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A nova era da beleza

O segmento HPC – produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos – é um dos mais valorizados na farmácia atual. Mesmo em tempos de crise, cuidados com a aparência fazem parte do que os especialistas em consumo chamam de autoindulgência – um cuidado extra que as pessoas estão se concedendo, até para aliviar as agruras da vida.

Maurizio Pupo, Farmacêutico Pesquisador e professor de Cosmetologia, é autor de vários livros na área cosmética e criador de alguns dos mais eficientes produtos do mercado – com a marca Ada Tina, nome de sua avó, que preparava cremes artesanais derivados das oliveiras para proteger a ele no inverno. Baseados na alta tecnologia, os dermocosméticos da atualidade podem ser uma atração para as farmácias. Nesta entrevista, o Dr. Pupo dá sugestões de produtos que formam um belo diferencial nas prateleiras

Qual a diferença dos dermocosméticos para cosméticos comuns?
Os dermocosméticos são produtos muito mais eficazes, sempre destinados ao tratamento de problemas da pele –  com eficácia testada e comprovada e uma ação muito mais profunda na pele.

Que tipo de farmácia merece e precisa ter um setor diferenciado, com esses produtos?
Todas as farmácias precisam ter um setor de dermocosméticos – no mínimo os protetores solares. Pois existe uma tendência de os consumidores mais exigentes procurar esses produtos, que já estão sendo reconhecidos como mais eficazes e, assim gozam, de maior credibilidade e da preferência dos consumidores. Além disso, representam uma lucratividade muito maior para o varejo farmacêutico.

Quando se justifica ter um demonstrador exclusivo para essa seção?
Quando se deseja impulsionar as vendas de determinada linha, ou introduzir produtos ou marcas no mercado.

Que categorias de dermocosméticos não podem faltar no setor HPC dessas farmácias?
Sem dúvida, os protetores solares não podem faltar. Vale lembrar que o mercado de proteção solar no Brasil chegou a crescer mais de 20% ao ano nos tempos pré-crise. E agora se encontra estável, sem sofrer tanto com a recessão econômica.

Se você fosse dono de uma farmácia em bairro de classe média alta, como montaria sua “farmacinha” de dermocosméticos?
No estilo italiano, ou seja, uma longa e ampla seção de produtos dermocosméticos na frente da loja, e bem acessível aos consumidores, com dermoconsultoras treinadas para explicar o uso de cada produto. Os medicamentos, sempre na parte mais interna da loja.

Os brasileiros têm hoje novos padrões de exigência e de resultados com relação a esses produtos?
Os consumidores estão ficando mais exigentes e o mercado vai aos poucos amadurecendo, apesar de não estarmos ainda no patamar de mercados mais maduros, como Europa, Estados Unidos e Japão, onde os consumidores buscam mais os produtos anti-idade, por compreenderem sua importância. No Brasil, os produtos de limpeza de pele, desodorantes e maquiagem ainda são maioria esmagadora, embora possuam baixo valor agregado, o que não oferece tanta vantagem para a farmácia. Mas o incremento do uso de protetores solares é visto como um sinal positivo de amadurecimento e espera-se que, com a volta do crescimento econômico, o mercado retome seu processo normal de crescimento e amadurecimento.

Homens, cuja pele dá muito mais trabalho que a da mulher, por sua oleosidade e ritmo maior de envelhecimento, também buscam esses produtos?

Buscam, sim, embora ainda sejam minoria quando comparados às mulheres. Mas o segmento masculino é um mercado promissor para as próximas décadas, o que já é indicado por um notável despontar observado nos últimos anos. O mercado masculino é muito específico, ficando ainda bem limitado a produtos voltados para barba e cabelo – como géis, pomadas, anticaspa, antiqueda. No quesito pele, o homem ainda está aprendendo a se cuidar, de modo que as próprias empresas já perceberam isso e são cuidadosas no lançamento de produtos para esse público.

É viável e honesto falar em produtos antienvelhecimento? Pode-se deter a marcha natural dos acontecimentos dermatológicos?
Sem sombra de dúvida! Os avanços das ciências cosméticas permitem a criação de produtos cada vez mais eficazes, não apenas graças aos novos ingredientes, mas também graças aos avanços na compreensão do bom aproveitamento dos produtos mais tradicionais, como o retinol e a vitamina C, por exemplo. Não será possível deter os avanços em dermocosméticos, pois a criação e as pesquisas de novos ingredientes não cessa.

A indústria brasileira já tem status nessa área? Pode competir com as estrangeiras?
A indústria brasileira se molda em função do consumidor brasileiro, que ainda está aprendendo a utilizar dermocosméticos, por incrível que pareça. Enquanto nos mercados mais maduros os produtos mais consumidos já são os anti-idade, no Brasil os produtos de limpeza, maquiagem e desodorantes dominam absolutamente. Porém, em termos de tecnologia, a indústria brasileira tem toda competência para atuar também nesses nichos e, se ainda não atua tão fortemente, é por força de mercado apenas.

Muitos dizem que você é o criador de alguns dos dermocosméticos mais eficazes do mundo. Como chegar a esse nível de excelência?
Acho que isso é uma característica do povo italiano. Ser incansável na busca da perfeição e da qualidade, onde o prazer do trabalho está em fazer o que há de melhor. Foi assim que criamos uma série de produtos que são sucesso no mercado com eficácia fantástica e texturas inovadoras. Atualmente me dedico à pesquisa dos antioxidantes das olivas italianas e sua aplicação na pele, em parceria com a Universidade de Pisa, minha terra-mãe.

 

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