira do mês de maio – este ano, dia 3. A data tem como objetivo melhorar a prevenção da doença e o nível de conscientização da população. O tema para 2022 é “Pare a Asma” (Stop for Asthma, em inglês). A palavra STOP é composta pelas letras iniciais de palavras-chave para o controle da doença:

Sintomas a avaliar
Testar a resposta obtida com a medicação e com o controle ambiental
Observar e avaliar o paciente de forma contínua
Proceder o ajuste ao tratamento e às medidas de controle ambiental.

Aqui, o Dr. Ciro Kirchenchtejn, mestre em Pneumologia pela EPM-UNIFESP, destaca um dos aspectos mais importantes da doença que afeta 20 milhões de brasileiros: a Asma Grave.

“A pandemia da Covid-19 nos levou a repensar sobre a importância do respirar, esse ato involuntário e tão necessário para todos. Com o ar cada vez mais poluído, as mudanças climáticas e o aumento da incidência de doenças respiratórias, nunca foi tão importante debater sobre a nossa respiração – destacando o impacto do agravamento da asma, uma doença comum, mas que pode se apresentar em uma forma extremamente grave.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 300 milhões de pessoas no mundo vivem com asma – e de 3% a 10% desses pacientes têm Asma do tipo Grave. No Brasil, não é diferente.

A asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS, conforme o grupo etário, tendo em média 350.000 internações anualmente no Brasil. Fundamental para o controle da asma é o tratamento adequado, de acordo com a gravidade da doença e a adesão do paciente ao tratamento.

A Asma Grave não tem cura. No entanto, ela pode ser totalmente controlada. Existem diferentes entre os tipos de asma e tratamentos. O diagnóstico de Asma Grave leva em consideração a quantidade de medicação que deve ser administrada diariamente para se manter o asmático bem. Entretanto, corticoides em dosagens elevadas podem ter como consequência o agravamento ou desenvolvimento de comorbidades, como diabetes e obesidade.

No entanto, ainda existe um preconceito cultural que cria uma forte resistência ao diagnóstico de asma e da Asma Grave. Tanto no consultório quanto em no sistema de Saúde Pública, devemos levar muito a sério a asma, já que se trata de uma doença muito comum, que atinge até 15% da população de algumas cidades no Brasil. Pais preferem chamar de bronquite as crises recorrentes de tosse, chiado no peito, dificuldade respiratória, como se o rótulo de asma implicasse em uma espécie de culpa de hereditariedade, estigma de incapacidade e risco de morte – ou de selar um destino de doença crônica e incurável para seus filhos.

Vivenciamos, nas últimas décadas, um crescente avanço no entendimento de como se dão os processos inflamatórios da asma. De tal forma, os médicos dispõem atualmente de uma lista extensa de opções para controlar totalmente a enfermidade. Ainda não se tem tratamento curativo para a asma, mas certamente é possível oferecer um controle total à maioria dos portadores da doença. Aqueles que, apesar de aderirem ao tratamento, se afastarem dos gatilhos que provocam as crises (fumaça de cigarro, poeira, mofo, pólen, odores fortes, pelos de animais) controlam as comorbidades (como o refluxo gastresofágico, a rinite, entre outras), e ainda se mantém com sintomas frequentes e intensos, são considerados como asmáticos do tipo Grave.

Medidas para melhorar as condições de moradia, reduzir a poluição ambiental pelo tabagismo passivo e ativo, a infestação por baratas, poluição atmosférica e mofo pelo excesso de umidade, têm impacto em reduzir as crises desencadeadas por fatores ambientais.

Para a escolha de um tratamento eficaz para cada caso, é primordial que se amplie o acesso dos pacientes a um diagnóstico apropriado, que leve à classificação correta da gravidade da doença. Iniciativas como oferecer na rede pública medicamentos gratuitos para controle da asma têm melhorado o controle das crises, reduzindo as visitas a pronto-socorros, o que reduz o custo com medicamentos e as complicações da doença a longo prazo, bem como seu impacto, que vai desde a perda de dias de escola e/ou trabalho, até o uso excessivo de medicamentos para controle, como é o caso dos corticoides sistêmicos.

A Organização Mundial da Saúde, ao reconhecer o problema mundial que é a asma, criou um organismo internacional chamado GINA, com cientistas do mundo inteiro, e há vários profissionais brasileiros que têm contribuído para investigar, tratar e educar sobre a asma.

A iniciativa GINA classifica a asma em estágios, conforme a frequência e a intensidade dos sintomas e do uso de medicamentos que o asmático usa. Pacientes que se encontram no quinto estágio são considerados asmáticos graves.

Estes são pacientes de qualquer idade que permanecem com sintomas ou exacerbações, apesar do tratamento adequado e de boa aderência ao esquema terapêutico do esquema (corticoides inalatórios, broncodilatadores de ação longa, antileucotrienos). Nessas condições, o especialista deve avaliar o que pode ser acrescentado ao tratamento, a partir da fenotipagem da asma.

É importante que os asmáticos graves mantenham consultas frequentes para reavaliar todo o seu tratamento, recebendo sempre o melhor entendimento sobre a sua doença para saber como agir em situações de crise.

Dessa forma, tratamentos ineficazes são evitados, os pacientes e suas famílias se fortalecem e são capazes de reivindicar ações políticas que garantam melhor acesso ao diagnóstico e tratamento, quer na rede pública, quer na saúde complementar.

Isso é respirar liberdade”.

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