Datas que se complementam: 5 de agosto é o Dia Nacional da Farmácia, da Saúde e da Vigilância Sanitária

A Farmácia, como especialidade magistral, teve origem no século 10, com o surgimento das chamadas boticas – ou apotecas – com remédios feitos a mão, para uma elite. Na época, medicina e farmácia eram uma só profissão. Cabia ao boticário reconhecer e curar as doenças – mas já seguindo regras rigorosas. A partir de meados do século 20, a sociedade passa a dispor dos serviços das farmácias e da qualificação do farmacêutico – e a especialidade evoluiu aos dias de hoje, quando a farmácia, que se estende a 90 mil pontos no Brasil, se tornou um hub nacional e coletivo de saúde, servindo sobretudo à população mais carente de cuidados médicos. Farmácia e saúde, portanto, hoje têm tudo a ver – regulados pela Vigilância Sanitária, que, não coincidentemente, também celebra seu dia neste mesmo 5 de agosto.

Dia Nacional da Farmácia
A farmácia é parte fundamental do sistema  – como o estabelecimento de promoção da saúde por excelência. É nela que o paciente vai buscar o medicamento prescrito para o tratamento de sua doença e adquire produtos para a melhoria de sua qualidade de vida, bem-estar e autocuidado – com o farmacêutico sempre presente para oferecer a melhor assistência possível.

Dia Nacional da Saúde
Claro que todo dia é Dia Nacional da Saúde. Mas essa data, particularmente, foi escolhida em homenagem ao médico e cientista paulista Oswaldo Cruz, nascido em 5 de agosto, por sua contribuição gigantesca para a erradicação de várias epidemias no Brasil – entre elas, a peste, a febre amarela e a varíola.

Dia Nacional da Vigilância Sanitária
Momento para reverenciar toda a estrutura pública que nos proporciona a segurança de serviços e medicamentos – e a Abcfarma cumprimenta especialmente os técnicos e diretores da Anvisa. É dia de homenagear os profissionais da saúde que atuam na Vigilância Sanitária, entre eles o farmacêutico, cujo papel é fundamental para o acesso aos tratamentos e à prevenção.

Também é dia de destacar as novas e quase obrigatórias técnicas de gestão de farmácias, compatíveis com os dias de hoje – como ensina aqui Cadri Awad, diretor do Instituto Bula, especializado na gestão do varejo farma

Gestão em tempos de mudança ou mudança em tempos de gestão?

Se você é proprietário de uma farmácia localizada num bairro de uma pequena ou grande cidade, muito provavelmente movido pelos episódios dramáticos provocados pela pandemia, buscou nos últimos dois anos ganhar a internet através do e-commerce, marketing place e redes sociais, assim como fortalecer ou implantar o sistema delivery. E, num movimento contrário, vemos marcas de grandes redes que há anos tentam se consolidar com e-commerce, reorganizando seus projetos de abertura de novas lojas, com foco nos bairros e cidades de menor porte por todo o Brasil. Isso demonstra o potencial dos PDVs da periferia das cidades e das cidades de menor porte, demonstrado durante a pandemia.

Mas o que isso muda para o nosso mercado?

Na prática nada! E sabe por quê? Porque isso só mostra o que você já sabe ou deveria saber há muito tempo: precisa profissionalizar ainda mais o seu negócio e estar atento, mais do que nunca, a algumas tendências do mercado:

