Portadores de asma já conhecem bem o calendário de sua doença crônica – o inverno costuma ser a estação de maior sofrimento. E este ano há um inimigo adicional – e ainda mais ameaçador: a pandemia da Covid-19. Os asmáticos devem se preparar para essa guerra dupla? Como? É o que explicam especialistas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a SBPT
O atual surto de doença viral causada pela Covid-19 tem gerado preocupação e dúvidas nos portadores de asma, especialmente em relação à continuidade ou não do tratamento. Pensando nisso, a SBPT vem a publico esclarecer alguns pontos:
A dúvida permanece: são a mesma coisa? A asma é uma doença pulmonar inflamatória crônica, caracterizada pelo fechamento reversível dos brônquios, ou seja, dos tubos que ligam a garganta aos pulmões, por onde passa o ar. Como consequência, o paciente apresenta chiado, falta de ar, tosse seca e aperto no peito. Diferentemente da asma, a bronquite caracteriza-se predominantemente por tosse e catarro. É uma inflamação dos brônquios que se instala quando os minúsculos cílios que revestem o interior desses tubos param de eliminar o muco presente nas vias respiratórias. Esse acúmulo de secreção faz com que eles fiquem permanentemente inflamados e contraídos, provocando, principalmente, tosse. Ela é aguda quando dura menos do que três semanas e, frequentemente, aparece após os resfriados. Se durar meses, torna-se crônica e geralmente é diagnosticada em fumantes de longa duração. Embora o asmático possa apresentar tosse, as crises de chiado e falta de ar são predominantes. A afirmação de que a bronquite é mais leve e não se transforma em asma não é verdadeira. Assim como são incorretas definições usuais, como bronquite asmática ou asmatiforme ou bronquite alérgica. A grande maioria das crises de asma é precipitada por infecções de vias respiratórias altas (gripe ou resfriado). Entretanto, algumas crises podem ser desencadeadas por substâncias alérgicas (poeira, pelos ou saliva de animais, grama, mofo) ou irritantes (poluição, fumaça de cigarro ou lareiras, cheiros fortes, variações de temperatura e umidade do ar). Menos frequentemente, elas também podem aparecer durante exercícios físicos ou após estresse emocional. Outro fator desencadeante ou agravante é a presença de refluxo gastro-esofágico (retorno de líquido do estômago para o esôfago). A asma, é claro, preocupa mais do que a bronquite.
Após avaliação do histórico do paciente e realização de exames clínicos cuidadosos, o médico poderá solicitar prova de função pulmonar (exame do sopro), radiografia de tórax e seios da face e exames de sangue. Em casos mais graves, poderão ainda ser solicitados tomografia computadorizada de tórax, endoscopia digestiva alta, pHmetria esofágica, eletrocardiograma e ecocardiograma. O objetivo do tratamento da asma não é a cura da doença, mas seu controle – para que o indivíduo possa levar uma vida normal. Isso significa manter a função pulmonar estável, realizar atividades diárias e exercícios físicos sem limitações, além de diminuir a frequência e a intensidade das crises agudas. Para atingir esse objetivo, é necessário que o paciente entenda a sua doença, consiga identificar e evitar os fatores desencadeantes, monitore frequentemente os seus sintomas e sua função pulmonar e use adequadamente as medicações prescritas.
As medicações variam de acordo com o tipo e a gravidade da asma, por isso o tratamento é individual e varia ao longo do tempo. Os medicamentos são divididos em duas classes: os para alívio imediato (broncodilatadores de ação curta) e os de manutenção (broncodilatadores de ação prolongada, corticoesteroides inalatórios, antagonistas de leucotrienos, xantinas e corticoesteroides sistêmicos). É importante também controlar doenças e fatores de risco associados que pioram a doença: tabagismo, refluxo gastro-esofágico, ambientes com poeira, mofo, ácaros, etc.
O diagnóstico leva em conta os sinais e sintomas, o histórico do paciente e o exame clínico. Em algumas situações, a prova de função pulmonar, ou espirometria, ajuda a estabelecer o diagnóstico diferencial. A bronquite aguda é uma doença autolimitada, que dura no máximo 10, 15 dias. Não existe tratamento específico para combater os episódios provocados por vírus. Boa hidratação, uso de vaporizadores, de analgésicos, de descongestionantes e evitar a exposição aos fatores de risco são recursos úteis para aliviar os sintomas e prevenir as crises. A medida mais importante no tratamento da bronquite crônica é parar de fumar. Medicamentos broncodilatadores, antibióticos, mucolíticos e anti-inflamatórios só devem ser utilizados sob orientação médica depois de uma avaliação criteriosa.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |