Uma situação corriqueira: o consumidor entra na farmácia e se depara com uma gôndola exclusiva destinada a suplementos alimentares e nutracêuticos. O mercado farma já se deu conta de que esses produtos contribuem muito para a melhoria da saúde e do bem estar da população – e ainda rentabilizam o ponto de venda de maneira significativa. Há outro aspecto que pesa muito nessa oferta de suplementos aos consumidores – a RDC 586/13, do CFF, que regulamenta a prescrição farmacêutica e permite ao farmacêutico fazer a indicação correta desses produtos com um atendimento especializado, a fim de que eles sejam usados de forma adequada.
Deve-se salientar que a venda de suplementos para praticantes de atividades esportivas, visando perda de peso ou ganho de massa muscular, é um mercado em forte expansão – com crescimento médio de 25% ao ano. Pesquisa recente, realizada em conjunto para associações como a Abiad, Abifisa e Abenutri, mostrou que 54% dos brasileiros tomam algum tipo de suplemento alimentar. O estudo também revelou que, entre os compostos mais consumidos, estão: ácidos graxos (omega-3), aminoácidos (BCM), minerais (cálcio), óleos (óleo de fígado de bacalhau), plantas (gojiberry), proteínas (whey protein), vitaminas (multivitamínicos).
A principal finalidade do uso de suplementos alimentares, para 86% dos consumidores, é a saúde. Entre os principais motivos para o consumo estão a complementação da alimentação, a saúde e o bem-estar. E fato que a venda de suplementos em farmácias melhora o tíquete médio e atrai um novo perfil de consumidores para as lojas, levando fluxo inclusive para a área de perfumaria – já que o consumidor de suplementos e nutracêuticos é preocupado com a boa aparência e a qualidade de vida. Mas, para isso, é fundamental garantir um bom abastecimento, evitando rupturas, e melhorar a exposição dos produtos.
Claro que há diferenciações entre os produtos. Vale lembrar que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vitaminas são compostos orgânicos ou micronutrientes essenciais para o funcionamento normal do metabolismo. Já os suplementos alimentares tem a finalidade de complementar a dieta com nutrientes ou outras substâncias em situações específicas, como os suplementos vitamínicos e minerais ou esportivos para atletas. Segundo a nutricionista Bruna Petrungaro, o suplemento é usado quando a dieta não atende a uma demanda diferenciada do organismo em função de um a situação fisiológica distinta – ou simplesmente necessitar de complementação para atendimento das necessidades diárias.
Há vários produtos muito procurados em farmácias. A nutricionista explica a função de alguns deles:
O farmacêutico e professor Ricardo Silveira Leite, especialista em atendimento e atenção farmacêutica em suplementos alimentares, vê a prescrição de suplementos e nutracêuticos com a inerente à função desse profissional. Ele prescreve inúmeros produtos destinados a diferentes públicos. Para atletas, indica BCAA, whey protein, maltodextrina e creatina. Para praticantes de atividades físicas, vitaminas, shakes e energéticos. Os idosos costumam consumir vitaminas específicas, suplementos a base de cálcio e chás. Além disso, há os produtos especiais para quem quer perder peso e ganhar massa muscular. Ele salienta que a abordagem que o farmacêutico pode dar no atendimento de um cliente ocorre de duas formas, pois a prescrição desses produtos está em alta nas farmácias.
A indústria de suplementos passou a investir no marketing desses itens. Assim, os suplementos estão saindo das lojas exclusivas para as gôndolas das drogarias. “Entendo que isso é uma tendência mundial. Farmácias e drogarias já possuem uma vasta rede de atendimento no Brasil, que hoje conta com mais de 80mil lojas – e contam com uma mão de obra qualificada do farmacêutico para prescrever esses produtos”.