• Diversificação do mix de produtos – Mesmo frequentando menos o PDV, o cliente não abre mão de encontrar o que quer, quando precisar. E a migração de maior concorrência para os bairros exige maior disponibilidade de produtos. Ou seja, estamos falando aqui de maior estocagem e aumento do número de SKUs (Stock Keeping Unit, ou Unidade de Manutenção de Estoque)
• MIPs e Serviços Farmacêuticos – A pandemia mostrou o potencial dos produtos de indicação e, paralelamente, acelerou a busca pela implantação das salas de atendimento clínico farmacêutico – e isso para não falar da teleconsulta farmacêutica, da telemedicina, prescrição digital e diversas outras oportunidades que se descortinam diante do nosso segmento nos próximos anos. A liberação dos testes rápidos em farmácias, para a triagem de uma série de doenças, a partir deste primeiro de agosto, é mais um passo importante nessa direção.
• Estratégias digitais – Levantamento recente realizado pelo Instituto Bulla em 150 farmácias mostrou que, na corrida para estar nas redes sociais mais conhecidas, a maioria absoluta o fez de forma completamente errada – desconhecendo que o que vende não são as redes sociais, mas a comunicação que é empreendida através delas. E em matéria de conteúdo e comunicação, o despreparo ainda é muito grande.
• Gerenciamento de loja – Nas pequenas farmácias, o dono se perde em meio a rotinas operacionais e estratégicas, e acaba não separando as atividades de gerenciar sua equipe e fazer a gestão estratégica do negócio. Gerenciar equipes exige dedicação exclusiva e diária, bem como acompanhamento de metas e indicadores de vendas. Estamos falando aqui não somente de eficiência em vendas, mas também em qualidade no atendimento. Com maior estocagem, diversidade de mix de produtos e oferta de serviços, aumenta a necessidade de capacitação de pessoal. Além disso, se a farmácia passa a investir mais em teleatendimento e delivery, aumentam os desafios na gestão desses processos. É preciso tratar cada canal de venda como um negócio – e a maioria das empresas não estão organizadas e preparadas para isso, mesmo sabendo das oportunidades desenhadas nos últimos dois anos. O gestor das pequenas farmácias terá que tomar uma decisão e valorizar cada vez mais a figura do gerente de loja, cujo trabalho é focado no acompanhamento da equipe (metas, comissões e desempenho), enquanto ele deve ocupar papel central na organização, planejamento e análise de indicadores da empresa.
• Streaming de vendas – Guardem essa expressão! Nos próximos anos, esta poderá ser uma tendência também no ramo farmacêutico. O Streaming de vendas, que já é adotado em algumas lojas de vinhos, oferece ao cliente o e-commerce ao vivo, ou seja, um vendedor apresenta o produto ao vivo e responde dúvidas dos clientes via chat, em tempo real. Isso abre oportunidades para orientação farmacêutica ao vivo, além de apresentação e venda de produtos e serviços.
• Aplicativos de delivery, fidelização e operadores logísticos já estão sendo demandados por várias farmácias.
• Catálogos e tabloides digitais ganharam espaço no mercado. Lógico que vamos conviver com os dois nos próximos anos.

Enfim, o mercado incorporou algumas mudanças na gestão e nem todas elas são tão novas assim, mas começaram a chamar a atenção do mercado. O grande risco se refere às farmácias que nem sequer exploraram todo o potencial que têm em suas respectivas regiões e estão buscando alcançar outras regiões, seduzindo-se com as possibilidades de ferramentas como o e-commerce.

O gestor de farmácia precisa fazer seu planejamento de marketing estratégico e definir o que e como irá aproveitar todas as oportunidades e cenários que se desenham nos próximos meses para seu negócio. Na época da pandemia, muitos profissionais chegaram a cogitar que o PDV fosse acabar ou reduzir sua importância. Mas estamos convivendo com os dois canais e, neste momento, é fundamental fazer um projeto de viabilidade e incluí-lo no planejamento estratégico da empresa.

Quer ter sucesso neste mercado? Lembre-se de que algumas coisas nunca mudam – o fato é que sua farmácia tem que investir cada vez mais em gestão de alto nível, indicadores financeiros e de atividade, precificação inteligente, ações de vendas e marketing, gestão do estoque e compras. E adotar tributação de precisão para não pagar impostos indevidamente.

Seja o gestor que a sua empresa merece!

Cadri Awad, farmacêutico/consultor de empresas e sócio proprietário do Instituto Bulla, empresa especializada em Gestão de Varejo Farmacêutico. E-mail: cadri@institutobulla.com.br

 Canais de contato da Abcfarma:

 Portal do Associado: https://bit.ly/3zpelwB

Redes Sociais:

Instagram: https://bit.ly/3Bxep05
Facebook: https://bit.ly/3PTjVP2
LinkedIn: https://bit.ly/3OSjkM3
Youtube: http://bit.ly/3LOt77Y