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Como lidar com a menopausa sem trauma

Enfrentar a pré-menopausa sem dores ou sofrimento torna-se possível através de estudos, exames clínicos e mais qualidade de vida

A menopausa, um processo fisiológico da vida da mulher, por muitos anos foi tratado como incômodo e até como doença – ideia que resiste em muitas culturas, tornando o processo ainda mais doloroso. Mas hoje não é preciso mais sofrer

As consequências da menopausa são um conjunto de sintomas e de transformações psíquicas, emocionais e fisiológicas, que muitas vezes pode afetar a vida profissional e familiar da mulher. Algumas podem considerá-lo como um fenômeno natural – estando devidamente preparadas e elucidadas sobre as alterações decorrentes. Outras, porém, enquadram essa fase como um período muito ruim e doloroso, por não recorrerem a um especialista para a realização de exames e preparo médico adequado.

De acordo com estudo realizado pelo Center for Outcomes Research and Evaluation, nos Estados Unidos, a duração média dos sintomas da menopausa é entre 5 e 6 anos. O trabalho científico ainda analisou que, mesmo após 13 anos de observação, 23% das mulheres ainda sofriam com as ondas de calor repentinas da menopausa. Estima-se que 70% das mulheres experimentam o desconforto, em diferentes níveis, em algum momento da vida.

Porém, hoje é possível se preparar para essa transição: ao primeiro sinal de mudança menstrual ou alteração no humor pode-se iniciar um tratamento preventivo dos sintomas da pré-menopausa.

Segundo o Dr. Eliano Pellini, ginecologista e obstetra, chefe do departamento de sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC em Santo André, o ideal é não sentir os sintomas da menopausa. Ao ter a primeira onda de calor, de sensação de secura vaginal por falta de lubrificação, e/ou quando as menstruações começam a falhar, é possível preparar a mulher através de um esquema de proteção hormonal para regular ou bloquear de vez a menstruação. Com exames periódicos e dosagens hormonais, na hora em que se confirma o esgotamento da reserva ovariana, ela salta então desse processo de prevenção para o processo de reposição hormonal.

Essa terapia permite diminuir as ondas de calor na menopausa, por manter o equilíbrio hormonal no organismo, evitando assim os sintomas. O uso de hormônios bioidênticos, iniciado no momento certo, três anos antes e até três anos depois que se inicia a menopausa, não aumenta o risco de câncer mamário. Muitas mulheres, porém, não fazem o tratamento com hormônios justamente pelo medo dessa doença. Antigamente, a reposição hormonal realmente podia ser um risco, mas hoje há uma diversidade de produtos bioidênticos naturais que facilitam muito o processo, sem o fantasma do câncer de mama. Os médicos alertam, porém, que em determinadas pacientes não é aconselhável realizar o tratamento – tais como as fumantes, obesas, diabéticas, mulheres com hipertensão grave e que têm em linha familiar maior risco de câncer mamário.

Os recursos não medicamentosos para atravessar esse período também podem ser muito eficientes – mas estão ligados à mudanças no estilo de vida, incluindo a alimentação mais saudável, com um cardápio de baixo teor de gorduras e carboidratos e rico em fibras que pode ajudar a minimizar o impacto da menopausa. Fontes naturais de proteína também são recomendados para regular os níveis de insulina no corpo – a mulher deve optar por soja, arroz integral, aveia, nozes, ovos, iogurte natural, salmão, entre outros.

Os exercícios físicos também são essenciais nesse período. Praticar atividades regularmente faz com que os hormônios que proporcionam sensação de bem-estar, como endorfina e serotonina, aumentem e promovam redução dos sintomas.

Com reposição e estilo de vida saudável, a mulher poderá chegar aos 60 anos com sua estrutura física conservada, processo profissional de trabalho sem grandes perdas emocionais e vida sexual ativa – com maior expectativa de vida e de qualidade de vida.

No passado, as mulheres tinham menopausa com 50 anos e morriam aos 70. Hoje, elas continuam experimentando a menopausa perto dos 50 anos, mas vivem até os 85. Isso quer dizer que, nos dias de hoje, a expectativa de vida depois da menopausa é praticamente duas vezes maior do que o período da infância e adolescência.

Sabrina Artioli

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