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10 de novembro: Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez

Por: Celso Arnaldo Araujo

Instituída pelo Ministério da Saúde em 2017, a data destaca a importância da conscientização e da prevenção dos problemas advindos da surdez. Quase 6 milhões de brasileiros têm alguma dificuldade de audição. E as farmácias têm um notável papel nesse cenário. Saiba como.

 Os prejuízos da surdez são diversos e em vários níveis. Na terceira idade, um grau avançado pode aumentar até o risco de demências. A boa notícia é que a audição quase sempre pode ser melhorada através de aparelhos auditivos ou implantes cocleares. Antes do tratamento, dificuldades na comunicação são os problemas mais dramáticos no cotidiano dos surdos – com grande impacto na qualidade de vida, relações de trabalho e vida social. E aqui se encaixam nossas farmácias, começando por um tipo de surdez que pode ser prevenida ou tratada com ações de assistência farmacêutica.

É o caso da chamada “surdez de condução”, provocada pelo acúmulo de cera de ouvido ou infecções (otites). Neste segundo caso, o tratamento é feito com medicamentos. Mas, quanto ao acúmulo de cera, este costuma ser “tratado” com introdução de cotonetes no ouvido – uma ameaça ao aparelho auditivo. Que tal, como prevenção, no caso de clientes mais habituais que estão adquirindo uma caixa de cotonetes, alertá-los de que esses instrumentos só devem ser usados para a limpeza de cera na parte externa do ouvido – jamais introduzidos no canal auditivo.

Comunicação é tudo
Sim, a grande ameaça da surdez para a qualidade de vida é o rompimento dos canais de comunicação. Surdos de nascença só falarão pela chamada Língua de Sinais, ou Libras, cujo aprendizado equivale a uma disciplina de curso superior – e haja disciplina nessa aprendizagem. Mas a Linguagem de Libras merece essa dedicação: hoje é um meio legal de comunicação e expressão, inclusive nas entrevistas ao vivo da Presidência da República, através de um intérprete dessa linguagem – que consiste na representação simbólica das letras do alfabeto, soletradas com as mãos e expressões faciais, para o pleno entendimento dos surdos.
Mas o que isso tem a ver com as farmácias?

*Especialistas em assistência farmacêutica acreditam que a farmácia que tiver em sua equipe um colaborador que domine Libras para a comunicação com clientes surdos, mesmo que estes forem raros, atrairá para a loja novos pacientes nessa condição.

*Outro exemplo da relação da surdez com as farmácias? Em caso de zumbido no ouvido, medicamentos podem ajudar a reduzir as complicações e os sintomas dessa patologia auditiva. Os medicamentos receitados são geralmente antidepressivos e ansiolíticos, como xanax, amitriptilina e nortriptilina – claro, só com prescrição médica. Mas a orientação do farmacêutico pode ter uma grande importância terapêutica na eficiência desses medicamentos.

*A atenção farmacêutica, num conceito mais genérico, pode produzir resultados terapêuticos concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Com relação às pessoas surdas, independentemente do domínio de Libras, a comunicação deve ser especial. Há de se reconhecer que os farmacêuticos ainda não estão didaticamente preparados para fazer este tipo de atendimento – e as pessoas surdas podem sair em desvantagem terapêutica da farmácia. A barreira do idioma é um desafio a ser superado para que elas recebam as informações necessárias. No mínimo, o farmacêutico deve ter o cuidado de pedir ao paciente que escreva suas dúvidas em papel quanto à posologia, horários e a quantidade correta dos medicamentos – e de fornecer as respostas da mesma forma. Em letras de forma. Os pacientes surdos, ao buscar uma farmácia ou drogaria, querem se sentir seguros ao expressar suas dúvidas.

Por isso, no Dia de Prevenção e Combate à Surdez, é preciso ouvir os clientes com toda a atenção.

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