fbpx
Adiada na Câmara a votação do piso salarial nacional dos farmacêuticos, o que deve ser alterado no PL 1559?
08 jul, 2022
Anvisa aprova alteração de normas para incluir derivado vegetal de Cannabis
09 jul, 2022

Analgésicos e anti-inflamatórios: há riscos na automedicação?

O professor Reginaldo Tavares Franquez, coordenador do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera (SP) aponta as principais diferenças entre os medicamentos e recomenda cuidados.

O clima frio pode produzir problemas típicos da estação, como infecções das vias orais (dor de garganta) e respiratórias, o que estimula o hábito da automedicação — pesquisa divulgada no ano passado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) indicou que 77% dos brasileiros usam medicamentos sem prescrição médica. Anti-inflamatórios e analgésicos são as escolhas mais populares da temporada para o alívio desses sintomas, mas há reservas na automedicação.

Como explica o professor Franquez, essas drogas têm funções diferentes no organismo. Enquanto o analgésico age com foco em diminuir ou eliminar a dor de forma rápida, o anti-inflamatório combate as inflamações e, consequentemente, atua no controle das dores. ‘Um elimina a sensação, sem grandes alterações de consciência; já o outro elimina os fatores que provocam essas sensações’, explica ele.

O principal uso de analgésicos ocorre no tratamento de incômodos físicos relacionados aos músculos, cabeça, dentes, cólicas, ou provenientes de gripe ou resfriados. Essa família de medicamentos também é utilizada para lidar com a recuperação pós-cirúrgica ou lesões. “Eles circulam pela corrente sanguínea em busca da origem da dor e bloqueiam os sinais emitidos ao cérebro”, explica o professor. “Assim, o sistema nervoso não consegue identificar a existência de células lesionadas no corpo”.

Os tipos mais procurados nas drogarias são produzidos à base de ácido acetilsalicílico, dipirona e paracetamol. Seu uso rotineiro pode aliviar muitos quadros, mas eventualmente pode mascarar problemas mais sérios – além de gerar efeitos colaterais. “O excesso não pode se tornar um hábito. O consumo pontual não representa grandes riscos, mas utilizá-los por mais de 15 dias em um mês é um hábito preocupante. Nesse caso, seria aconselhável buscar ajuda de um especialista”.

No caso dos anti-inflamatórios, há dois grupos disponíveis nas farmácias: os não esteroides, que combatem as inflamações com ação antipirética (para abaixar a febre) e analgésica; e os esteroides, como os corticoides, que inibem a produção de substâncias envolvidas no processo inflamatório. “O objetivo é agir onde há uma reação exagerada do sistema imunológico a uma agressão. Há situações em que somente esse medicamento tem eficiência e seu uso deve ser recomendado por prescrição médica”, ressalta o Dr. Franquez.

Em grande quantidade, a droga pode ser tóxica para os rins e fígado. O uso prolongado pode causar úlceras, osteoporose, assim como a retenção de líquidos, que pode aumentar a probabilidade de novas infecções. “A administração combinada de analgésicos e anti-inflamatórios está prevista, uma vez que suas funções são diferentes no corpo, mas é preciso atenção para evitar sobrecarga no organismo”. Nesse caso, a decisão deve partir de um especialista, não por meio da automedicação”.

Ressalte-se que a orientação farmacêutica, em boa parte dos casos, pode reduzir os riscos de efeitos indesejáveis da automedicação.

Fonte: https://www.revistasuplementacao.com.br

 

 

 

×