fbpx
Febrafar e Farmarcas lançam programa gratuito de capacitação tecnológica
19 set, 2022
Alergia a medicamentos: quando procurar ajuda
20 set, 2022

Como é mesmo seu nome?

Por Reinaldo Polito

Quem nunca passou pelo constrangimento de não lembrar o nome de alguém? Veja aqui alguns truques para guardar o nome das pessoas – incluindo, é claro, clientes de sua farmácia.

Quanta gente me procura com um drama aparentemente insuperável: não conseguir se lembrar do nome das pessoas. Há relatos impressionantes. Alguns dizem que conversaram por mais de uma hora, e quando a pessoa se despediu não tinham a mínima ideia de como ela se chamava. A situação chega a ser até desesperadora. Você consegue se lembrar de fórmulas matemáticas complexas, inúmeros dados estatísticos e até de profundos conceitos filosóficos, mas quando se trata de nome fica com uma espécie de amnésia.

De maneira geral, tendemos a não nos lembrar do nome das pessoas por três motivos: o primeiro ocorre quando passamos por momentos de grande pressão. Por exemplo, ao assumir uma nova posição profissional, sem ainda estar devidamente familiarizado com os detalhes do novo cargo. Quantos precisam anotar além do nome, até as vírgulas do que ouviu do interlocutor, porque em poucos minutos se esquece até de ter mantido contato com ele.

Necessidade

O segundo é a falta de vontade de guardar o nome. Às vezes o indivíduo até precisa ter na memória informações da pessoa com quem conversou, já que poderão ser essenciais para suas atividades pessoais ou profissionais, mas não faz o mínimo esforço para registrar o que ouviu e o nome daquele com quem conversou. Tanto que se encontrar a pessoa depois de algumas horas é capaz de dizer que tem prazer em conhecê-la.

O terceiro é a falta de método para guardar nomes. A todos que me trazem essa preocupação, eu pergunto: e o que você faz para tentar lembrar do nome da pessoa com quem conversou? A maioria diz: nada. Apenas tento me lembrar, mas a informação some da cabeça como se existisse ali um sumidouro.

Por mais constrangedor que o fato possa ser, a boa notícia é que esse problema tem solução, bastando apenas ter disposição, disciplina, e adotar um critério para memorizar nomes.

Analisemos, então, os motivos mencionados.

O primeiro motivo. O estresse da novidade pode realmente fazer com que a memória seja prejudicada por algum tempo. Por outro lado, temos de nos conscientizar de que essa situação é normal e passageira, pois, após algum tempo, já devidamente familiarizados com as novas tarefas e o novo ambiente, tudo voltará ao normal. Nesse caso, como faz a maioria, é prudente fazer anotações para tirar essa preocupação da cabeça. E aqui vai uma dica. Anotar não apenas o nome, mas também algumas características pessoais, como, por exemplo, se a pessoa usa ou não óculos, se tem ou não barba, e outros detalhes que seriam facilmente identificados.

O segundo motivo. Não ter vontade de guardar nomes é uma decisão pessoal. Se alguém não quiser fazer esforço para se lembrar da informação, depois não poderá reclamar. Essa é uma solução que está à disposição de todos. Vale a pena pesar os prós e contras e decidir o que deseja fazer. Como saber o nome das pessoas é sempre muito vantajoso em qualquer circunstância, um pequeno esforço poderá ser bem recompensado. No início terá de se submeter a um intenso trabalho de concentração. Em seguida agirá assim até com naturalidade. Basta se acostumar.

O terceiro motivo.  A falta de método também poderá ser contornada até com certa facilidade, tendo em vista os diversos métodos disponíveis. O que vou sugerir é simples de ser aplicado e dá excelentes resultados. São três passos apenas: ouça, repita e associe. Ouça

Ao conversar com uma pessoa procure prestar a atenção no nome dela. Muitos negligenciam e nem escutam o nome de quem acabou de ser apresentado. Como alguém pode memorizar um nome se nem mesmo o ouviu?  Se, por acaso, não entender assim que for pronunciado, peça que seja repetido, se necessário até mais de uma vez. Temos de ter em mente que alguns, até por timidez, ficam envergonhados em dizer o próprio nome em voz alta, e falam para dentro, com voz abafada.

Repita

Depois de ter ouvido e entendido bem o nome, procure repeti-lo pelo menos três vezes logo no início da conversa. Por exemplo: tenho muito prazer em conhecê-lo, Gilberto. Gilberto, fiquei sabendo que você é o autor do projeto. Estava pensando, quanto tempo será que o Gilberto e a sua equipe levaram para elaborar esse plano? Se o Gilberto pudesse contar alguns detalhes, gostaria muito de ouvir. Pronto, o nome foi repetido quatro vezes logo no início. Passado esse momento, de vez em quando seria interessante mencioná-lo novamente.

Associe

Ainda que o nome não seja muito comum, raramente seremos apresentados a alguém com um nome completamente estranho ou desconhecido. Quase sempre conhecemos uma pessoa que tenha o mesmo nome. Assim que o repetir, procure associá-lo com alguém que conheça bem. Para ajudá-lo a se lembrar com mais facilidade ainda, imagine uma cena exagerada. Por exemplo, pense que a pessoa que você conhece esteja jogando baralho ou dominó em cima da cabeça de quem acabou de conhecer.  Não fique envergonhado. Só você saberá que está usando esse truque.

Esses procedimentos tão simples poderão ajudá-lo a se lembrar com muito mais facilidade do nome das pessoas. Com o tempo aplicará esse método com tanta tranquilidade que agirá assim até sem se dar conta de que está se valendo dele. Quem sabe dessa forma, daqui para frente, não precisará mais olhar com cara de interrogação para as pessoas como se perguntasse: afinal, você é o famoso quem?

Reinaldo Polito é mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor nos cursos de pós-graduação em Marketing Político e Gestão Corporativa na ECA-USP e autor de 34 livros que já venderam 1,5 milhão de exemplares em 39 países. Sua obra mais recente é “Os Segredos da Boa Comunicação no Mundo Corporativo”. @polito

×