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Como será 2021 para o Varejo Farmacêutico?

Por Cadri Awad

2021: Ano para esperar o melhor. E estar preparado para o pior.

O varejo farmacêutico brasileiro provou ser imune a crises em diversos momentos da nossa história, mas o ano de 2020 certamente ficará marcado como o ano em que, além de passar ileso diante de uma das maiores crises da nossa história moderna, vimos o setor crescer mais de 12% somente até o mês de setembro deste ano.

O consumidor mudou. Exceções viraram regras e hábitos se perpetuaram mesmo após o período de quarentena adotado no início da pandemia. Empresas tiveram que refazer o seu planejamento estratégico e de marketing em curso e agora fica a pergunta: o que esperar de 2021?

Neste momento, estamos diante de uma possível segunda onda da Covid-19 no Brasil. Vários especialistas já manifestaram ser improvável que o Brasil não seja atingido, mas e se for? O que muda para o nosso mercado? Teremos uma nova fase de fechamento do comércio?

Caso isso aconteça, não é preciso ser muito perspicaz para prever que a história se repetirá para o varejo farma em muitos aspectos e que até criará um cenário favorável para milhares de farmácias. Entretanto, duas ondas tão próximas uma da outra poderão afetar a cadeia produtiva farmacêutica, provocando escassez de matérias-primas, insumos e embalagens tanto quanto já vem afetando outros segmentos de mercado.

O ano de 2021 nos exige maior atenção ainda em dois outros aspectos: o político e o econômico.

O Brasil aguarda as reformas tributária, administrativa e a aprovação de leis que podem ser determinantes na recuperação econômica e propiciar uma agenda de retomada de investimentos em infraestrutura

Para o varejo farma, a ausência de tais reformas podem significar maior motivo de preocupação do que a própria segunda onda da Covid-19, pois efeitos prolongados de crescimento da taxa de desemprego e perda do poder aquisitivo do brasileiro podem frustrar os planos de uma taxa de crescimento do setor mais vigorosa, já que mesmo um segmento tão resiliente dificilmente resistiria a uma recessão econômica.

Portanto, com o que temos de nos preocupar em 2021?

 

  1. Possibilidade de uma segunda onda da Covid-19 no Brasil acompanhada de escassez de matérias-primas, insumos e embalagens que afetem o setor farmacêutico, assim como já afetou e vem afetando outros mercados.
  2. Ausência das reformas tributária e administrativa, além do programa de privatizações.

Diante desse cenário, como os empresários do segmento farma devem se preparar para 2021?

 

  • Fortalecimento do capital de giro e elaboração de sua projeção de fluxo de caixa para no mínimo 12 meses
  • Elevação do índice de estocagem da farmácia, com aumento do chamado estoque ideal. Esse investimento precisa ser feito sempre respeitando o capital da empresa – e sem exageros. Recalibrar o estoque regulador da empresa e intensificar o monitoramento da Curva ABC. Em suma, será preciso manter estoque para maior quantidade de dias.
  • Teremos em 2021 certamente uma evolução no modelo de prestação de serviços farmacêuticos. Será um ano de consolidação e crescimento, no qual as atenções do mercado estarão voltadas para a rentabilização do negócio com oferta de telemedicina, já anunciada por algumas redes. Raia Drogasil e Rede Pague Menos estão desenvolvendo suas plataformas de saúde. O foco estará no bem-estar e qualidade de vida. Várias farmácias seguirão o mesmo caminho.
  • Não é preciso ser mágico para prever que os investimentos em plataformas digitais, como aplicativos, redes sociais, e-commerce e soluções de logística continuarão a ser objeto de atenção por parte das empresas.
  • O mercado está de olho na diversificação do mix de produtos e investimento maciço em suplementos alimentares. Enfim, produtos que fortalecem o sistema imunológico e que, neste momento, gozam de grande apelo mercadológico.
  • Investimentos em abertura de novas lojas irão mirar bairros periféricos de grandes cidades e cidades de menor porte, que antes não estavam no radar. A experiência da primeira onda mostrou que esses locais foram favorecidos durante o auge da quarentena.

Enfim, o ano de 2021 acena para o melhor que as previsões podem nos dar, mas nos exige cuidado e atenção ao cenário político e econômico. Já dizia o velho ditado:

 

“Espere o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier”

 

Que venha 2021 e, junto com ele, a oportunidade de superar todos os desafios.

Portanto, com o que temos de nos preocupar em 2021?

 

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